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Capítulo 27 - A Deusa da Morte O corredor estava escuro e frio. Harry aproximou-se mais,
adentrando por ele e viu quando os archotes se acenderam. Rony não
estava mais com ele; provavelmente, Harry pensava, Rony estivera acompanhando
as ordens de Hermione e a xingando ao mesmo tempo, e nem se deu conta
quando eu me afastei do grupo. Não sentia muita dor em sua cicatriz, mas ela ardia
de leve. Ele ouviu murmúrios esquisitos atrás da porta
onde estivera o Fofo. Estava acontecendo alguma coisa em Hogwarts, e
provavelmente, era obra de Lord Voldemort. Dumbledore deve ter pressentido
e por isso mandou todos os alunos se abrigarem em sua casa. Harry aproximou-se lentamente e encostou seu ouvido na
porta. Sua cicatriz ardeu mais um pouco, e ele ouviu um barulho muito
alto, de como se lá dentro, estivesse ventando muito. - Pare com isso, papai! - Harry reconheceu a voz de Íris.
- Pare de atormentar Ícarus! Já basta o que você
e os seus amiguinhos fizeram a ele! - Eu e meus amiguinhos - brandiu o pai de Íris.
- Somos servos do Lord das Trevas. - Se pretende continuar a ser Comensal da Morte, não
atormente mais meu irmão! - O seu irmão é meu filho. - Harry sentiu
um arrepio na espinha. O barulho do vento se tornou mais forte. - Sendo
meu filho, ele também possui o mesmo poder que eu. Mas jamais
imaginei que fosse maior do que o seu, minha filha! Um silêncio surgiu em seguida. - Devia ter ficado com ele, e não com você!
- Harry escutou a voz do pai de Íris sair mais alta e nervosa.
- Devia ter deixado você com a estúpida da sua mãe
e ter educado Ícarus para ser como eu! - NÃO CHAME A MINHA MÃE DE ESTÚPIDA!
- Era a voz de Ícarus. Harry colocou a mão sob a maçaneta, e a
abriu com facilidade. No entanto, ele continuou com a porta encostada,
mas teve que jogar o seu peso contra ela para que o vento que vinha
de dentro não a abrisse. Ele não sabia de onde vinha a
força daquele ar; mas ele sabia que não podia ser visto
de jeito nenhum. Quanto tempo so Averys ficaram em silêncio, Harry
não sabia. Mas o barulho do vento estava mais forte, e ele esperou
que algo acontecesse. Não conseguia mais ouvir as conversas;
e não teve idéia de quanto tempo ficou ali esperando. Mesmo com todo esse barulho infernal, Harry ouviu passos
que vinham pelo corredor. Ele virou subitamente e encontrou a Profa.
Lies. Lies estava com as suas habituais vestes pretas, mas sua
capa estava rasgada. Seu olhar era frio e maldoso, e dava para perceber
que ela não estava para brincadeiras. Segurando a varinha ela
continuou a andar; seus cabelos estavam desalinhados, e parecia que
ela tinha acabado de sair de uma batalha. Ela continuou a caminhar na
direção de Harry, sem dizer nada. - Profa. Lies... - Harry murmurou. - O que... Ela o empurrou da porta com todas as forças, e
Harry caiu sentado no chão. Lies nem sequer olhou para ele, e
entrou na sala. Seus cabelos negros esvoaçavam com o vento forte,
e Harry levantou-se e ficou na porta para ver o que acontecia por lá.
Íris abraçava o irmão com força,
e Avery, sem máscara, apontava a varinha levianamente em direção
aos seus filhos. O mesmo portal que Harry vira estava aberto atrás
dele. O local aonde daria esse portal, ele não sabia. Mas estava
claro que era um lugar escuro, no meio da floresta, com uma grande tempestade
de ventos, e que havia uma entrada de algum castelo que Harry naturalmente
desconhecia. Avery, o Comensal, olhou para Lies, e ela disse, com uma
voz que Harry nunca tinha ouvido antes; era sinistra e dava medo: - Diga a ele que eu estou aqui. - Ótimo! - os olhos azuis do Comensal brilharam.
Harry se espantou com a sua semelhança a Ícarus, e não
haviam dúvidas de que ele era o pai do novo goleiro da Grifinória.
- Milorde nos espera. Aliás, aguarda especialmente a você,
Lies. - Eu estou aqui para servi-lo. - a professora da Defesa
Contra Artes das Trevas reverenciou o Comensal. - Professora! - Íris gritou. - Não, você... - Cale-se! - o Comensal ergueu a varinha na direção de Íris e a jogou contra a parede, deixando-a inconsciente. Ícarus tentou reanimar a irmã, mas era inútil.
Avery não parou por aí; ele fez o mesmo com Ícarus
e depois, pegou Íris no colo. Deixou o filho inerte no chão,
e se aproximou do portal. Lies olhou para trás e viu Harry. Ela sorriu de
uma maneira estranha para o garoto, e depois, virou-se para Avery: - Vou levar um presentinho para milorde. - Presente? - Avery parou na entrada do portal. - Diga ao meu senhor Lord Voldemort que levarei Harry
Potter comigo. Harry recuou um passo, mas suas pernas tremiam. O que
estava acontecendo afinal? Lies, se submetendo à vontade de Voldemort? Lies se aproximou de Harry, com o mesmo olhar de antes.
Ela parecia muito com Voldemort, e gargalhava no mesmo tom. A cabeça
de Harry rodopiou, e ele conseguiu enxergar Íris e Ícarus
recobrando a consciência sozinhos. Harry tentou ganhar tempo,
e correu em direção oposta. Não se surpreendeu quando, ao simples estalo de
dedo da Profa. Lies, o local foi cercado de chamas. Não havia
saída. Íris tentou se livrar das garras do pai, e acabou
dando um chute no estômago dele. Avery caiu no chão, se
debatendo de dor. Íris correu até seu irmão, que
estava zonzo, mas ciente de tudo o que acontecia. Harry ergueu a sua
varinha e tentou estuporar a própria professora. O feitiço
chegou perto dela e bateu em uma barreira invisível a sua frente. - Harry Potter... - Lies dizia, ainda se aproximando do
garoto. - Eu fui criada por Lord Voldemort. Eu fui educada pelo maior
bruxos das Trevas. Acha que um feitiço ridículo como esse
pode me atingir? - O que aconteceu com você? - a cicatriz de Harry
agora ardeu mais. Ele pôs sua mão sobre ela, e tentava
enrolar a conversa. Queria que Dumbledore chegasse logo e o tirasse
dessa enrascada. - Você... você estava do nosso lado...
Snape... - Snape pagará caro pelo que está fazendo!
- ela soltou uma gargalhada. - Ele tentou me impedir de chegar até
milorde. Harry viu Íris sendo agarrada pelo pai e ser levada
pelo portal. Ícarus estava paralisado; ele ainda não conseguia
nem sequer se levantar. Ouvia a irmã dele gritar, pedindo socorro
desesperadamente. Tentando pensar rápido, Harry correu em direção
a Lies, e tendo bons reflexos, escapou do feitiço das Trevas
dela. Em uma grande velocidade chegou até Íris, que estava
já na parte de dentro do portal. - Não, Harry! - ela dizia, enquanto Harry puxava
seu braço, tentando-a manter em Hogwarts. - Você não
pode vir aqui, você... - Cale a boca, Íris! - Harry ainda a puxava pelo
braço. - Não posso deixar que mais pessoas se machuquem
por minha causa. - Harry Potter... - Harry ouviu a voz de Lies próxima.
Ela estava a poucos centímetros de distância dele. Ela
chegou mais perto de seus ouvidos e pousou a sua mão sobre seu
ombro. Harry se remexeu, tentando se livrar das garras dela. Do outro lado das chamas, Harry ouviu alguém chamar
o seu nome: -HARRY! Dumbledore e McGonagall vieram correndo e pararam na barreira
de fogo. O diretor ergueu a sua varinha e dispersou todas as chamas,
correndo agora em seu socorro. Mas não foi rápido o suficiente. - Você é um tolo, Potter! - sussurrou Lies, empurrando em seguida para dentro do portal. A última coisa que Harry viu foi a sala do terceiro andar de Hogwarts, com Dumbledore correndo até ele e Ícarus sendo acudido pela Profa. McGonagall. A partir daí, a escuridão o engoliu. * * * Harry recobrou a consciência e encontrou-se deitado
de bruços em um lugar estranho. Havia muralhas ao seu redor,
e uma grande entrada de um castelo, sendo que nas suas laterais, enormes
corredores de árvores estava implantado. Estava escuro; o céu
escuro recobria todo o lugar. Era diferente de Hogwarts, que ainda era
de manhã. Por fora, Harry viu que estava cercado por uma floresta,
que dava um ar de mais obscuridade. O castelo era bastante alto e grande; as pedras usadas
para a sua construção davam-lhe um aspecto pesado; parecendo
uma real fortaleza. As torres eram bastante altas e, diferente da visão
que tinha do castelo de Hogwarts, parecia um lugar escuro e misterioso.
As janelas não emitiam uma luz sequer, dando a impressão
de mal-assombrado. O vento gelado soprava diretamente no seu rosto e, mesmo
usando o uniforme da escola, Harry sentia frio. Sua cicatriz não
doía mais; conseguiu levantar-se sozinho e analisar a sua volta. Não teve tempo para admirar a paisagem; Harry viu
um Comensal da Morte andando em sua direção. Olhou para
o lado oposto, e vinha também outro. Tentou buscar um meio de
fugir, mas também vinha um outro na direção que
ele buscava tomar. Harry estava cercado de Comensais e, por onde quer
que fosse, se deparava com um. O mais estranho daquela situação era que
Harry não sentia sua cicatriz emitir qualquer dorzinha. Isso
significava que Voldemort não estava por perto. Com mais calma,
ele empunhou sua varinha e tentava pensar em um meio de sair dali. Os Comensais formavam um círculo ao seu redor,
cercando-o completamente. Harry não tinha mais a visão
do que estava acontecendo por lado de fora. Ele ouviu uma gargalhada
de alguém; e ele teve certeza de que era da Profa. Lies. Lies surgiu adentrando no cerco que os Comensais fizeram.
Trajavam as mesmas vestes que os comensais, mas trazia consigo a sua
varinha, com uma serpente esculpida na parte de baixo. Seus cabelos
esvoaçavam com a força do vento, e seus olhos azuis faiscavam
de ódio. Harry teve a estranha sensação de que
seu rosto demonstrava um enorme prazer em matar e, que diante dela,
ele tinha certeza que estava frente a frente com a Deusa da Morte. - Meus caros Comensais! - ela disse, sem tirar os olhos
de Harry. - Vejamos o que temos aqui. Se não é o famoso
e tão falado Harry Potter! Aquela não era a Profa. Lies. Harry conversou com
ela várias vezes; seria mesmo a mesma pessoa que salvou Cho Chang
do feitiço de Lúcio Malfoy? - Milorde deseja muito a sua morte, Harry Potter! - ela
continuou. - Assim como eu também desejo.... - Mentira! - Harry bradou. - Você... você
salvou a vida de Cho... Dumbledore... confia em você! - Eu sou a Deusa da Morte, Potter! - ela quase cuspiu
ao dizer isso. - Não interessa quem confia em mim ou não.
A única coisa que me interessa, é obedecer Lord Voldemort. Harry não sabia o que fazer. Mesmo com a varinha
apontada na direção de Lies, ele sabia que não
tinha nenhuma chance contra ela. - Você está... sob o feitiço de Voldemort!
- ele disse. Lies soltou uma gargalhada. - Não seja tolo! - ela apontou a sua varinha na
direção de Harry. - Voldemort faz parte de mim. Tudo o
que ele sente, eu sinto. Todo o poder que ele tem, eu possuo também.
E a sua vontade, é a minha vontade! Os olhos da Deusa da Morte brilharam. Harry sentiu uma
pontada em sua testa, e teve que levar uma das mãos sobre a sua
cicatriz. O olhar mortal da professora de Defesa Contra Artes das Trevas
fazia com que sua cicatriz ardesse mais e mais; e só assim, Harry
acreditou nas palavras de Lies. - Milorde não cometerá o mesmo erro que
cometeu da última vez, Potter! - Lies crispou os lábios.
- Não farei você sofrer. Irei matá-lo de uma vez
para que não me cause mais problemas! Harry fechou os olhos quando Lies chegou tão perto
dele e apontou a sua varinha que quase tocou no seu nariz. Ele precisava
sair dessa de alguma forma, mas ele não tinha a menor idéia
de como fazer isso. A dor que sentia em sua testa não ajudava
em nada. Ela já podia ouvir a primeira palavra do feitiço
que provocaria a sua morte sendo dita, mas uma outra voz fria interrompeu: - Kehara! Era a voz de Voldemort. Ele vinha vindo em passos lentos,
e Harry percebeu que ele estava da mesma maneira que a última
vez. Parecia que não estava totalmente curado, e sua face demonstrava
horror e tensão. Ele segurou o braço de Lies, que sorriu
com o gesto. Continuou com a atenção fixa em Harry, e
o garoto sentiu ela passar um pouco de sua energia para o Lord das Trevas.
Harry achou que sua cabeça iria rachar ao meio. - Não precisamos ter pressa. - Voldemort disse.
Os Comensais estavam posicionados e abaixaram-se para reverenciar o
seu mestre. - Temos todo o tempo do mundo. Assim que eu estiver completamente
curado, eu terei o prazer de matar Harry Potter. Desta vez, sem falhas. Voldemort ia se regenerando aos poucos. Ele estava em
contato com o corpo da Profa. Lies, e a energia dela estava sendo passada
para ele. Se Harry não fizesse alguma coisa, Voldemort iria voltar
com o seu poder total. Sem pensar, ele avançou sobre a Profa. Lies e a
derrubou no chão. Lies, ainda no chão, ergueu sua varinha
na direção de Harry e pronunciou a palavra de uma maldição
imperdoável: - Crucio! Harry sentiu o corpo inteiro doer. Não se comparava
com a dor que sentia em sua testa, que era bem pior. Ele rolou no chão
e teve que largar a varinha para encontrar uma posição
confortável. Impossível. Sofria como um condenado. - Vejo que ainda não aprendeu a lição,
Harry! - Voldemort dizia, ajudando a Deusa da Morte se levantar do chão.
- Você está em meu território, meu caro rapaz. Quem
dá as ordens aqui sou eu. Os olhos vermelhos de Voldemort piscaram. Harry podia
ver, através de uma vista embaçada, que ele tinha se regenerado
mais; estava mais forte, e sua pele tinha um formato melhor do que antes.
Lies ainda passava a sua energia para ele. - Mas eu tenho uma surpresinha para você...- o Lord
das Trevas avançou lentamente até ele e colocou sua mão
no queixo, como se estivesse estudando as reações do garoto.
- Acabei de mudar os planos... Severo, venha até aqui! Um dos Comensais avançou e ficou ao lado de Voldemort.
Ele retirou o capuz e a máscara, e Harry reconheceu o rosto macilento
do seu professor de Poções. - Você sempre desejou ter o seu momento de vingança,
não é mesmo, Severo? - Voldemort apontou com uma das mãos
diretamente para Harry. - Aí está. Vingue-se daquele que
roubou a sua vida, Severo. Acabe com a vida do filho daquele que você
mais odeia no mundo, do mesmo modo que você acabou com Igor Karkaroff. - Darei esse prazer a você, Severo! - Voldemort
sibilou, abrindo caminho para que Snape ficasse frente a frente com
Harry. - Farei como prometi desde o princípio. Curta a sua vingança! Snape sorriu prazerosamente; era o mesmo sorriso que Voldemort
e Lies lhe lançavam. - Avada... - Snape balbuciou, apontando a varinha
em sua direção. Harry fechou os olhos com força,
e abriu-os em seguida; não queria morrer assim. Ele precisava
ver a sua morte de frente. No entanto, Snape movimentou-se rapidamente para trás,
agora direcionando a varinha na direção de seu mestre,
completando o feitiço, desta vez, gritando: - ... KEDAVRA!!!! Voldemort se contorceu de dor ao sentir os lampejos verdes
acertar o seu corpo. Harry, meio confuso, viu Voldemort cair de joelhos
no chão e desmaiar um segundo depois. Snape arfava de cansaço, ainda com a varinha apontada
firmemente na direção de seu mestre. Os outros comensais
ficaram petrificados com tal atitude e ousadia, e demorou um pouco para
eles erguerem sua varinha em direção ao Comensal traidor.
Um deles, que Harry teve certeza que era Rabicho, pois sua mão
metálica estava à amostra. Apontou a varinha para o diretor
da Sonserina, e disse: - Traidor! Como se atreve? Lies enfraqueceu-se também; parece que com o impacto
do feitiço que Voldemort recebera, ela caíra no chão,
com as mãos sobre a cabeça. Agora, ela gritava de dor,
do mesmo modo que Harry a viu na biblioteca, quando Avery viera para
buscá-la. O Cruciatus que dominava o corpo de Harry estava de desfazendo;
parece que com o sofrimento de Lies, ele não possuía a
mesma força que antes. Mas a dor em sua cicatriz continuava,
e ela ardeu mais ainda quando ele ouviu a risada medonha de Voldemort,
ainda estendido no chão. Sem se levantar, ele disse: - O Avada Kedavra é um feitiço de criança
para mim... Professor Snape! Lies caiu agonizada no chão; sua mente estava entrando
em conflito novamente, e Harry torceu para que ela voltasse ao normal. Os Comensais prenderam Snape e este, mal podia se mexer.
Envolto por todos os servos das Trevas, ele apertou os olhos e esperava
em silêncio o que estava por vir. - Eu imaginava que a sua lealdade por mim estava completamente
perdida... - Voldemort se erguia lentamente. - Mesmo que tenha tentado
me provar quando executou o traidor Igor Karkaroff. "Dumbledore roubou um dos meus servos mais poderosos.
Eu lamento por você, Severo. Teria uma vida de glória ao
meu lado, e poderia até trazer a sua Lílian de volta." - Mas a sua tolice em ficar ao lado de Dumbledore falou
mais alto. E agora, Severo, você ousou a se infiltrar entre os
Comensais para tentar me derrotar. Tsk, tsk, tsk... Não é
uma atitude que eu esperava de um fiel Comensal como você. Os Comensais se afastaram para dar espaço ao Lord
das Trevas. Snape estava petrificado, e tentava a todo custo se mexer.
Harry procurou a sua varinha por todos os lados e, quando a achou, ele
sentiu a sua mão sendo impedida de erguer-se pela Profa. Lies. - Não, Harry. - ela disse, suavemente. Seu olhar
voltou a ser o que era antes. - Espere. - Professora... - Lance o Cruciatus em mim. - O quê? - Confie em mim. Por favor, faça o que eu te disse... - Mas eu não sei... - Basta dizer a palavra e pensar na pior coisa do mundo.
Não temos tempo Harry, lance o Cruciatus em mim antes que Voldemort
acabe com a vida de Severo! Harry não sabia o que fazer. Lies pegou a sua mão
onde estava segurando a varinha e a apontou em si mesma. Ele olhou para
Snape, e Voldemort estava cada vez mais perto dele. Sem discutir com
a professora, Harry posicionou melhor a varinha . - Confio em você, Harry. Você vai conseguir!
Respirando fundo e pensando nas vozes de seus pais, que
o salvaram antes de serem mortos por Voldemort, pensando nos sofrimentos
que eles passaram, Harry olhou para Lies e disse: - Crucio! Uma faísca de luz verde saiu da ponta de sua varinha
e entranhou no peito da professora. Assim que ela caiu de dor, Voldemort
também fez o mesmo. Snape, aproveitando a fraqueza dele, correu
e alcançou Harry e Lies, com muita facilidade. Ele pegou Lies
no colo, que ainda gritava de dor e disse a Harry: - Corra, Potter! Vamos, não fique aí parado... Antes que Harry pudesse responder, Snape já estava
lá na frente, e percorria o lugar, chegando até o meio
de algumas árvores e atravessando o castelo pelo lado, em direção
aos fundos. - Não os deixe escapar! - Voldemort ainda conseguiu
falar, no meio dos gemidos de dores. Harry correu até onde o professor de Poções
estava, e olhou para trás para se deparar com os Comensais que
corriam atrás deles. Ele também se infiltrou no meio das
árvores e alcançou os seus professores. Snape corria em
silêncio, e só não conseguia maior velocidade por
causa de Lies em seu colo. Eles chegaram aos fundos daquele castelo, e ali havia
um jardim morto. As árvores estavam secas, e Harry notou a presença
de Íris, sentada e totalmente paralisada, envolta por uma camada
de luz negra. - Finite Incantatem! Snape, mesmo com Lies no colo, conseguiu erguer a sua
varinha e libertar Íris. Ela ainda apertou seus punhos, como
se estivesse sido presa pelos braços. - O que precisamos agora é que você abra
o portal. - Snape disse a garota. Harry, incrédulo com a situação,
pegou o braço de Íris e disse: - Você... é você quem... abre os portais? Snape pediu silêncio aos dois. Ele ficou observando
por todos os lados, como se soubesse que o perigo estava por perto. - Potter, leve Avery para um local seguro e faça
com que ela abra o portal. - o professor mandou, sem parar de procurar
por alguma coisa estranha com os olhos. - Há uma entrada logo
ali desse castelo. Entre por lá e ache um local seguro para fazer
isso. - Mas... - OBEDEÇA, POTTER! - Snape o ameaçou furiosamente.
- Deixe isso comigo. E leve também Lies. Sem mais pestanejar, Harry ajudou Íris a se levantar
e, com sua ajuda, ele conseguiu erguer a Profa. Lies também.
Apoiada entre os dois, Lies correu junto com eles para uma entrada estreita
do castelo pelos fundos. * * * - Você é muito atrevido, Severo! - Avery
dizia, se aproximando em passos lentos até Snape.- E bondoso
demais para ser um Comensal. "Admiro-me com o seu gesto... Você podia ter
aparatado para fugir daqui. No entanto, quis salvar a vida de Harry
Potter também. Buscou um meio e veio até a minha filha,
como eu tinha previsto. E deixou-os escapar. Quanta valentia!" Harry estremeceu. Lies respirou mais fundo e aos poucos,
ela parecia estar voltando ao normal. Ou então, seu corpo estava
se acostumando com a dor do Cruciatus. - Harry, me solte... - Lies murmurou. Harry permaneceu imóvel, segurando firmemente o
braço da professora. - Me deixe ir ajudá-lo... - ela suplicou. - Não
posso deixar Severo sozinho... - Você não está em condições... Mas Lies soltou-se rapidamente e empunhou a sua varinha.
Caminhando em passos lentos, ela se encontrava bem atrás de Avery.
O Comensal ainda não percebera a sua presença, e Harry
tratou de se encolher mais para não enxergá-lo. Ainda
fraca, Lies levantou seu braço e antes de lançar um feitiço
por trás no Comensal, Avery percebeu sua presença e virou-se
para trás: - Expelliarmus! -Claro... - Avery continuou, encarando agora Lies, que
deitou no chão, arfando. - Kehara jamais seria confiável
tendo um tutor traidor como você, Severo! Mais dois Comensais aparataram naquele instante. Cada
um do lado de Avery, posicionou para o ataque. Harry não podiam
distinguir quem eram; estavam encapuzados e com suas máscaras.
Harry sentiu a mão de Íris em seu ombro. - Abra o portal, Íris... - Harry disse, sem desviar
sua atenção do que acontecia do lado de fora. - Vamos
dar o jeito de todos nós sairmos daqui. Acuada, Íris se afastou, e entrou em um cômodo
dos fundos daquele salão onde Harry se encontrava. Depois de
se certificar onde a sonserina estaria, Harry se afastou um pouco mais
da entrada, dificultando mais a sua visão. Ele precisava ficar
por ali, caso algum Comensal aparecesse. - Íris está abrindo o portal. - Avery olhou
para os lados. - Garota insolente! Eu posso sentir. Onde ela está,
Severo? Snape empunhou a varinha e apontou para o pai de Íris.
Avery também fez o mesmo movimento e, ambos atacaram. - Estupefaça! - Avery bradou. - Expelliarmus! - Snape disse ao mesmo tempo. Os feitiços se chocaram e uma luz forte surgia.
Com essa explosão, Snape conseguiu distrair os Comensais a tempo
suficiente dele passar por eles e chegar até onde Lies se encontrava.
Agora, ele poderia proteger tanto a professora de Defesa Contra Artes
das Trevas, como também Harry e Íris, que estavam logo
atrás. - Não conseguirá fugir, Severo! - Voldemort
disse com firmeza. - Não tenha tanta certeza disso... milorde!
- o professor de Poções recuou um passo, mas mantinha-se
firme no ataque. Lies levantou em um grito ensurdecedor. Ela arfava e,
sentando-se na grama, ela olhou para Voldemort, que sorriu para ela.
A Profa. Lies superou a dor do Cruciatus e, com o seu poder de cura,
ela se livrou do feitiço. - Kehara, minha Deusa da Morte! - disse Voldemort, e Harry
reparou que ele estava mais reconstituído do que antes. - Não
sabia que a sua ousadia iria tão longe... Ela ficou de pé e olhou para Voldemort. Ele estava
quase completamente curado. Harry então, entendeu que eles estavam
ligados um ao outro, e Voldemort, sugava o poder de cura dela sem precisar
nenhum contato físico. - Você estaria do meu lado se eu não tivesse
cometido o erro de deixá-la aos cuidados de Severo Snape. E pelo
que vi, ele tratou de cuidar de você melhor do que eu pensei. Lies franziu a testa. - Não... não seja ridículo! - ela exclamou, corando levemente. - Ele, pelo menos, entendia os meus sentimentos. Uma coisa que nunca foi importante para você! - Nunca foi mesmo. E não será agora! - Voldemort
apontou a sua varinha e não perdeu tempo: - AVADA KEDAVRA! Lies ergueu a sua varinha, mas o feitiço de Voldemort
chegara a ela primeiro. Atingida pelo feitiço proibido, ela quase
tombou, mas Snape a agarrou no colo, antes que seu corpo caísse
no chão. - Kehara, por favor... - Snape sibilava. Seus olhos frios
demonstravam tristeza, e Harry os viu encharcados de lágrimas.
- Você não pode... - Severo... - ela dizia, com os olhos azuis vidrados.
- Eu... eu... Lies engasgou nesse momento e cuspiu sangue. Era estranho
ver esses sintomas. Ela não morrera. Ainda estava viva! - Eu estou provando com isso, Kehara, que eu não
sinto nada do que você sente. - Voldemort concluiu. - Mas você
sentirá tudo o que sinto. Portanto, não seja estúpida
de querer se matar, porque não estará matando a mim também.
Eu tenho o domínio sobre você e não você sobre
mim! Harry sentiu uma luz forte emanando do lugar onde Íris
estava. Mas continuou espiando o lado de fora. - E eu, milorde... - ela se apoiava em Snape, levantando-se
e cuspindo sangue no chão. - Estou provando a você que
nem mesmo o seu Avada Kedavra é capaz de me matar! Em um gesto rápido, Lies empurrou Snape, que caiu
perto de onde Harry estava. Lies pediu para Harry que o puxasse para
dentro, e assim o fez. Arrastou o professor de Poções
para o Salão escuro do Castelo, e ouviu quando Lies gritou: - FINITE INCANTATEM!!! A última coisa que Harry podia lembrar era do enorme
lampejo de luz branca que viu do lado de fora. Snape se levantou e xingou
Harry de alguma coisa que ele não conseguiu entender e saiu novamente.
- Harry! - Íris gritava. - Ande logo! Harry ainda esperou alguns instantes. Houve gritos agonizantes
e muitas luzes faiscando ainda do lado de fora e Íris ainda gritava
para que ele se apressasse. O que Harry deveria fazer? A sua cicatriz
doía, mas a dor não era mais um problema se comparar com
a situação que ele se encontrava. Logo, Snape vinha correndo, com Lies nos seus braços,
desfalecida. - ANDA POTTER, PASSE PELO PORTAL! - ele gritou, correndo
em sua direção. Harry virou para o cômodo onde Íris estava
e levou os professores até ali. Alguns Comensais começaram
a aparatar atrás deles. Harry viu a abertura no meio do nada,
e reconheceu a sala de Troféus de Hogwarts do outro lado do portal.
Ícarus estava com a varinha em mãos na direção
do portal. Íris e Harry se jogaram para dentro, e logo em seguida,
Snape fez o mesmo, com Lies no colo. Ícarus, de pé ao
lado deles, gritou, apontando a varinha para a abertura: - Eto portus fin! Num piscar de olhos, o portal foi fechado, antes que os Comensais pudessem passar por eles.
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DeAth*§* |
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