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Capítulo 12 - Presos por uma barreira invisível A dor estava tornando-se insuportável. Cho estava
ao seu lado, tentando buscar apoio para que Harry não caísse.
Os mascarados voavam entre os jogadores de quadribol.
Os professores tentavam buscar as vassouras da escola e tentar deter
esses invasores. Só que já era tarde demais. Assim que todos viram a Marca Negra, a correria foi intensa.
Alunos passavam por cima de alunos. Mesmo os monitores, que tentavam
acalmar o desespero, estavam muito apavorados para conseguirem impor
ordem. Os Comensais pareciam estar se divertindo com isso, e suas risadas
causavam arrepios para quem pudesse ouvir. Harry, sentindo Cho segurá-lo
firme em seu braço, disse no seu ouvido. - Vamos sair daqui, Harry! A voz dela, apesar de doce, não lhe fazia efeito
algum; não conseguia nem sequer anestesiar um pouco a dor que
sentia em sua testa. Estava acontecendo da mesma maneira daquele dia
na estrada: o céu escuro, sua cicatriz doendo, e os Comensais
passeando a sua volta. Com um grande esforço, ele deu um impulso com a
vassoura para sair daquele campo e tentar entender o que estava acontecendo.
Mas, assim que eles passaram por alguns jogadores da Corvinal, ouviram
um deles dizer: - O Campo está fechado! Não conseguimos
nem sair e nem entrar. Há uma barreira invisível impedindo
a nossa saída. A barreira invisível também havia aparecido
na estrada, naquele dia que estava se dirigindo junto com Hermione e
seus pais para a casa de Rony. Mas ela estava protegendo eles. Essa
barreira, estava dificultando a fuga de todo mundo. Harry ergueu a cabeça e forçou os olhos
em direção às arquibancadas. Os professores estavam
com as varinhas em punhos, e Madame Hooch sobrevoava com a sua vassoura
atrás dos Comensais, tentando fazer alguma coisa para paralisá-los.
Impossível; eles estavam rápidos de mais, e as vassouras
tinham algum poder mágico negro. Não era possível
acompanhá-las, e Hooch acabou se tornando uma presa fácil. - Estupefaça! Hooch sentiu uma magia lhe atravessar. Sua mente ficou
escura, e ela perdeu seus sentidos. Caindo em direção
ao chão, Flitwick ainda conseguiu amenizar a sua queda com o
seu feitiço de levitação, sem que ela tivesse maiores
danos. - Estupefaça! Outra vez. Um Comensal da Morte, voando com a sua vassoura
e uma varinha em punho, lançou o feitiço para Davies,
o capitão do time da Corvinal, que caiu diretamente no chão.
- Estupefaça! Os Comensais estavam estuporando todos os que tentavam
deter o seu caminho, sem dó nenhuma. Harry, que era conduzido
por Cho, conseguia escapar desses feitiços, sem muito esforço.
Ele pôde ver Alicia e Katie, caindo no chão, depois de
serem estuporadas, assim como os três artilheiros da Corvinal.
Estava ficando cada vez mais difícil para todos. Os professores
tentavam acalmar a confusão, e alguns até se arriscaram
na vassoura. Foram estuporados. - Harry! Harry havia soltado o braço de Cho e voava em direção
aos quatro Comensais da Morte, que estavam cercando Fred e Jorge, junto
com Hermione e Rony. Os gêmeos voavam baixo para acompanhar seus
dois amigos, mas três seguidores de Voldemort os cercaram. Cho correu em disparada atrás dele. Harry já
tentava se conformar com a sua cicatriz, queimando feito brasa. Ele
precisava ajudar de alguma maneira seus amigos. Tirou a varinha no meio
de seu uniforme de quadribol e perdia altitude para alcançá-los.
No meio do caminho, ele viu a Prof. McGonagall criar uma barreira de
proteção em volta deles. Irritados, os Comensais continuaram
com o seu vôo e procuravam deter outras pessoas. A diretora da
Grifinória conseguiu deter um deles. - HARRY! Foi então que mais uma coisa o afligiu: Cho estava
sendo encurralada por dois Comensais. Embora fosse ágil com a
sua vassoura, ela não conseguia escapar deles. Harry deu impulso
e tentou alcançar Cho. Sem conseguir pensar em nada, a única
coisa que ele pode fazer foi apontar sua varinha em direção
a um deles e gritar: - Estupefaça! Harry nunca tinha usado um feitço de estuporação.
Lampejos e raios saíram da ponta de sua varinha e atingiu o Comensal,
que perdeu o equilíbrio e acabou caindo da vassoura. Ele não
foi bem estuporado, mas foi o suficiente para Cho fugir em direção
oposta ao outro Comensal. Por pouco, Harry não é atingido por um feitiço
de estuporação. Percebeu então que havia um deles
o seguindo. - Detenham-o! - o seguidor de Voldemort gritou para outros
que estavam mais próximos. Harry reconhecera a voz. Era de Lúcio
Malfoy. Draco estava sentado calmamente, na arquibanca da Corvinal.
Ao seu lado, estava Crabbe e Goyle, também despreocupados com
a situação. Um ódio indescutível se misturou
ao temor que o apanhador da Grifinória estava sentido. Viu Draco
se divertindo com a situação e percebeu que, mais um pouco
adiante, uma garota sonserina de cabelos castanhos presos, abraçando
um pequeno garoto, estava com olhares fixos em todos os Comensais. Sua
expressão era séria e estampava ódio. Não
havia medo e nem desespero. E o garoto que ela estava abraçando...
vestia um uniforme vermelho de quadribol. Era Ícarus Avery! Não havia tempo para Harry tentar entender a situação;
ele teve que driblar alguns Comensais para não ser pego. - Estupefaça! Harry desviou facilmente deste ataque. Passou diante dele,
despontando para cima. Grande erro que cometera; um grito feminino foi
ouvido lá do alto. Cho, que estava nessa direção, desmaiou
em seguida. Seu corpo inerte agora, obedecia à lei da gravidade
e caindo diretamente ao chão. Sem ligar para o que lhe poderia acontecer, Harry voou
o mais rápido que pôde em direção a Cho.
Descia em alta velocidade, desviando de muitos feitiços. Prestes
a bater no chão, e graças a sua habilidade de um grande
apanhador, conseguiu pegar o corpo da garota em seus braços.
Aliviado, ele abraçou-a, e desejou que aquilo não estivesse
acontecendo. Podia sentir a respiração dela, mas estava
completamente desmaiada. Ele não podia perdê-la. Não
podia deixar mais alguém inocente morrer. Cedrico morreu por
causa dele. Cho não teria esse mesmo fim. Ele não iria
deixar que isso acontecesse. - Potter, saía daí! - a Profa. McGonagall
avisou, estuporando um Comensal antes que ele atacasse o casal. - O
que pensa que está fazendo? Junte-se com os outros professores
que eu e Flitwick vamos dar um jeito nisso. - Se Dumbledore estivesse conosco... - lamentou o professor
de feitiços. - Infelizmente ele não está. Vamos tentar
detê-lo o quanto nós pudermos. Harry decidiu levar Cho para junto dos alunos da Grifinória,
que estavam sendo mantidos acuados em um dos cantos do estádio.
Avistando Hermione e Rony, ele desceu o mais rápido e depositou
Cho nos braços da amiga. - Cuide bem dela, por favor. - Harry pediu. - O que pensa que vai fazer? - Hermione perguntou, aflita. - Tenho que impedir que algo mais aconteça. - Você não pode fazer isso! - Hermione suplicava.
- Harry, você não tem poder para fazer isso e... - ela
calou-se, pois Harry já voava bem alto e ficava cada vez mais
longe, desobedecendo as ordens da Profa. McGonagall. - Ele é louco! - Rony exclamou. A dor de sua cicatriz não era mais forte quanto
ao ódio que sentia daqueles bruxos mascarados. Harry sabia o
quanto eles o queriam; provavelmente, Voldemort podia estar entre eles.
A única coisa que ele queria era vingar-se; vingar pela morte
de seus pais, vingar pelo que fizeram com seu padrinho Sirius, vingar
pela morte de Cedrico, vingar por ter atingido Cho e vingar por tudo
e por todos. Ele conseguiu derrotar o Lord das Trevas três vezes,
por que haveria de ter medo agora? Mesmo que, da última vez,
tenha recebido ajuda de seus pais, ele precisava provar que podia encarar
sozinho os seus medos e enfrentá-los sem a ajuda de ninguém.
Sobrevoando por todo o campo, Harry podia ouvir os gritos
de pavor de todos os alunos e os sermões da Profa. McGonagall
por ter a desobedecido. Escapando de todos os feitiços que os
Comensais lhe atiravam, mais uma vez ele viu a arquibancada onde estava
Malfoy, Crabbe e Goyle. Os três sonserinos não estavam
mais lá. Aonde teriam ido, Harry não tinha a menor idéia.
Mas a garota de cabelos presos ainda estava na mesma posição.
Harry percebeu que Ícarus estava chorando nos braços dela,
e que ela o abraçava comf força para protegê-lo
de quem quer que fosse. Eles não foram atacados. Será
que Avery, o Comesal da Morte, sabendo que é seu filho, pediu
para que ninguém o machucasse? Seria assim que funcionavam as
coisas. Lúcio Malfoy sempre fazia as vontades de seu filho Draco,
e com Avery não seria diferente. Por um estranho momento, os olhos de Harry se encontraram
com os da sonserina. Era um olhar frio e vazio, que lembrava muito o
olhar de Snape. Ela encarava-o seriamente, e não demonstrava
sequer surpresa ou medo naquele crucial momento. Um lampejo mais forte brilhou naquele céu escuro.
Alguns Comensais recuaram, e Harry percebeu que aquilo não estava
programado entre eles. Aproveitando a surpresa dos seguidores de Voldemort,
Harry pegou a sua varinha e decidiu lançar o feitiço de
estuporação, mesmo que ele não tendo experiência
suficiente para este feito. Determinado, ele passou a seguir os Comensais.
Mas o céu estava sendo clareado novamente e todos eles sumiram
de vista, correndo em uma velocidade que Harry não poderia alcançar.
A dor de sua cicatriz estava amenizando, diminuindo conforme
o céu clareava. E Harry era o único que estava voando.
Confuso com essa situação, seguiu os Comensais que se
camuflavam no meio das folhagens da Floresta Proibida e percebeu que
não existia mais nenhuma barreira invisível. Olhou para
baixo e viu que todos estavam tão confusos quanto ele. Do lado
de fora, ele viu Alvo Dumbledore, Remo Lupin, Olho-Tonto Moody e Arthur
Weasley, todos com varinhas em mãos. O que eles estavam fazendo
ali, Harry não sabia responder. O fato era que tinha certeza
que a barreira tinha sumido com a intervenção dos quatro. Da porta de entrada do castelo, os alunos que não
foram assistir o jogo, estavam ali, parados e assustados com o que viram.
Inquietos e amedrontados, não mexiam sequer um dedo. - Potter, desça já aqui! A Prof. McGonagall estava realmente furiosa com isso.
Ao mesmo tempo, ela não conseguia esconder o alívio que
sentia ao ver que as coisas estavam voltando ao normal. Harry desceu rapidamente, vendo o que aquele desastre
tinha causado: muitos alunos estavam desmaiados no chão. Madame
Hooch foi acordada por Flitwick, e ela, meio tonta, tentava lembrar-se
do que tinha acontecido. Cho ainda estava desacordada. Hermione, sentada
no chão, segurava-a firme e olhava fixamente para Harry, que
vinha em sua direção. - O que você queria fazer, Harry? - ela disse, nervosa.
- Imagine se os Comensais não tivessem recuado! Provavelmente
você já estaria morto e... - Como ela está? - Harry interrompeu os comentários
da amiga, apontando para Cho com os olhos. - Ela está bem! - Rony respondeu. - Está
apenas desmaiada, nada mais. Ela não caiu de uma queda de quinze
metros, como o resto do time da Corvinal. - e apontou para os alunos,
com uniformes de quadribol azuis que jaziam no chão. - Fora os nossos artilheiros que estão estuporados
também! - Jorge surgia atrás deles, junto com o seu irmão
gêmeo e Gina, que estava assustada e agarrava com força
o braço de Fred. Dumbledore, Lupin, Moody e Arthur Weasley entravam no
campo naquele momento, sempre buscando algum vestígio no céu.
- Dumbledore! - McGonagall dirigiu-se rapidamente ao diretor.
- Me diz, o que aconteceu. - Eles conseguiram, Minerva! - Dumbeldore respondeu, olhando
para cima. - Eles conseguiram ultrapassar todas as nossas defesas! - Pai! - Rony exclamou, assim que viu Arthur Weasley.
Os gêmeos correram até ele, assim como Gina o fez. A garota,
bastante assustada, choramingou nos braços do pai, que retribuiu
o carinho dela e abraçou todos os seus filhos. - Que bom que vocês estão bem! - ele disse.
- Pensei que tinha acontecido algo com os meus filhos. - Que é isso, pai! - Fred falou. - Sabemos nos
defender! O Prof. Lupin andava entre os alunos, e alguns até
se levantaram para falar com ele. Lupin foi o melhor professor de Defesa
Contra Artes das Trevas que os alunos já tiveram e, mesmo que
todos saibam que ele era um lobisomem, ainda o consideravam bastante.
Depois, Lupin encontrou com Harry e perguntou paternalmente: - Você está bem, Harry? Harry afirmou com a cabeça. Estava pensando no
que tinha acontecido ali: os Comensais entrando em campo de repente,
atacando as pessoas... tudo tinha acontecido por causa dele. Porque
Voldemort o queria. - Eu senti, professor! - Harry começou. - A cicatriz...
ela... doeu. - Voldemort estava por perto, Harry! - Lupin respondeu.
- Por isso, nós viemos para cá. A presença dele
estava bastante forte pelos arredores de Hogwarts. - Quer dizer que... - Chegamos bem a tempo. Mais um minuto de atraso, Harry,
Voldemort conseguiria devastar essa escola. - Eles fugiram... - Sim, eu sei. Deixe-os fugir. Da próxima vez que
vierem, estaremos mais preparados. - Lupin! - Moody o chamou. Ele estava conversando com
Dumbledore e McGonagall. - Venha até aqui! Lupin pediu licença ao garoto e se juntou aos outros.
Harry voltou para Hermione, que ainda segurava Cho. - Acho que ela deve ir para a ala hospitalar, Harry... - O que você quer dizer com isso, Mione? - Flitwick tentou reanimá-la há pouco...
Cho não acordou.
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