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Capítulo 21 - Revelações Ao entrar na sala de Dumbledore, Harry sentiu-se mais
tenso do que antes. Estar com Snape do seu lado, e sabendo que ele ainda
servia Voldemort, deixava-o bastante incomodado. Dumbledore ocupou o seu lugar habitual, e Snape manteve-se
firme de pé, enquanto Harry se largou na cadeira, exausto, principalmente
por causa da dor de sua cicatriz. A dor que ele sentiu há pouco
atrás só tinha sido forte daquele jeito no ano passado,
quando enfrentara Voldemort frente a frente. - Aconteceu aquilo que eu temia, não é,
Severo? - Dumbledore perguntou, encarando Snape. Snape assentiu. Harry, ainda sem entender, lançou
um olhar de confusão para o diretor. Este, percebendo isso, dirigiu-se
a Harry: - Harry, você precisa saber de muita coisa que anda
acontecendo aqui. Por isso, eu e o Prof. Snape esclareceremos algumas
coisas a você. Harry balançou a cabeça. - Mas, professor, - Snape disse, dando um passo a frente
e mostrando indignação pela decisão de Dumbledore.
- Não acho conveniente que Potter tenha acesso a essas informações.
Ele pode muito bem espalhar pela escola e... - Acalme-se, Severo. Harry precisa saber de muita coisa
para que ele mesmo possa se proteger. E garanto que ele não sairá
espalhando pela escola inteira sobre tudo que colocaremos em questão.
Harry confirmou, balançando a cabeça novamente.
Não conseguia falar. Seu corpo e sua mente estavam naquele momento
ali, apenas para escutar e absorver todas as razões de tantas
coisas estarem acontecendo neste ano. Snape tentou de todas as formas não demonstrar
o seu ódio naquele momento. Harry estava louco para contar o
que vira, mas a voz de Dumbledore fizesse com que o calasse. Nem mesmo
se Snape se rebelasse, transformando-se em Comensal na frente deles,
Harry iria ter forças para se mexer. - Harry. - disse Dumbledore suavemente. - Antes de mais
nada, você precisa saber quem é Kehara Lies. - Você viu que a Profa. Lies curou sua amiga Cho
Chang. - Dumbledore continuou. - E ela fez isso sem o uso da varinha. Era verdade. Harry tinha pensado que Lies estava tentando
matar Cho, mas quando a apanhadora da Corvinal abriu os olhos, ele próprio
se assustou. Por fim, continuou atento às explicações
de Dumbledore: - A Srta. Chang foi atingida por um feitiço muito
comum, conhecido como Estupefaça. Muitos o utilizam para
apagar a consciência das pessoas. Os Comensais a utilizam sempre,
principalmente quando querem deixar apenas as pessoas desmaiadas. No
entanto, esse feitiço é bastante simples de ser quebrado:
apenas com o contra-feitiço Enervate. "O ataque dos Comensais que ocorreu durante o primeiro
jogo de quadribol deixou quase todo mundo que estava em campo inconscientes.
Foi um trabalho e tanto para os professores reanimar os alunos. Mas
algo aconteceu que ninguém esperava: Cho Chang, que também
recebeu esse feitiço, não acordou com o Enervate." - E... por que isso, diretor? - Harry se adiantou. - Existe um Comensal da Morte que aprimorou o Estupefaça. Harry olhou para Snape. Dumbledore fez o mesmo. O professor
de Poções recuou o olhar mas entendeu o que tinha que
fazer. - Lúcio Malfoy aprimorou seu Estupefaça.
- disse Snape, olhando friamente para Harry, e demonstrando que estava
contando aquilo contra a sua vontade. - Seu feitiço não
pode ser quebrado apenas com o Enervate. Quando a vítima
é atingida por seu feitiço, somente ele é capaz
de revertê-lo. - Mas... como Lies... - Kehara Lies é uma pessoa muito especial, Harry.
- disse Dumbledore. - E é sobre ela que você tem que saber. Harry mexeu-se inquieto na cadeira. Snape parou de andar
e sentou na cadeira ao lado, cruzando os braços. - Desde pequena, - começou Dumbledore. - Kehara
possuía um poder que encarna há várias gerações
sobre a família Lies. Ela possui uma magia dentro de si, com
um forte grau de poder de cura. Ela não precisa de feitiços
ou poções para curar as pessoas; apenas pelo toque, ela
consegue transportar a energia de seu corpo para o outro. "Esse poder de cura foi descoberto há milênios
pelos antepassados de Kehara, mas poucos tiveram acesso a ela. Eles
preferiram guardar segredo, para não expor o nome da família.
E tinha sido assim há anos. Até a época do auge
de Voldemort." Snape respirou fundo. Harry olhou para ele, mas o professor
continuava encarando Dumbledore. Voltou a atenção ao diretor,
que continuou: - Voldemort na época, buscava seguidores e punia
aqueles que interferissem o seu caminho. Com inúmeros inimigos,
ele buscava um meio de ficar imortal. Foi aí que ele teve o conhecimento
do segredo da família Lies. "Os pais de Kehara se negaram a servir Voldemort.
E pagaram por isso. Kehara ainda era criança e não entendia
bem o que estava acontecendo. Foi criada por um tempo pelo Lord das
Trevas. Até que foi bem criada, e educada, para servir obediência
a ele. E assim, ela entrou para Hogwarts e caiu na Sonserina.Quando
seus pais foram assassinados, Harry, Kehara devia estar cursando o quinto
ano aqui em Hogwarts, como você." Harry engoliu a seco. - Voldemort a usava para curar pequenos ferimentos, sempre
ao seu favor. - disse o diretor. - E durante esta época, ele
descobriu um modo de manipulá-la: ele próprio aprimorou
o feitiço Imperio. "Você sabe que esse feitiço Harry, faz
com que a pessoa aja como um zumbi. Mas Voldemort conseguiu algo muito
pior que isso: uma vez que ele é lançado sobre a pessoa,
ela tem plena consciência do que está acontecendo, mas
não consegue controlar os seus atos. Ela sofre por dentro." - Quer dizer que... - Sim, Harry. Kehara está sob esse feitiço.
- E devo informar-lhe, Potter, - interrompeu Snape. -
Que se não fosse a minha interferência, talvez você
a encontraria hoje, ainda do lado do Lord das Trevas. A surpresa do pronunciamento de Snape, e da forma que
ele lhe dirigiu, fez Harry quase pular da cadeira. Snape nunca tinha
sido tão formal com ele, embora o professor tivesse se gabando
de sua participação. - É verdade, Harry. - confirmou Dumbledore, ao
ver a expressão de confusão do garoto. - Explique o que
você fez, Severo. Não poupe detalhes. - Quando tornei um dos mais fiéis Comensais da
Morte de Voldemort, a Srta. Lies já estava em um estágio
da magia aperfeiçoada do Imperio bastante avançada. Era
impossível controlar as reações dela, mas dava
pra ver que, aos poucos ela ia compreendendo o que estava acontecendo,
e tinha plena consciência de que tudo que fazia era errado. "Eu era um jovem tolo na época, e achei que
fazia parte da ganância de Voldemort em querer dominar todos.
Não liguei muito para a Srta. Lies; apenas obedecia cegamente
às ordens de meu ex-mestre. Ele havia me incumbido de cuidar
dela e, de certa forma, eu percebi o quanto ela estava sofrendo." - Kehara deve a vida que tem ao Prof. Snape, Harry. -
disse Dumbledore. - Mesmo que ele não tenha conseguido libertá-la
desse feitiço, ele fez com que ela conseguisse controlar essa
situação. Mas estou vendo hoje, que ela não possui
mais controle dessa habilidade. - Mas professor, - Harry tinha uma dúvida. - Se
esse feitiço é pior do que o Imperio, porque Voldemort
não utilizou contra mim no... no ano passado? - Não é um simples feitiço, Potter!
- Snape adiantou-se. - Eu vi como ele é executado. Não
é apenas sacudir a varinha na sua frente e dizer as palavras
mágicas. Voldemort também sofria durante esse ritual.
Duravam meses, dias, e até anos. Quando era executado, esgotavam
todas as suas forças. Da última vez que ele o fez, ele
quase perdeu a consciência. Era como se fosse uma lavagem cerebral,
diretamente da mente dele para a mente dela. - E... a Prof. Lies ainda está sob esse feitiço? - Não necessariamente. - Dumbledore respondeu. - Ela usa seu poder de cura para tentar reverter esse feitiço. O poder dela é tão poderoso que conseguiu
até mesmo reverter o feitiço de Malfoy, não é
mesmo? - Lies chegou a surpreender até a mim, Potter.
- disse Snape. - Mas em conseqüência de ter sido criada por
Voldemort, o orgulho que ela possuía recusava a minha ajuda.
E foram assim pelos restos dos anos, mesmo quando eu não estava
mais do lado das Trevas. - Kehara chegou ao um domínio tão grande
por Voldemort, - prosseguiu Dumbledore - Que a vontade dele chegava
ser a vontade dela. As mentes estavam quase unidas; e ele tinha o poder
de saber o que ela pensava e vice-versa. Por estar nesse nível
de magia tão avançado, ele a nomeou como a "Deusa
da Morte". - Deusa da Morte? - É, Potter. - Snape confirmou, impaciente. - Ela
era a pessoa de máxima confiança de Voldemort. - É apenas uma lenda, não? - Harry arriscou.
Ele lembrava que havia escutado algo parecido em algum lugar; talvez
durante alguma aula de História da Magia. - A Deusa da Morte era uma espécie de líder
dos Comensais. - explicou o diretor. - Não há registros
reais sobre a "Deusa da Morte"; por causa disso, aqueles que
ouviram falar sobre ela a classifica como lenda. De fato ela realmente
existiu, mas de uma maneira sigilosa. O Ministério a mantém
como segredo. "Kehara era uma espécie de guia, que mostrava
os caminhos que os Comensais deviam seguir; decidia quem eram as pessoas
que deveriam morrer. Geralmente era ela quem conjurava a Marca Negra.
Uma vez que ela fazia isso, podia ter certeza de que alguém iria
morrer. Mas quando o Prof. Snape se arrependera pelos seus atos de servidão
a Voldemort, ela foi educada novamente, e a luta para ela se livrar
do Imperio do Lord das Trevas tinha começado." Snape se mexeu da cadeira. Estava ficando impaciente perante
a tantos segredos que estavam sendo revelados. Mas continuou a escutar,
mesmo que Harry via estampado em seu rosto de que ele não queria
que nada daquilo fosse dito. - De início, talvez tenha sido uma luta difícil.
- Dumbledore prosseguiu. - Snape já não estava seguindo
os passos de Voldemort; ele estava agindo ainda como Comensal para poder
passar as informações exatas a nós. Mas como Voldemort
era a mente de Kehara, ele sentia que seu fiel Comensal não estava
agindo como devia; e por isso, ele tratou de afastar a garota dela.
- Tudo que a Profa. Lies fazia, ele sabia? - Harry perguntou. - As coisas não são bem assim, Harry. Voldemort
não escutava tudo o que era dito à Profa. Lies. Mas os
sentimentos eram acoplados um no outro. Kehara estava criando uma profunda
admiração pelo Prof. Snape, e ele sabia que isso atrapalharia
totalmente os seus planos. Ele a criou para ela odiar tudo e a todos,
e não amar ninguém. Snape não se moveu. Ele forçou mais sua
expressão séria, e tentou não parecer incomodado
com tal revelação. - Para afastar Kehara do Prof. Snape, Voldemort teve que
fazer uma nova lavagem cerebral nela. O feitiço dele ficou ainda
mais entranhado em seu corpo, e nenhum dos dois possuíam mais
controle. Kehara quase se matou uma vez, não agüentando
a pressão do feitiço. E teria conseguido, Harry, se não
fosse novamente pela a intervenção de seu professor de
Poções. Dumbledore sorriu, e achou até engraçado
o seu comentário. Harry também fez o mesmo, mas Snape
não parecia alegre. Percebendo isso, o diretor voltou a contar
mais sobre a Deusa da Morte: - Por fim, ela teve que agir conforme a vontade de Voldemort
para continuar a viver. Procurava ficar o máximo que pudesse
em lugares fechados e isolados. Cortou o contato com o mundo, evitando
que uma nova tragédia acontecesse. E, quando Voldemort estava
prestes a se encontrar com seus pais, Harry, ela finalmente se voltou
contra o feitiço de seu mestre e conseguiu se livrar dele, através
de seu poder. - Ela fez isso sozinha? - Sim, Harry. Fechada com o mundo, ela esgotava as suas
forças tentando quebrar o encantamento. E quando o fez, ela resolveu
enfrentar Voldemort sozinha. Eles brigaram feio; foi um duelo equilibrado.
Durante todo o tempo que ela estava sob o Imperio, ela adquiriu as mesmas
habilidades do Lord das Trevas. Foi literalmente Maldições
Imperdoáveis contra Maldições Imperdoáveis.
"Foi então que Voldemort conseguiu controlar
a mente de Kehara. Imediatamente, a luta entre os dois foi cessada,
e ela sofria da mesma maneira que você a viu sofrer hoje na biblioteca." O fato ocorrido há pouco tempo atrás percorreu
na mente de Harry. Então, estaria Voldemort tentando dominá-la
novamente? Harry não imaginava o quanto sua Profa. de Defesa
Contra Artes das Trevas possuía o conhecimento da Magia Negra.
Ela vivera todas elas, sabia de todos os poderes que seu arquiinimigo
possuía. - Por fim, uma pessoa responsável pelos aurores
do Ministério da Magia interrompeu isso e salvou Kehara antes
que o pior pudesse acontecer. Voldemort escapou, e Kehara foi levada
aos cuidados dos melhores aurores que o mundo dos bruxos poderiam ter.
E assim, Voldemort tentou eliminar todos os inimigos que estavam em
seu caminho, inclusive os seus pais... Harry estava achando aquela história impressionante.
Como tanto segredo assim fora guardado até hoje? - Com a queda de Voldemort, - Dumbledore ajeitou os seus
oclinhos. - Kehara continuou vivendo, longe do Prof. Snape, levando
a sua vida, sendo criada parte dela pela professora de Defesa Contra
Artes das Trevas de Hogwarts, e em parte, ela ficou no Orfanato St.
Gilles, em Londres, um lugar especial para crianças bruxas órfãs
e abandonadas. Quando ela estava no último ano, o Prof. Snape
entrou aqui para lecionar Poções. E os dois se encontraram
novamente. "Kehara não suportou em reencontrá-lo;
ela estava em fase de recuperação, apagando todas as lembranças
ruins que ela tinha confiado apenas a mim, e o Prof. Snape trazia recordações
de sua época, quando ela servia Voldemort. Todo o terror que
ela tinha passado veio à tona, e ela voltou a agir da mesma maneira
que agia antes: era a aluna mais insuportável até mesmo
para a Sonserina." - Agiu como uma tola. - interrompeu Snape, crispando os
lábios. - Eu disse a ela que ainda queria ajudá-la, mas
me tratou como se eu fosse o responsável por tudo que ela passou. - E por isso, o senhor tinha que tratá-la da mesma
forma? - Harry ironizou. Snape lançou um olhar assassino a Harry. - Eu trato as pessoas como elas merecem. - disse Snape
friamente. - E se eu a trato mal, é porque ela realmente merece. - Não estamos aqui para discutir quem trata melhor
quem. - Dumbledore se adiantou. - Estamos falando dos motivos dos problemas
que estão, e irão acontecer daqui para frente. - Certo. - disse Harry. - Mas... por que é importante
saber de tudo isso? Ninguém respondeu. Dumbledore ameaçou levantar-se
da cadeira, mas desistiu. Snape não agüentou e voltou a
andar em círculos pela sala. - Voldemort a quer de volta, não é? - Harry
arriscou. - Para ele, Lies ainda estava sob a proteção
dos aurores. - disse Snape, sem olhar para Harry. - Alguém descobriu
que ela estava aqui em Hogwarts, com uma menor vigilância. - Harry, lembra-se de quando a Profa. Lies desapareceu,
no dia do ataque dos Comensais no jogo de quadribol? - perguntou o diretor. - Sim. Ela desapareceu do nada. - Não foi tão do nada. Alguma coisa aconteceu
naquele dia, Harry. O mesmo portal que foi aberto hoje, foi aberto aquele
dia também. Todos os Comensais vieram dele e alguém deve
tê-lo aberto, assim como hoje. - Voldemort a queria. - Snape disse friamente, olhando
diretamente para o diretor. - Tentei afastá-la o máximo
possível para que aquele maldito Avery não a encontrasse.
Naquele instante, a cena da Profa. Lies gritando de dor
sob os pés de Avery na biblioteca voltou à tona. Sem colocar
os fatos em ordem e pensar na situação, apontou o dedo
para Snape: - O senhor está do lado deles ainda! Snape, num sobressalto, ficou sem entender a acusação.
Depois, sua habitual expressão de desprezo voltou a contornar
a sua face. Lançou um olhar para Dumbledore, e o diretor direcionou-se
a Harry: - Confie no Prof. Snape, Harry. É através
dele que obtemos todas as informações sobre os movimentos
dos Comensais. - O senhor é... um espião? - Entenda como quiser, Potter. - respondeu Snape rispidamente.
Depois, caminhou até a mesa do diretor. - Professor Dumbledore,
se me permite intrometer em suas decisões, acho que o Sr. Potter
já está informado demais para poder se proteger. - Harry precisa saber de tudo o que está acontecendo.
Ele tem esse direito. Afinal, Voldemort está atrás dele
também. Snape respirou fundo, mas consentiu. Ele sentou-se na
cadeira e esperou, até que Dumbledore se pronunciou outra vez: - Kehara teve a consciência de que Voldemort estava
atrás dela. Um pouco antes do jogo de quadribol, ela veio até
a minha sala para contar que estava sendo atormentada por pesadelos.
Voldemort na certa, estava tentando entrar em contato com ela. "Na véspera do jogo, o pesadelo foi mais forte,
e ela decidiu então que deveria fugir. O Prof. Snape tentou convencê-la
de desistir desta idéia maluca. Mas não foi simples. Voldemort
dominava a mente dela. E enquanto os Comensais serviam de distração
lá no campo de quadribol, Avery entrou no castelo à procura
dela. E Snape, sem sucesso em achar Lies, distraiu Avery por bastante
tempo, até que ele recebeu o chamado para recuar." - Como os Comensais estão agindo dessa forma e
ninguém toma nenhuma providência? - disse Harry, indignado.
- Não vi nada sendo divulgado sobre o ataque no jogo de quadribol...
e aposto como isso que aconteceu hoje também não será. - Fudge quer ocultar qualquer tipo de atentado relacionado
ao Lord das Trevas. - respondeu Snape. Depois, olhou para Dumbledore.
- Diretor, eu vou me retirar. Tenho que ver como está a Srta.
Lies e me certificar se ela está bem. - Pode ir, Severo. - consentiu Dumbledore. - Ainda tenho
alguns últimos avisos para Harry. Desaprovando ainda a atitude do diretor, Snape saiu da
sala em passos largos, evitando olhar para Harry. Ele mal se despediu
dos dois, e os ruídos de seus passos descendo as escadas diminuíam-se
rapidamente. Dumbledore voltou-se para Harry, que ainda não
estava entendendo direito a situação. Mas não teve
tempo para tirar as suas dúvidas; o diretor explicava antes mesmo
dele se pronunciar: - Harry, eu sei que não deveria ter trazido Lies
para cá, mas achei que Hogwarts seria suficientemente segura
para ela. No entanto, eu me enganei. Provavelmente, a notícia
de que ela esteja dando aulas aqui se espalhou até chegar aos
ouvidos de Voldemort. - Provavelmente foi o Malfoy. - Harry conclui. - O pai
dele é um comensal, podia muito bem ter dito a ele e... - Talvez seja. O Prof. Snape andou conversando com ele
esses últimos dias, e ele concluiu que a informação
partiu realmente da Sonserina. E talvez, Malfoy pode ter sido um dos
alunos a espalhar a notícia de quem estava ocupando o cargo de
professor de Defesa Contra Artes das Trevas. - E quanto ao Prof. Snape? - Eu o trouxe aqui, junto com você, para você
poder ver que ele está do nosso lado. Ignore os atos deles perante
situações como essas, na frente de Comensais. Aja como
se ele realmente fosse um traidor, pois é importante que ele
continue infiltrado por lá. A única preocupação
que eu tenho é em proteger a Profa. Lies. Ela não pode
cair nas mãos de Voldemort novamente, Harry! Não pode! - Lies pode curar Voldemort totalmente, não é
mesmo? - Harry mais afirmou do que perguntou. - Quero dizer... ele conseguiu
reviver, mas ela pode torná-lo novamente perfeito? - Pode. E isso não pode acontecer, Harry. Se acontecer,
Voldemort voltará pior do que era antes, na época em que
seus pais ainda estavam vivos. Se Kehara liberar todo o seu poder de
cura, o transformará em um ser quase imortal. Harry ficou pensativo. Eram coisas impossíveis
de reconciliar, mas ele tinha a obrigação de tentar fazer
com que aquilo não acontecesse. Ele levantou-se e, despedindo de Dumbledore, caminhou
em direção à porta. - Harry! - o diretor o chamou, quando Harry abria a porta.
- Não diga nada à Profa. Lies. E nem sobre a função
do Prof. Snape. Assentindo com a cabeça, Harry saiu, descendo as
escadas circulares e andando lentamente até o Salão Comunal
da Grifinória.
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