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Capítulo 14 - A terrível notícia O desaparecimento da professora de Defesa Contra Artes
das Trevas caiu como uma bomba em Hogwarts. Muitos alunos achavam que
ela foi seqüestrada pelos Comensais durante o jogo; mas a maioria
acreditava que ela era uma impostora e estava do lado de Lord Voldemort. - Como se explica o fato dela falar sem nenhum medo o
nome de... Você-Sabe-Quem? - um aluno da Lufa-lufa perguntava
para o colega do lado, na hora do café da manhã de segunda-feira. - O que vocês acham? - Simas perguntava para os grifinórios do quinto ano, sentados na mesa de sua casa. -Acham que ela tem algo a ver com o ataque de sábado? - Não sei... - Rony respondeu, colocando mais geléia
no pão. - Mas o fato de o Lupin a substituir me deixa bastante
contente! - Ele é um lobisomem, Rony! - Parvati dizia, enquanto
Lilá confirmava com a cabeça. - Como você pode querer
que um lobisomem nos dê aula e... - Ele é pelo menos um lobisomem legal! - justificou.
- Diferente daquela Lies, que nem isso era... Harry apenas observava a comida sobre a mesa e as pessoas
que estavam em volta dele. Não tinha vontade de responder nada,
e nem participar da conversa; mesmo estando feliz com o fato de Lupin
voltar a dar aulas para ele. Harry tinha passado o domingo inteiro na
ala hospitalar, esperando alguma reação de Cho. Por que
ela estava daquele jeito? Recebeu um feitiço de estuporação,
assim como os outros que foram atingidos. Todos acordaram, menos ela.
Harry levantou a cabeça e começou a olhar
em volta do salão. Na mesa dos professores, Dumbledore e McGonagall
conversavam seriamente; um assunto que Harry achou que devia ser sobre
o ataque dos Comensais e o desaparecimento da Profa. Lies. Por outro
lado, Snape sorria satisfeito, mesmo com Lupin sentado ao lado dele.
Snape estava completamente atordoado. Talvez, o motivo disso poderia
ser até Lupin, mas Harry teve certeza que a Profa. Lies era o
que preocupava o diretor da Sonserina. Falando em Sonserina... Na mesa da casa de Snape, Harry
viu a irmã de Ícarus. Nunca havia reparado nela antes.
A primeira vez que a viu foi na primeira aula de Defesa Contra Artes
das Trevas desse ano. Porém, ele mal deu bola quando a viu, mas
agora... Ele precisava falar com ela. Uma garota que vive com um Comensal
da Morte podia ser um perigo para ele; não se sabia as intenções
dela e nem se ela estava seguindo os mesmos passos que seu pai. A garota de cabelos castanhos presos estava isolada. Não
dirigia uma palavra a ninguém, e tomava seu café da manhã
em silêncio. Foi quando de repente, Harry viu Draco levantar-se
de seu lugar e ir falar com ela. O Salão Principal estava lotado de tanta gente,
e devido aos fatos que decorreram recentemente, todos se encontravam
agitados. Harry queria levantar-se de seu lugar e ir até onde
os dois sonserinos estavam conversando; afinal, o que eles tanto falavam?
Ele viu a expressão de raiva que a irmã de Ícarus
fizera para Malfoy, e viu a insistência dele em querer convencê-la
de alguma coisa. Os dois, filhos de Comensais, conversavam sem parar. O
que eles estariam tramando? - Harry! - Hermione puxou a manga dele. - Acorda! Harry viu que o Salão se encontrava mais agitado
do que no início do café da manhã. As corujas voavam
no alto do teto, e já tinham despejado as correspondências
para seus devidos donos. Edwiges não lhe trouxera nada. A badalação que iniciava vinha daqueles
que estavam com o Profeta Diário na mão. Hermione estava
meio trêmula, e hesitava em mostrar o exemplar do jornal daquele
dia. - Me dê isso, Mione! - Harry tentava pegar o exemplar
da mão da amiga. - Acho que você não vai gostar do que vai
ver, Harry! - Rony comentava, sem tirar os olhos do jornal. Harry, aproveitando a concentração do amigo, puxou o jornal de Rony, e arregalou os olhos quando viu a foto de Sirius estampada na primeira página: SIRIUS BLACK FINALMENTE É CAPTURADO A respiração de Harry acelerou. Seu padrinho
estava de volta a... Azkaban! - Isso é estranho... - Hermione dizia, percorrendo
rapidamente com os olhos por todo o jornal. - Eles nem sequer comentaram
sobre o ataque dos Comensais de sábado. Eles simplesmenmte ocultaram
esse fato... - Mione, você é louca ou o que? - Rony quase
gritou com a amiga. Depois, voltou a sussurrar, para ninguém
poder ouvir. - Sirius foi preso e você está preocupada
com o fato deles nem ter publicado mais uma matéria sensacionalista? Harry sentiu um frio no estômagomal conseguindo
se nexer. Rony não parava de discutir com Hermione. Harry precisava
buscar apoio em alguém. - Pelo menos, temos um servidor de Voldemort a menos,
não é, pessoal? - Neville comentava com todos que estavam
ali na mesa. Rony e Hermione forçaram um sorriso. Harry voltou
a olhar a mesa dos professores. Dumbledore e Lupin agora, estavam de pé, e conversando
sobre algo. Snape interferia no meio, mostrando o Profeta Diário
daquela manhã com um sorriso enviesado. Nenhum deles olharam
para as mesas dos alunos. Os professores notaram o estranho comportamento de Harry,
mas ninguém interveio nada. Rony e Hermione entreolharam-se e
decidiram ir atrás dele. - Me deixem! - Harry pediu, quando os dois haviam o alcançado
na porta no Salão Principal. - Quero ficar sozinho... - Mas, Harry... - Mione insistia. - ME DEIXEM! - Harry agora gritava, chamando a atenção de todos que estavam por perto. Ele olhou para todos e correu. Para aonde, nem ele mesmo sabia. * * * Andar sem rumo pelo castelo fez com que Harry chegasse
à ala hospitalar. Ele sabia que não foi por acaso; alguma
coisa o atraiu para lá. Ele entreabriu a porta com cuidado, fazendo o menor ruído
possível, a fim de verificar se ninguém estava por lá.
Madame Pomfrey o avistou; ela estava observando Cho. A apanhadora da
Corvinal ainda estava deitada, mas não parecia morta. Respirava
lentamente; era como se estivesse em um sono profundo. - Olá, Potter! - Madame Pomfrey o cumprimentou.
Harry sorriu e acenou. - Eu estava precisando mesmo eu alguém
ficasse de olho na Srta. Chang. Tenho que resolver algumas coisas com
a Prof. Sprout. Você pode ficar aqui por alguns instantes? Ou
irá ter aula daqui a pouco? Harry tinha aula de Adivinhação dali a quinze
minutos, mas a sua cabeça estava tão perturbada que ouvir
a Prof. Trewlaney predizendo coisas terríveis no momento em que
seu padrinho estava em Azkaban seria torturante. - Não, não tenho aula. - mentiu. - Eu fico
com Cho, pode ficar tranqüila. Madame Pomfrey retirava-se do aposento ao mesmo tempo
em que Harry sentava-se em um banquinho ao lado da cama de Cho. Ela dormia profundamente; sua respiração
era longa e pausada. Harry admirava a beleza da garota que, mesmo com
seus cabelos desalinhados, lhe davam uma aparência agradável.
Sorriu, apesar de saber que ela não retribuiria. Estar ao lado de Cho reconfortava o misto de sentimentos
que ele sentia naquele momento; a culpa por ser responsável pelos
ataques de Voldemort, a culpa por fazer Cho passar por aquilo e a pior:
a culpa por Sirius ter sido pego em Azkaban. Sim, pois na certa, o padrinho
estava tentando protegê-lo, se expondo diante de todos apenas
para cuidar dele. Em uma dessas, Sirius foi capturado novamente. Harry jogou a cabeça em cima de suas mãos,
fechadas e apoiadas com os cotovelos nos joelhos. Estava fazendo tudo
errado. A porta da ala hospitalar de repente se abrira, e Harry
reconheceu a garota que entrava ali. - Ah, desculpe... - a irmã de Ícarus pediu,
já recuando e voltando para o corredor. - Pensei que a Srta.
Chang estava sem visitas... - Espere! - Harry se viu dizendo, levantando-se na mesma
hora. O pedido do grifinório surpreendeu a sonserina.
Olhando desconfiadamente para Harry, ela relutou em não dizer
nada. Apenas o encarava, esperando o que o famoso Harry Potter tinha
a dizer. - Srta. Avery, não? - Harry se aproximou da garota,
que permanecia imóvel. - Sim, Sr. Potter. - ela olhou para a cicatriz de Harry.
- Eu mesma. - Conhece a Cho? - Mais ou menos. Ela me ajudou nos estudos há dois
anos atrás, quando eu estava indo meio mal nas provas. Desde
então, a gente se fala de vez em quando. Por quê? O olhar da irmã de Ícarus perfurava o de
Harry como se fosse uma lança. Não demonstrava raiva nem
ódio, mas a frieza era tamanha, que não pode deixar de
incomodá-lo. - Por nada... - Harry sentiu-se meio desconfortável.
Tentou mudar de assunto: - Não tem aula pros alunos da Sonserina
agora? - Tem aula de Herbologia... - ela respondeu sem emoção.
- Mas achei que em horário de aula, eu poderia visitar a Cho
sozinha. Não pensei que alguém iria matar aula para visitá-la... Harry encarou a garota. Ela era fria, mas tinha um olhar
determinado. - Nesse caso... - Avery disse. - Esperarei lá fora.
Quando você resolver sair, eu entro. - e virou-se novamente, fechando
a porta. Harry permaneceu calado. Tentava ordenar aquele turbilhão
de idéias que confundia a sua mente. Em poucos segundos, ele
abriu a porta e olhou para os lados dos corredores afora. A irmã
de Ícarus estava encostada na parede, com os braços cruzados.
Ela o encarou, e perguntou calmamente: - Terminou a sua visita? - Eu... eu tenho que conversar com você! - Harry
ajeitou os óculos, que escorregavam pelo seu nariz devido à
sua transpiração. Ele não entendia o por quê
de estar tão nervoso. A presença dela o incomodava muito. - Falar sobre o quê? - ela continuou indiferente
àquela situação. - Bem, não acho apropriado a gente falarmos aqui.
- Harry consultou o relógio. - A sala de troféus deve
estar vazia, a gente podia ir lá conversar. Ainda falta bastante
tempo para a próxima aula... - Certo. * * * A sala de troféus estava empoeirada como Harry
jamais tinha visto antes. Filch estava atrasado com os seus serviços
de faxina; ultimamente, nenhum aluno tem sido levado para cumprir detenção.
- É estranho, não é, Potter? - a
garota passava o dedo por diversos troféus, examinando o pó.
- Ultimamente ninguém tem sido levado para cumprir detenção.
E deve ser por isso que Filch não anda conseguindo cumprir suas
tarefas como faxineiro. Harry permaneceu calado. - O que foi, Potter? - Avery perguntou, vendo que ele
estava com os olhos arregalados. - Eu disse alguma coisa errada? - Não, é que... eu estava pensando a mesma
coisa. Pela primeira vez, ela sorriu para ele. Harry retribuiu
o sorriso da garota, mas logo o desfez, lembrando o motivo do qual a
chamara para ter essa conversa particular. - Então, Potter. - ela cruzou os braços,
também desfazendo o seu sorriso. - O que me traz até aqui? Harry respirou fundo e começou: - Eu já havia conversado com seu irmão,
Ícarus, sobre o pai dele. Que aliás, é seu pai
também. Ela afirmou com a cabeça. - Ele me disse que vive com a mãe e que, sua irmã,
no caso você, vive com o pai. - Olha, Potter. - ela interrompeu. - Acho que você
não tem o direito de se meter na minha vida ou na vida do meu
irmão. E muito menos que, é a primeira vez que você
fala comigo, não é? - ela crispou os lábios. -
Estamos estudando há cinco anos e você nunca me dirigiu
a palavra. Agora, não entendo o seu súbito interesse em
minha família. - Não entende? - Harry ironizou. - Acha que eu
não sei quem é seu pai? A garota calou-se. - Acha que eu não sei o que ele foi, ou melhor,
o que ele ainda é? - Harry disse subitamamente. - E o que pretende fazer a respeito, Potter? - ela o encarou
raivosamente. - Contar para Dumbledore o que ele já sabe? Caia
na real! Todos sabem o que o sobrenome "Avery" significa.
Todos sabem do passado do meu pai. - Por isso mesmo, acho que eu devo tomar cuidado com você. - Já começou errado. Eu poderia lançar
uma Maldição Imperdoável em você agora mesmo.
- ela tirava a sua varinha das vestes e apontava para ele. - Preste
atenção: a primeira coisa que você tinha que fazer
era ficar calado quanto às suas descobertas. Jamais revele o
que está pensando para o seu inimigo, ou não terá
tempo nem mesmo para se arrepender. A sala de troféus agora se encontrava em um silêncio
profundo. A irmã do goleiro da Grifinória continuava apontando
a varinha em direção a Harry, que estava petrificado.
Não tinha pensado em nada disso. O seu desespero em relação
ao seu padrinho deixou-o atordoado. Todas essas perdas acabavam com
ele lentamente, e ele era levado pelos seus impulsos antes que a sua
mente começasse a trabalhar. Ele tentou buscar sua varinha no
meio de suas vestes, mas a cada movimento, mesmo sendo o mínimo
que fosse, a garota empunhava mais ainda a varinha, chegando quase a
encostá-la em seu nariz. De repente, ele ouviu a risada baixinha
da Avery. - Como você é ingênuo, Potter! - ela
se divertia, enquanto guardava a sua varinha de volta em suas vestes.
- Se eu fosse matar você, não esperaria que fosse aqui,
não é? A segunda coisa que você deve aprender é
que o inimigo nunca ataca quando está em desvantagem. Matar você
aqui seria o meu suicídio; estamos em plena Hogwarts e garanto
a você que, os únicos alunos que não estão
assistindo aula somos nós. Evidentemente, todas as supeitas iriam
cair sobre mim e eu não teria muitas defesas, já que todos
conhecem os meus antepassados, não é mesmo? Harry olhou para a garota, que ainda se divertia com a
situação. - Acho que você anda preocupado com muitas coisas.
Não sei o motivo de seu desespero, mas acho que ele está
tomando conta de você, além de estar bloqueando o seu cérebro.
Faça juz de seu nome, Harry Potter, o menino que sobreviveu. - Está me dando aulas de Defesa Contra Artes das
Trevas, por acaso, Avery? - Por isso que eu digo: as garotas sempre amadurecem antes
dos garotos. - Hã? - Interprete como quiser, Potter. Apenas, deixe-me ir
ver Cho. Se quiser me procurar novamente, que eu tenho certeza que irá,
pode procurar. - ela abria a porta da sala de troféus. Estava
saindo da sala, quando ela recuou novamente e virou-se para Harry. -
A propósito, Potter: pare de me chamar de Srta. Avery. Terceira
coisa: meu nome é Íris. Ela virou-se novamente e, antes de conseguir fechar a
porta, ela conseguiu escutar Harry dizendo: - Ok, Srta. Íris. Meu nome é Harry.
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DeAth*§* |
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