by YuMi DeAth

 

Capítulo 4 - A reunião


Quando faltavam dez minutos para as sete, Harry já estava pronto. Ele já havia largado a sua mala de lado; por enquanto, estava somente interessado nessa reunião com Dumbledore. Rony, que ficou sabendo através de Hermione que seu amigo iria para o Ministério da Magia, começava a pensar nos fatos mais absurdos possíveis; imaginava em um ataque dos Comensais em pleno Ministério, ou até mesmo, em algum traidor que esteja infiltrado por lá.

- Traidor, Rony? - Mione falava, enquanto estava sentada em um degrau da escada, dois acima daquele em que ele e Harry estavam. Resolveram esperar junto com Harry a chegada do Sr. Weasley.

- Lembra-se do ano passado, do Moody? - Rony explicava, certificando-se de que ninguém estava por perto para poder ouvir. - Ele podia ser falso e tudo mais, mas mesmo assim, enganou todo mundo. Se Dumbledore não tivesse percebido isso a tempo, Harry nem estaria mais aqui com a gente agora!

Ano passado, Harry teve que participar do Torneio Tribuxo. Ele foi bastante ajudado por Olho-Tonto Moody, o professor de Defesa Contra Artes das Trevas. Na verdade, ele era também um servo fiel de Lord Voldemort, e havia feito todo aquele teatro apenas para levá-lo diretamente ao seu mestre. Harry sentia calafrios só de pensar nesses fatos; o duro era que ele não conseguia esquecer-se disso. Mesmo depois de ter escapado do Lord das Trevas, ele quase foi morto pelo falso Olho-Tonto Moody, que na verdade, era nem mais e nem menos que o filho "supostamente morto" de Bartô Crouch. Todo este ocorrido, foi contado aos poucos para Rony e Hermione, que se espantavam e tapavam a boca com as mãos enquanto Harry contava.

- Não acho que Harry vai se encontrar com algum traidor no Ministério... - Mione retrucava. - Ele apenas vai se encontrar com Dumbledore, que nós o conhecemos, assim com o seu pai, Rony! E também tem o Ministro da Magia, o Cornélio Fudge. Todos eles, nós o conhecemos.

- Fudge! - exclamou Harry. - Ele não queria acreditar ano passado na minha história. Ele não estava acreditando na possibilidade de Voldemort ter retornado.

- Está querendo dizer, Harry, que ele pode ser um traidor? - Rony indagou.

- Não. Ele apenas não queria acreditar na volta de Voldemort. Não queria que todos os bruxos entrassem em pânico outra vez. Se ele realmente estivesse do lado de Voldemort, eu o teria visto no meio dos Comensais. Ou até mesmo o filho de Crouch iria comentar algo, depois de ter tomado aquela poção da verdade.

Os três silenciaram-se por alguns instantes. Rony quebra o silêncio:

- E a pessoa que Dumbledore disse que iria levar que era de confiança?

- Sirius... - Harry respondeu. - Ele vai levar Sirius.

Por um momento, Hermione estava afirmando o que Harry acabava de dizer. Mas, alguns segundos depois, algo lhe veio à cabeça.

- Espere um momento!

Harry e Rony olharam para ela. Ela estava bastante pensativa e começava a olhar para o nada, como se estivesse chegando a uma conclusão.

- O que foi, Mione? - Rony já estava impaciente.

- Não é Sirius que Dumbledore irá levar!

- Ah, não, Mione? Então quem é?

- Não sei, Rony! Mas pensem: - ela olhou para os dois, séria. - Dumbledore não pode levar Sirius!

- E por que não? - Harry pergunta.

- Fudge! - a garota cruza os braços e os encara com olhar de vitória por ter chegado a essa conclusão. - Se Sirius aparecer na frente de Fudge, ele o entrega para os dementadores!

Os dois ficaram em silêncio. Suas mentes começaram a trabalhar e, mesmo que insistam que seja Sirius a pessoa de confiança, ela estava certa. Sirius ainda era um criminoso procurado, culpado por um crime que ele não cometera.

- E quem seria? - Rony perguntou. - Snape por acaso? Harry disse que Dumbledore confiava muito nele.

- Creio que não. - Hermione respondeu. - Se fosse Snape, seu pai o conheceria. Ele disse que não fazia a mínima idéia de quem seria. Mas acho que não é ele; afinal, por que ele iria querer ver Harry antes das aulas? Já que ele o odeia, entendem?

- Pode ser que meu pai não soubesse quem iria. Isso não quer dizer que ele não conheça essa pessoa, não é mesmo, Mione?

- Pode ser também, Rony...

Um estampido é ressoado no ar e os três observam o Sr. Weasley acabando de aparatar na frente deles. Ele acenou para os garotos e cumprimentou a Sra. Weasley, que veio correndo até a sala, interrompendo as suas atividades.

- Bem, Harry! - ele dizia, enquanto, acenando com a varinha em direção à lareira. Algumas chamas se romperam naquele instante. - Vamos indo. Vá na frente que logo depois irei desaparatar.

- Boa sorte! - Rony e Hermione desejavam, enquanto o Sr. Weasleys apanhava um pouco de pó e jogava no fogo.

- Obrigado! - ele agradeceu. - Vou precisar. - e gritou: - MINISTÉRIO DA MAGIA!

O Sr. Weasley despediu-se de todos e desaparatou no mesmo instante em que Harry rodopiava e sentia seu corpo sendo jogado em uma sala ampla, bastante iluminada.

Quando Harry se levantou reparou em inúmeros bruxos que corriam pra lá e pra cá; a maioria carregava papéis e pergaminhos, pilhas de folhas amareladas e antigas. O teto possuía uma cúpula ornamentada, e ele podia olhar para os lados e ver inúmeras portas e escadas. Tinha muitas mesas e muitos bruxos trabalhavam nelas; ora escrevendo, ora organizando livros e papéis. Mas todas elas estavam atrás de uma mesa longa e meio curvada, logo à sua frente; devia ser a mesa de recepção. Ali estava uma bruxa de óculos discretos, vestes longas e negras, cabelos amarrados em um rabo de cavalo alto e, no momento, empilhava milhares de folhas carimbadas. Ela desviou sua atenção no trabalho para observá-lo. Harry apalpou suas vestes, tentando disfarçar e retirar todo o pó que havia grudado em suas roupas. Ajeitou o óculos, e olhou novamente para a bruxa. Ela estava bastante séria, olhando diretamente para a sua cicatriz. Numa fração de segundos, ela arregalou os olhos, para depois voltar a ficar mais séria. Então, ela disse:

- Boa noite, Sr. Potter! O Sr. Fudge já está descendo.

Harry não sabia o que responder, por isso ficou quieto. Apenas acenou com a cabeça, e tentou observar mais aquele lugar. O saguão de entrada era parecido com a de Hogwarts. Porém, havia uma grande quantidade de bruxos mais velhos que corriam de um lado para o outro sem parar. Nem mesmo o Banco de Gringotes possuía todo aquele movimento.

Ele não sabia dizer onde ficava esse prédio. Também não sabia como era a entrada e se era protegida dos trouxas ou não. Devia ser, como era Hogwarts. Se os trouxas entrassem naquele lugar, iriam pensar que estavam numa festa à fantasia ou coisa do gênero. Apenas ele mesmo estava com roupas comuns de trouxas; todos usavam suas vestes habituais. A iluminação dali, ele não sabia dizer ao certo de onde vinha. Não havia velas flutuantes como na sua escola, mas também não tinha nenhum objeto que pudesse explicar aonde era a fonte de luz. Era apenas iluminado; bastante iluminado mesmo. Ele procurou entre os cantos das paredes, no alto da cúpula, e em todas as mesas que haviam por ali. Nada.

- Harry! - Harry ouviu a voz do ministro Fudge, que descia por uma das escadas.

- Olá, Sr. Fudge... - ele cumprimentou o ministro, estendendo suas mãos.

- Bem, veja só! Como está indo, meu rapaz? - ele parecia simpático, igual como era antes do quarto ano; antes de ler aquelas reportagens malucas da Rita Skeeter. No final do quarto ano, Fudge parecia reprimir uma certa desconfiança dele.

- Acho que bem... - Harry balbuciou, sem encará-lo.

- Espero que sim. Venha, vamos subir até a minha sala.

As escadas faziam curvas de diversos tipos e direções. O corredor delas já não era tão iluminado quanto o saguão de entrada. Conforme ele ia subindo, via que havia opções para desviar do caminho; era como se uma escada cruzasse com outra no meio da subida. Deparou com alguns bruxos que desciam apressados; ouvia Fudge reclamando com um que alguns relatórios estavam atrasados, enquanto que com outro ele reclamava de faltas nas reuniões. Apenas um bruxo que passou ele cumprimentou e elogiou no meio caminho. Mas ninguém reparou em Harry; ele pensou então como todos os que trabalhavam por lá eram muito atarefados, e mal tinham tempo para respirar. Pensou no Sr. Weasley e de Percy trabalhando ali, e compreendera o porquê deles sempre chegarem tão cansados em casa.

Quando as escadarias acabaram, Harry se encontrou em um corredor comprido e estreito; havia umas duas portas antes da última, que ficava bem no fim. Alguns quadros olhavam para ele e Fudge, que seguiram até o fim do corredor. Harry reparou em uma placa que estava na porta: MINISTRO CORNÉLIO FUDGE.

- Entre, Harry! - Fudge abriu a porta e pediu para que o garoto entrasse, antes dele.

A primeira impressão que Harry teve era que ele estava em uma sala de aula. Não havia muitas cadeiras e mesas, exceto por uma, que seria a do ministro. A sala era grande e arejada; também estava iluminada por magia. Tinha retratos de alguns bruxos importantes espalhados no alto da parede. A mesa do ministro era também grande, e havia inúmeros papéis e pergaminhos espalhados sobre ela. Algumas penas estavam largadas; havia aquelas que até chegavam a manchar de tinta preta os pergaminhos amarelados abertos. Possuía alguns espelhos; Harry teve a impressão de que algumas paredes fossem espelhadas. Notou em uma prateleira enorme aonde livros grossos e aparentemente pesados a enchia de tal maneira que cobria todo o seu fundo. Um armário acima, com a porta de vidro, continha alguns frascos de poções de diversas as cores; algumas ainda borbulhavam.

Não havia ninguém lá; nem Dumbledore e nem o Sr. Weasley. Somente os dois.

- Então, Harry... - A voz de Fudge produziu alguns ecos na sala, devido à sua grandeza e ao imenso espaço vazio. Sentou em sua cadeira, atrás da mesa bagunçada. - Sente, por favor! - ele acenou para a outra cadeira.

O garoto sentou-se, quieto, apenas observando o ministro. Começando a se sentir impaciente, e olhava para todos os cantos da sala, esperando que o diretor aparatasse a qualquer momento.

- Dumbledore chegará logo! - Fudge disse, logo quando percebeu a ansiedade de Harry .

Ficaram alguns segundos sem dizer nada; Fudge tentava arrumar a papelada em cima de sua mesa. Logo, ele ergueu a cabeça e viu a porta de sua sala sendo aberta.

- Ah, Arthur! - era o Sr. Weasley que entrava na sala.

Harry virou-se rapidamente e viu o pai de Rony. Atrás dele, entrava Dumbledore.

- Prof. Dumbledore!

- Olá, Harry! - ele acenou, sorrindo.

Atrás do diretor, entrava na sala uma outra pessoa. Um homem que, aparentemente, era jovem, mas no meio de seus cabelos castanhos claros haviam alguns fios brancos. Trajava vestes surradas e simples. Na hora, ele reconheceu quem era.

- Prof. Lupin!

- Oi, Harry! Tudo bem?

- Sim, tudo!- Harry sorriu. Então, a tal pessoa de confiança de Dumbledore era o Prof. Lupin. Ele fora seu professor de Defesa Contra Artes das Trevas no terceiro ano. - E o senhor?

- Acho que estou bem também.

- Boa noite, Lupin! - Fudge o cumprimentou formalmente. - Bem, já que estamos aqui, podemos iniciar a nossa reunião. Quanto mais cedo resolvermos, melhor. Harry, poderia me dar licença só um instante?

Harry levantou da cadeira e ficou ao lado de Dumbledore e de Lupin. Fudge então, pegou a sua varinha e apontou para a sua mesa; as folhas que estavam postas em cima dela, subiram e se enrolaram; depois empilharam e postaram-se em um canto da sala. A mesa então se esticou, e algumas cadeiras surgiram em volta dela. Ele tinha feito agora uma típica mesa de reunião, aonde todos ali presente poderiam sentar-se e discutir olhando uns para os outros.

O ministro pediu para que todos se acomodassem. Ele sentou de um lado da mesa; na sua perpendicular direita estava Arthur Weasley e Alvo Dumbledore. Do outro lado, Remo Lupin e Harry Potter.

- Bem, - Fudge iniciava a reunião. - Creio que Harry esteja bastante curioso para saber o que o trouxe até aqui.
Dumbledore encarou Harry através de seus óculos de lentes de formato meia-lua. Seu olhar era sério, e parecia que não estava de brincadeiras naquele instante. Por fim, disse:

- Harry, eu quero que você diga para a gente a verdade. Somente a verdade, entendeu?

O garoto acenou com a cabeça, meio apreensivo. Já estava prevendo o que estava por vir daqui a pouco. Todos os olhares estavam direcionados a ele, e por isso, sentiu um pouco de medo do que tivesse que falar. Dumbledore continuou o encarando, não disse mais nada, mesmo depois da confirmação dele. O ministro então, se manifestou:

- Detectamos a presença de magia negra perto da casa de Arthur. - e olhou para ele. - Foi de manhã, na hora em que ficamos sabendo que você e a Srta. Granger estavam a caminho de lá.

- O que queríamos saber... - Dumbledore interrompeu. - ...é se você deparou com essa Arte das Trevas.

Harry olhou para o diretor. Depois, ele olhou para o lado, procurando apoio de Lupin, que naquele momento, estava imóvel.

- Acho que... sim. Talvez tenhamos visto algo. - Harry estava receando que, se dissesse a verdade, ele teria que entregar o que Hermione fez com seus pais. Eles não possuíam permissão para usarem magia fora de Hogwarts.

Isso já trouxe alguns problemas para ele no segundo ano, quando Dobby fez um estrago tremendo em sua casa.
Dumbledore permaneceu sério. Devia saber que estava mentindo; Fudge bufou impaciente, e Lupin e Weasley se mantiveram imóveis.

- Eu sei que não está dizendo a verdade. - Dumbledore falou, com os olhos mais fixos nele. - Alguns Comensais da Morte tentaram atacar você e a família da Srta. Granger, não foi?

Era sempre assim. Era como se o diretor pudesse ler as mentes dos outros. Harry abaixou a cabeça, como se estivesse consentindo.

- Foi isso mesmo, Harry? - Lupin perguntou, colocando suas mãos sobre o ombro do garoto. Ele ergueu a cabeça balançando-a, para confirmar.

- Então, supomos que Você-Sabe-Quem realmente está de volta... - comentava Fudge, olhando para Dumbledore. Depois, percorreu com os olhos para os outros - Embora eu ainda precise vê-lo para confirmar tal teoria, creio que uma execução de Arte das Trevas esteja proibido para qualquer um. Portanto, sendo ou não Vocês-Sabem-Quem, temos que pegar os infames que desobedeceram a lei.

- As coisas não funcionam assim, ministro. - Lupin falou. - Se realmente foi arte de Lord Voldemort, devemos ser cautelosos. Harry, conte exatamente como aconteceu.

Harry contou tudo, até mesmo o detalhe de que reconhecera Rabicho. Lupin olhou para Dumbledore nesse instante, e o Sr. Weasley e Fudge ouvia a história atentamente.

- Pelos deuses, Dumbledore! - Fudge exclamou, quando Harry comentou sobre Rabicho. - O garoto ainda insiste que Pedro Pettigrew esteja vivo!

- Não interrompa, Fudge! - Dumbledore retrucou calmamente.

Harry continuou contando a história, e muitas vezes via o ministro bufar e fazer uma cara de quem não estava acreditando em nada do que ele estava dizendo. Isso o deixou irritado, mas controlou-se para não gritar.

- Vejo que não há mais razão para você não acreditar na volta de Voldemort, Fudge. - Dumbledore dizia com veemência. - Mesmo porque, muitos aqui do ministério já sabem disso. E se não sabem, desconfiam.

- Devo admitir que há um aumento de Arte das Trevas durante os últimos tempos. - Fudge colocou suas mãos no queixo, pensativo. - As pessoas aqui do Ministério tem trabalhado em dobro investigando esses casos de magia negra que vem aumentando no ar; mas ninguém aqui viu ainda um Comensal da Morte rondando por aí.

- Deixe-me corrigir o senhor, Ministro. - o Sr. Weasley cruzou os braços, encarando Fudge. - Olho-Tonto Moody confirmou que há sombras negras rondando perto na região aonde os tios de Harry moram.

- Moody estava vigiando a minha casa? - Harry ficou perplexo. Nunca desconfiou de alguém que estivesse rondando na rua dos Alfeneiros; muito menos Olho-Tonto Moody.

- Harry - Lupin pousou a sua mão no ombro dele novamente. - Tudo o que queremos é alerta-lo de qualquer movimento suspeito e estranho. O fato do ataque dos Comensais da Morte no meio da estrada foi algo imprevisto; foi bom Hermione Granger ter entrado em contato conosco antes de ir buscá-lo na casa de seus tios.

- Hermione falou com você, Prof. Lupin?

- Mais precisamente comigo, Harry. - Dumbledore respondeu. - Ela havia me informado que iria te buscar para ir até a casa dos Weasley. Eu sei que qualquer deslize seu, Voldemort iria atacá-lo. Portanto, tratei de dar um jeito no carro do Sr. Granger, antes de ir.

- Quer dizer que... - Harry ficou mais surpreso com essa revelação.

- Sim. Em volta daquele carro, havia magia de proteção minha e do Prof. Lupin. Achou que aquela barreira de proteção apareceu do nada? E ainda Fudge dizia que isso não seria necessário. Se não fosse por nossas teimosias, como você disse, Fudge, Harry já estaria morto.

Fudge franziu a testa. Não gostou de ser contrariado, mas também ele não tinha mais o que dizer, pois realmente estivera errado. No entanto, ele murmurava palavras desconexas para si mesmo, fazendo cara feia e contrariada.

- O que você disse, Fudge? - Dumbledore indagou.

- Isso é besteira! - o ministro disse finalmente. - Entretanto, vou permitir que Harry passe esses últimos dias de férias em Hogwarts, como foi proposto pelo senhor, Dumbledore.

- Eu vou... pra Hogwarts? Quero dizer... ainda falta mais de uma semana e...

- Vai. - o Sr. Weasley confirmou. - E Rony também, como foi combinado. Apenas para você não se sentir sozinho. - e sorriu.

- E Hermione?

- Ela não vai poder ir. Fudge não permitiu. Ela irá permanecer conosco até o fim das férias de verão; e não se preocupem: nós passaremos no Beco Diagonal para comprar o material de vocês dois. Hermione, Gina, Fred e Jorge irão levar no primeiro dia do ano letivo.

- Sabe que não é permitido aos alunos passarem as férias de verão em suas escolas, Dumbledore. - Fudge encarou o diretor, furioso. - Estou permitindo acreditando que o garoto corre perigo, e que ele estará a salvo por lá.

- Em Hogwarts ele ficará seguro! - Dumbledore garantiu. - E depois, falta um pouco mais de uma semana; acho que isso não fará muita diferença.

- Que seja! - o ministro encerrava a conversa. - Arthur, leve o garoto de volta para a sua casa. Dumbledore, permaneça aqui até que acertemos algumas coisas. E quanto a você, Lupin, também está dispensado.

Harry saiu da sala com o Sr. Weasley e com o Prof. Lupin, deixando Dumbledore e Fudge sozinhos. Ele teve uma vaga impressão de que os dois iriam discutir ainda por um bom tempo.

* * *

A sala aonde Arthur Weasley trabalhava era do mesmo tamanho que a de Fugde, com apenas uma diferença: ele tinha que dividir com outros funcionários de seu Departamento de Mau Uso de Artefatos de Trouxas. O canto onde ficava a mesa do Sr. Weasley era algo que se poderia definir como lotado. Harry ficou maravilhado com a quantidade de coisas que haviam lá: muitos instrumentos de trouxas, como lâmpadas, réguas de acrílico, tomadas, fios elétricos, panelas, CDs, fitas de vídeo e uma porção de outras coisas estavam espalhadas por todo o canto da sala. Tinha uma prateleira só de livros comuns de trouxas; outra, com enormes rolos de pergaminho e livros grossos e pesados.

A mesa do Sr. Weasley também era bagunçada como todas as outras que se encontrava dentro do Ministério. Mas a do Sr. Weasley era a que mais lembrava uma mesa de escritório: muitos papéis e cadernos estavam depositados ali, conjuntos de canetas, lápis e borrachas tinham um lugar junto com as penas e os potinhos de tinta. Fora a cadeira em que o pai de Rony se sentava: era aquela típicas de escritórios; cadeira giratória com rodinhas e estofado azul marinho. Isso não combinava nem um pouco com a mesa de madeira talhada antiga, aonde ele trabalhava, dando um toque engraçado na decoração. Harry também viu uma máquina de escrever que estava em cima de uma outra mesa.

O Sr. Weasley estava arrumando as suas coisas, e parecia que havia bastante trabalho pela frente. Alguns bruxos que se encontravam naquele departamento, estavam demais concentrados em seu trabalho para lhe dar alguma atenção. Harry, vendo que não tinha muita coisa para fazer por ali, teve uma idéia:

- Hum... Sr. Weasley...

- Sim, Harry? - ele nem olhou para o garoto; estava organizando milhares de relatórios.

- Vou ver o Prof. Lupin. Ele está na sala de espera ainda. E queria falar com ele.

- Sim, Harry, como quiser... Ainda vou demorar um pouquinho aqui, pode ir.

Harry saiu da sala "moderníssima" do Sr. Weasley e dirigiu-se para uma outra do lado, onde havia inúmeras cadeiras vazias. Lupin estava sentado sozinho; na certa estaria esperando Dumbledore sair de sua reunião com Fudge.

- Prof. Lupin! - Harry o chamou.

O professor ergueu os olhos e sorriu para ele.

- Harry! Pensei que já estivesse ido embora.

- Ainda não. - ele sentou-se na cadeira, ao lado do professor. - O Sr. Weasley ainda tem que organizar algumas coisas, e como eu não tenho licença e nem sei aparatar, ele irá me levar de carro, que o Ministério irá emprestar.

- Entendo... Mas então, Harry, tirando essa desagradável volta de Voldemort, o que tem feito de bom?

- Particularmente, nada. - Harry não sabia o que contar. A sua vida nesses últimos tempos tem acontecido cada coisa perigosa e estranha.

- Fiquei sabendo que você foi o campeão do Torneio Tribuxo. É verdade?

- Digamos que sim.

- Então, o que fez com o dinheiro?

Harry lembrou-se dos mil galeões que recebera; tinha entregado a Fred e Jorge. Ele não queria e nem precisava do dinheiro. Sabia que os gêmeos estavam loucos para abrir uma loja de logros e brincadeiras. Pelo menos, ele tinha certeza que o seu prêmio não teria fins maléficos; apenas para diversão.

- Fiz um bom uso dele, professor! - ele respondeu, sorrindo e dando a entender que não queria comentar sobre isso. - Então... - Harry mudava de assunto. - Você é a pessoa de confiança de Dumbledore agora?

- Nunca deixei de ter a confiança de Dumbledore, Harry. - Lupin respondeu suspirando. - Se bem que, na verdade, não era eu quem iria vir. Estou substituindo uma pessoa que não pôde comparecer.

- E... quem é essa pessoa? - Harry agora estava curioso.

- Não sei se estou qualificado para te informar isso. Mas não se preocupe; na hora certa você saberá.

Harry não insistiu nisso. Pela resposta definitiva do professor, ele preferiu conversar sobre outra coisa.

- Então... o senhor vai voltar a dar aula de Defesa Contra Arte das Trevas em Hogwarts neste ano?

Lupin sorriu. Mas sua resposta não foi como Harry esperava:

- Sinto muito, Harry. Já tem alguém que está em posse do cargo.

Harry pensou em perguntar quem era, mas por algum motivo, por alguma força que o impedia de pronunciar qualquer coisa, ele não o fez. Nem teria tempo, pois Lupin já iniciava uma nova conversa:

- Você tem tido bastante contato com Sirius, Harry?

- Bem, eu... tenho escrito bastante para ele. Tenho me comunicado com ele nas férias. Ele não entra em contato com o senhor?

- Só algumas vezes. Para relatar alguns fatos importantes. Estive informado de seu quarto ano através dele. Ele me contava o que estava acontecendo. Você escreveu a ele sobre o que aconteceu hoje de manhã na estrada?

- Sim, escrevi. Mas não sei se ele chegou a receber.

- Ele deve ter recebido, com certeza.

- Por que o senhor acha isso?

- Intuição de lobisomem, Harry. - comentou Lupin, que riu depois de seu próprio comentário. - Farejo no ar que ele está por perto.




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