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Capítulo 18 - O fim de um longo sono Harry e Íris estavam do lado de fora do castelo;
perto da casa de Hagrid, eles sentaram-se à beira de algumas
árvores, quase na orla da floresta proibida. As estrelas irradiavam
no céu, e a lua cheia era refletida pelo imenso lago. - O que Malfoy queria com você ontem? - Harry foi
direto no assunto. - O quê? - Íris foi pega de surpresa. - Do
que você está falando? - Eu ouvi a conversa de vocês dois ontem, na ala
hospitalar... Íris levantou-se repentinamente. Ela olhou para
Harry, que ainda estava sentado e esperava uma resposta da garota. - Não pensei que você fosse de ouvir as conversas
dos outros, Potter! - Íris, escute... - O que eu e Malfoy conversamos ali só diz respeito
a mim e a ele. Portanto, não se intrometa nos assuntos alheios! Ela já estava voltando para o castelo, quando Harry
segurou seu braço. Íris não virou seu rosto; ela
não estava a fim de ver Harry novamente. Apenas o escutou: - Tudo bem, mas eu preciso ainda te falar uma coisa! - Diga, então! - disse, ainda sem olhá-lo. - Bem... se tiver algum problema com Malfoy, me avise.
Eu estou querendo apenas te ajudar... Ela soltou-se de Harry naquele instante, e olhou para
ele. - Por que isso agora, Potter? - Não sei... - Harry respondeu. - Eu não
quero acreditar que você seja como Malfoy, ou como... como seu... - Meu pai, você quer dizer? - ela sorriu. Harry afirmou balançando a cabeça. Não
entendia o porquê de estar fazendo aquilo; mas sentia que Íris
merecia um voto de confiança. Ela fazia de tudo para ajudar Ícarus
e, sendo assim, já ganhava um ponto positivo com ele, por se
importar com o irmão. - Por que está com medo de falar sobre meu pai,
Harry? Daquela vez, você foi tão espontâneo, jogando
na minha cara o que ele é... - Daquela vez eu estava com raiva. - ele confessou. -
Hoje eu não estou. - Com raiva de mim? - Não... quer dizer... bem, esqueça! - Ok. Eu já esqueci. Íris sorriu novamente. Pela primeira vez, Harry
a viu de um modo diferente; sentiu ternura por ela e percebeu o quanto
ela era bonita. Ficou meio sem jeito perante aquela situação,
pois alguma coisa nela o atraía. - Vamos voltar para a festa? - ela sugeriu. - Vamos. - Harry respondeu, meio sem jeito. Se Íris não fosse da Sonserina, Harry poderia
ter total confiança nela. Mas ele estava consciente de que todos
desta casa possuem méritos e objetivos, e fariam qualquer coisa
para poderem alcançá-los. Harry queria arriscar. Afinal, ela não poderia ser tão ruim, depois dessa segunda conversa que teve. Se ele mantesse algum laço de amizade com ela também, poderia descobrir se o que ela está fazendo, e se é ou não a favor de seu pai. * * * O dia amanheceu ameno; o verão estava acabando,
e todos os alunos de Hogwarts começavam a andar com mais blusas.
O frio estava chegando, e Harry se sentia ainda meio inquieto com tudo
o que aconteceu neste ano. E o melhor lugar que ele se sentia bem para
refletir sobre essas coisas é ao lado de Cho. Porém, Íris também não lhe
saía de sua cabeça; ele não sabia o porquê
disso, mas sentia-se como se estivesse dominado por ela. E isso estava
o incomodando muito. Harry era um dos únicos alunos acordados naquela
manhã; era domingo e quase todo mundo dormia até mais
tarde. Para ele era ótimo; poder visitar Cho sem que ninguém
o incomodasse era muito bom. Descia as escadas ainda pensando em Íris; queria
saber mais sobre ela, saber o que ela pensa e o que ela faz. Era um
sentimento estranho, diferente do que sentia por Cho. Não pôde pensar muito nisso; quando ele abriu
a porta da ala hospitalar, levou um susto: a Profa. Lies estava com
as vestes negras surradas, os cabelos desalinhados, sentada na cama
de Cho e com as duas mãos sobre a face da apanhadora da Corvinal.
Lies murmurava algo incompreensível, e Cho estava tendo convulsões;
estava transpirando, e Harry podia sentir a sua agonia. - PROFESSORA LIES!!! O grito de Harry fez com que Lies perdesse a concentração.
Ela olhou para o garoto, que empunhava a varinha com as mãos
na sua direção. Harry viu que ela também suava,
e aparentava muito cansaço. - Potter, não... - Lies tinha olhares de súplicas,
e ainda mantinha suas mãos sobre a face de Cho, que se contorcia
de dor. - SOLTE CHO AGORA! - Harry disse, descontrolado. Ele estava
prestes a fazer qualquer coisa, qualquer feitiço que viesse em
sua cabeça ele iria lançar ali. - Potter, me escute, eu não estou... - CALE A BOCA! - os gritos do garoto ecoavam por toda
a ala hospitalar. - TIRE... AS MÃOS... DE CHO! - Espere, Potter, eu posso explicar... - EXPELLIARMUS! Luzes faiscaram da ponta da varinha de Harry, e se chocaram
com um outro feitiço. Mas esse feitiço não vinha
da Profa. Lies, vinha de uma outra pessoa que o cancelou por trás
de Harry. - Lies! - Snape ainda apontava a varinha na direção
dela. Ele desviou o olhar e encarou Harry. - Potter, o que pensa que
está fazendo? - Professor! - Harry parecia incrédulo com isso.
- Ela estava tentando matar Cho, eu vi... Os olhos de Snape cintilaram naquele momento. Ele dirigiu-se
à Profa. Lies e parou na sua frente. Ela ainda estava com as
mãos sobre a face de Cho, que ainda respirava com dificuldade. - Solte-a, Lies! - ele pediu, com a sua voz fria e letal. Ela estava assustada, mas mesmo assim, insistiu: - Snape, eu não posso, eu... - Eu sabia que você não era confiável,
Lies! - Snape apontou a varinha na direção dela. - Solte
a Srta. Chang ou irá se arrepender! - Snape, você não entende, eu preciso... - Último aviso, Lies! - ele interrompeu. Harry
observava a cena em silêncio, mas ainda mantinha a sua varinha
apontada para os dois. - Se não soltá-la, eu juro que
não vou medir as conseqüências de meus atos! Harry sentiu uma mão pousar sobre seu ombro. Ele
olhou para trás e encontrou o diretor de Hogwarts sorrindo para
ele. Não parecia preocupado com o que estava acontecendo na ala
hospitalar. Seus olhos azuis dirigiram-se para os dois professores.
Lies olhou para o diretor, e isso fez com que Snape também olhasse
para trás. - Deixe-a, Severo! - Dumbledore disse. Harry abriu a boca e protestou: - Professor, ela está tentando matar Cho, o senhor
não pode deixar... - Confie nela, Harry! - Dumbledore levantou a mão,
em sinal de silêncio. - Confie nela! - Diretor! - Snape também estava inconformado.
- Não pode confiar nela! Ela sumiu há um mês e só
agora retorna! Não sabemos onde esteve e... - Por favor, Kehara. - o diretor ignorou o Prof. de Poções.
- Continue! Lies sorriu, e voltou a se concentrar em Cho. Harry teve
vontade de impedi-la de fazer Cho sofrer, mas ele estava sendo segurado
pelo ombro com a mão do diretor. A Profa. de Defesa Contra Artes
das Trevas voltou a murmurar palavras esquisitas, que lembravam muito
a língua latim. Cho se contorcia de dor; Harry não estava
entendendo o que Dumbledore pretendia com tudo isso. O sofrimento que Harry via em Cho parecia que era infinito;
ela continuava a transpirar e se movimentar na cama sem parar. Aos poucos, a voz de Lies foi cessando. Cho estava ficando
menos agitada, e a dor agora estava indo embora de seu rosto. Lies também
estava esgotada; havia liberado muito esforço para aquilo que
Harry não compreendia o que tinha feito. Snape olhou com desprezo para Lies, que não estava
mais agüentando em pé. Ela tentou se levantar, mas não
conseguiu. Antes que caísse, Snape a segurou em seus braços.
Estava indiferente perante ela; apesar de estar a ajudando. - Obrigada... - ela agradeceu, arfando. Em seguida, desmaiou. Dumbledore soltou Harry e caminhou em direção
à cama de Cho. - Leve-a para o quarto dela, Severo! - o diretor pediu.
- Ela precisa de muito descanso. Snape apenas consentiu e, carregando a professora em seu
colo, saiu da ala hospitalar, não olhando um minuto sequer para
Harry. O garoto ficou observando os dois professores até eles
saírem da ala hospitalar. - Aproxime-se, Harry! - Dumbledore disse. Em passos lentos, Harry se aproximava, temendo o que fosse
encontrar. Seu coração batia descompassado; ao mesmo tempo,
estava ansioso para vê-la. Cho estava abrindo os olhos lentamente.
Ela sentia a luz forte e não conseguia enxergar ainda muito bem.
Estava despertando de um longo sono. - Cho? - Harry a chamou, sentando do lado dela. Ela forçou os olhos para tentar enxergar quem estava
na sua frente. - Harry? - ela o reconheceu. Harry segurou a mão dela ternamente. Ela sorriu,
mas ainda não conseguia enxergar bem; estava forçando
os olhos e logo, notou a presença de mais alguém, que
não conseguia distinguir. - Diretor? - Cho arriscou. - Seja bem-vinda de volta, Srta. Chang! - Dumbledore se
aproximou, demonstrando alegria a ela. - Espero que não volte
a dormir tanto assim... Cho estava ainda confusa; não tinha consciência
do tempo que estivera em coma. Parecia apenas que ela estava despertando
de um longo sono, e se sentia bem descansada e disposta. Ergueu seu
corpo para levantar-se, e Harry a deteve: - Por favor, não se esforce ainda... - Harry, eu estou bem! - ela tentou se levantar, mas foi
empurrada de volta para a cama. Cho se espreguiçou, mesmo deitada na cama e esfregava
os olhos para desembaçar a sua visão. Harry, que a observava
bastante aliviado e feliz, pensou no que a Profa. Lies fez. Ele olhou
para trás e viu que o diretor já estava saindo da ala
hospitalar. Rapidamente, ele o chamou: - Professor Dumbledore! Dumbledore parou de caminhar e apenas virou-se, sem sair
do lugar. Em silêncio, aguardou o que Harry tinha a dizer. - Professor... - Harry começou. - O que... como...
como a Profa. Lies salvou a vida de Cho se... se nem Madame Pomfrey
conseguiu isso? Pensativo, o diretor respondeu: - Kehara é uma pessoa muito especial, Harry. Você
não faz idéia do quanto ela seja. - Mas... ela... fez isso sem... varinha nenhuma! - E é justamente isso que a torna especial. Sem mais palavras, Dumbledore retirou-se. Harry teve vontade
de seguí-lo e fazer todo aquele turbilhão de perguntas
que fervilhava em sua mente. Quando ia se levantar, sentiu que ainda
segurava a mão de Cho. Ele não podia abandoná-la
naquele momento.
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DeAth*§* |
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