by YuMi DeAth

 

Capítulo 30 - Sentimentos opostos

As notas dos exames finais não poderiam ter sido melhores. É claro que, Hermione tirara a nota máxima em quase todas as matérias, perdendo apenas de Defesa Contra Artes das Trevas para Harry. Rony passou raspando em quase todas, mas ele se saiu melhor em poções do que havia imaginado.

Os alunos ainda permaneceriam mais três dias, e ficariam para a cerimônia final. Fred e Jorge, que se formariam naquele ano, teriam uma festa especial, mas somente os alunos do sétimo ano tinham o direito de participar.

- Isso é um absurdo! - Rony exclamou, inconformado. - Eles não vão deixar nem parentes dos alunos comparecerem?

- Nunca deixaram, Rony. - Hermione disse. - Por que haveriam de deixar esse ano?

Os N.O.M.'s foram divulgados na véspera do dia do encerramento do ano. Também não fora surpresa de todo mundo ver que Hermione tirou a nota máxima, e praticamente em todas as matérias. Harry atingiu um bom nível, não ficando muito atrás da amiga.

Ainda naquele dia, Harry resolveu se encontrar com Cho. Afinal, ele devia tudo a ela; se não fosse pelos árduos estudos na biblioteca, ele jamais teria conseguido se sair bem dessa.

Descendo as escadas, ele foi parar no corredor de entrada do castelo. Na porta, ele encontrou Íris e Draco, e pareciam bem à vontade.

- Eu disse para Goyle que ele era um idiota. - dizia Draco. Íris sorria, enquanto ele falava com sua voz arrastada. - Mas ele parece que não entende. Isso prova que ele realmente é idiota.

Íris riu, e disse em seguida:

- Não sei como você ainda anda com ele e com aquele Crabbe. Eles não passam de dois inúteis. Eu, sinceramente, não sei como chegaram até o quinto ano em Hogwarts com o cérebro de trasgo que eles têm!

Harry observava a cena, parado. Um misto de raiva remoía por dentro, e ele não gostou da amizade que os dois sonserinos demonstravam. Ele não sabia de onde vinha este sentimento, mas fez questão de passar bem perto deles, pisando firme e forte, fazendo barulho para incitar a sua presença.

- Ah, oi, Harry! - Íris cumprimentou, assim que o notou. - Foi bem nos exames dos N.O.M's?

- Fui otimamente bem! - Harry respondeu, encarando com raiva Malfoy.

- Eu e Draco também nos saímos bem! - ela respondeu.

Harry e Draco se encaravam furiosamente. Houve um silêncio entre eles, e Íris, percebendo que os dois pareciam que iam pular um em cima do outro, tratou de puxar algum assunto:

- Foi uma pena Dumbledore ter cancelado os jogos de quadribol nesse ano, não acham?

Os dois continuavam a se olhar, como se estivesse desafiando um ao outro. Mas ambos estavam apenas esperando, e vendo quem poderia agüentar mais naquele estado.

- Hã... garotos! - Íris falou, acenando no meio dos dois. Nenhum deles se mexeu, e continuavam com a atenção fixa um no outro. - Vocês... estão bem?

- Eu estou ótimo, Íris! - Harry mentiu. Ele não sabia o porquê, mas estava com tanta raiva de Draco, que, se estivessem sozinhos, Harry com certeza iria pular para cima dele e dar um soco na cara pálida do sonserino.

Íris ergueu as sobrancelhas:

- Draco?

- Melhor não poderia estar. - Malfoy respondeu, sem desgrudar o olho de Harry. Ele apertou seus olhos, franzindo a testa.

Harry cerrou os punhos. Por que não dar um soco agora, que não havia nenhum professor por perto? Quem iria saber, a não ser a monitora da Sonserina?

- É melhor eu ir andando. - Harry disse, tentando se acalmar. - Tenho coisas importantes para resolver.

- Vá se encontrar com a Chang agora, Potter! - Draco provocou. - A Íris, no momento, está ocupada.

A raiva ferveu dentro de si; Harry deu um passo à frente, mencionando que iria dar um soco bem dado em Malfoy. Íris, surpreendentemente, se coloca na frente de Draco, como se estivesse o protegendo.

- Íris?! - Harry ainda tinha o pulso erguido, pronto para aplicar o golpe em Malfoy. - O que pensa que está fazendo?

- Chega de brigas, Harry! - ela disse com firmeza. Malfoy sorriu, satisfeito com a situação. - Vamos parar com isso.

Harry bufou. Ainda que tivesse vontade de acabar com Draco, ele superou, devido ao pedido de Íris. Ele não podia negar a ela.

Saiu em passos largos, à procura de Cho pelo castelo. Não sabia o porquê tinha acabado de fazer tudo isso; afinal, o que tinha de mais Íris e Draco conversarem? Os dois pertnecem à mesma casa, e não havia nenhum problema de eles serem amigos.

Com esse pensamento na cabeça, Harry continuou andando. Mesmo tendo o objetivo de encontrar Cho, ele não parava de pensar em Íris. Por que ele estranhava tanto o fato dela estar com Malfoy?

Distraído, ele acaba por dar um encontrão com Cho, que quase caiu para trás. Na virada do corredor, Harry não a tinha visto e nem ela a ele.

- Você está bem? - Harry perguntou a Cho, segurando a mão dela. - Me desculpe, eu...

- Tudo bem. - ela disse, se ajeitando. - Eu estava mesmo distraída.

Harry sorriu para ela.

- Estava te procurando. - ele disse.

- É mesmo?

- Sim. Queria te agradecer por ter me ajudado a estudar. Se não fosse você, as minhas notas não teriam sido boas.

- Quer dizer que...

- Sim, Cho. Eu me saí muito bem!

Cho pulou de alegria. E nessa excitação, ela pulou sobre ele e deu um forte abraço. Harry, que não esperava esse gesto, caiu para trás, ficando deitado no chão duro e frio do corredor. Cho estava por cima dele, ainda o abraçando.

- Não sabia que ia ficar tão feliz... - Harry disse, sentindo o peso da apanhadora da Corvinal sobre si. Sentia suas faces arderem; era uma situação constrangedora para ele.

- E não era para ficar? - ela se apoiou no chão, ainda olhando para ele. Seus corpos estavam bem próximos um do outro, assim como seus rostos, que se distanciavam por apenas alguns centímetros. - Isso prova que eu sou uma ótima professora, você não acha?

- Acho... acho sim... - Harry gaguejou. Cho estava tão próxima dele, que ele não sabia nem como reagir a essa situação. Seu coração batia forte e acelerado. Ele mantinha as mãos grudadas no chão, e tentava ignorar a vontade que sentia de abraçá-la e beijá-la.

- Talvez ano que vem a gente faça o mesmo. - Cho disse, se aproximando mais seu rosto do garoto. - Eu vou prestar os N.I.E.M´s ano que vem, e aí, eu posso te ajudar a estudar e você também me ajuda...

A respiração dele ficou ofegante. Ele balançou a cabeça como pôde, confirmando o que Cho acabava de dizer. Não conseguia mais falar nada; sentia sua pele toda arrepiar com esse contato com a garota. Ele olhou para os lados e notou que o corredor estava vazio. O que ele queria com isso, ele não sabia.

Cho continuava a encarar Harry. Estavam tão próximos um do outro que, qualquer movimento em falso, acabariam se beijando. E não era isso que Harry queria? Estava estampado na cara dele o tanto que ele a desejava.

Como primeiro movimento, Harry ergueu seus braços e pôs em volta dela. Cho continuou paralisanda, e sorria para ele. Harry viu as bochechas dela avermelharem também, e se controlou. Estaria ele fazendo tudo errado de novo?

Mesmo com o olhar fixo na garota, Harry ouviu passos vindo do fundo do corredor. Ele virou um pouco a cabeça e reconheceu de longe quem era: Íris. Se ela continuasse seguindo a mesa direção, iria encontrar os dois ali, deitados e praticamente abraçados. Harry voltou a olhar para Cho e, sem gesticular, puxou para si e a beijou.

De início, Cho tentou se esgueirar, mas não demorou muito para ela retribuir o beijo. Era a primeira vez que Harry beijava uma garota em sua sua vida, e nunca tinha imaginado que fosse daquele jeito. Harry achou... superficial. Sentiu-se satisfeito por estar fazendo isso, mas se sentiu mais ainda quando ouviu os passos de Íris pararem bem próximos dele. Ele estava fazendo tudo isso... para provocá-la?

- Potter e Chang! - a voz autoritária de Íris fez Cho se levantar imediatamente, deixando Harry no chão. Ele se sentou, olhando para a monitora da Sonserina. - Que descaramento é esse em pleno corredor?

- Bem, nós... - Cho tentava buscar palavras, mas não conseguia encontrar nenhuma resposta. Ela olhava para baixo, e sua face estava tão vermelha que parecia um tomate.

- Estávamos namorando, está bem? - Harry disse, com raiva, espantando Cho. Ele se levantou do chão e ficou frente-a-frente com Íris. - O que isso tem de mais? Vai dizer que os namoros aqui em Hogwarts também são proibidos pelos corredores?

Íris franziu a testa. Ela teve que erguer sua cabeça para poder encarar Harry; foi então que ele percebeu o que crescera desde o começo do ano. Harry lembrava que Íris era praticamente da mesma altura que ele e se espantou com a diferença.

- Não, Potter. - Íris disse secamente. - Namoros não são permitidos e, sem-vergonhices menos ainda!

- Eu não estava fazendo nada de mais! - Harry brandiu.

- Ah, não? Explique então, por que vocês estavam se beijando deitados no chão? O que faziam, um em cima do outro, bem no meio do corredor?

- Explicar? - Harry ironizou. - Desde quando eu te devo explicações? Você não é a monitora da Grifinória, e muito menos da Corvinal para me cobrar explicações do que eu faço ou deixo de fazer.

Cho observava atentamente a situação.

- Sou monitora da Sonserina, mas posso muito bem contatar a Srta. Granger e o Sr. Cross para que tomem providência de dois alunos impertinentes que possuem dentro da casa deles!

- Olhe. - Harry empurrou Íris, que estava na sua frente. Ele puxou o braço de Cho e olhou para trás, mas já caminhando em sentido oposto. - Vamos, Cho! Eu tenho mais o que fazer. Até breve, Avery!

Harry caminhou em direção às escadas que levariam Cho a Corvinal, sem olhar para trás. O que Íris estava pensando agora? Que podia mandar nele?

Com raiva, ele não disse mais nada a Cho, e se despediu formalmente. Cho, que parecia estar entendendo a situação de Harry, parecia meio desapontada, mas soltou uma risadinha antes que ele voltasse para a Grifinória.

- Qual é a graça? - Harry perguntou.

- Nada. - Cho disse, descendo as escadas. - A gente de vê depois!

Sem entender, Harry seguiu em direção ao Salão Comunal da Grifinória, com mais raiva ainda de Íris. Primeiro, ela protege Malfoy e depois, dá uma baita bronca sem sentido nele. Não foi ela que pediu para que Cho o procurasse? Não era ela que estava querendo que os dois se entendessem? Agora que ambos conseguem, ela simplesmente dá uma bronca sem sentido.

Inconformado, Harry disse a senha à Mulher Gorda e entrou no Salão Comunal, econtrando-o Rony e Hermione, junto com Fred, Jorge e Gina, jogando snap explosivos. Queremdo esquecer todos os contratempos, Harry aceitou o convite de Jorge, e entrou em uma partida, se distraindo um pouco até a hora do jantar.

* * *

Na hora do jantar, Rony estava se empanturrando de comida. Estava satisfeito com as suas notas, e ainda mais, que ele conseguira passar pelos N.O.M´s, e jogava constantemente na cara de Hermione que não precisou ter se preocupado tanto que nem a amiga.

- Se não fosse pelos dois últimos meses que me pediu ajuda para estudar, - Hermione enchia uma taça de suco de abóbora. - Certamente você estaria rerpovado em todos os exames.

Harry estava aborrecido. Ele olhou para a mesa da Corvinal e Cho acenou para ele. Ele acenara também, desanimado. Ele não devia estar feliz com o que tinha acontecido naquela tarde? Ele finalmente conseguira beijar a garota, dizer na frente da monitora da Sonserina que estavam namorando, e agora, se sentia completamente derrotado.

Íris veio até a mesa da Grifinória e cumprimentou Rony e Hermione, fazendo questão que ignorar Harry por completo.

- Oi, Rony! Oi Hermione!

Harry tratou de se concentrar no enorme pedaço de bacon que havia no sue prato. Não olhou para Íris nem por um segundo. Rony e Hermione não entenderam nada.

- Ah, Rony! - Íris pousou a sua mão sobre o ombro dele. - Eu encontrei umas fotos antigas dos Chudley Cannons. Depois, se você quiser ver...

- Claro que sim! - Rony exclamou.

- Ótimo! Depois eu te mostro. - ela sorriu. - Bem, preciso voltar a mesa da Sonserina. Antes que os alunos resolvam fazer uma baderna sem a presença da monitora deles...

- Ok. - Hermione disse. - Depois a gente se fala!

Eles se despediram e Harry, continuou olhando o seu bacon no prato.

- Qual é o problema, Harry? - Hermione perguntou. - Você nem sequer falou nada com Íris.

- Ela que não falou nada comigo! - Harry retrucou, jogando o seu garfo na mesa. - Nem sequer me cumprimentou e você me diz: "Harry, qual é o problema"?

- Não precisa ficar bravo! - Hermione disse. - Eu só perguntei...

- Alguma coisa aconteceu, Harry. - Rony falou, escolhendo um pedaço de frango. - Vocês dois eram tão amigos... Por que essa... súbita reação?

- Eu vou lhes dizer o porquê! - Harry respondeu, enfurecido. - Íris passou o ano todo querendo jogar Cho Chang para mim. Ontem, quando eu e Cho estávamos nos beijando no corredor, ela vem querer dar bronca na gente e dizer que sem-vergonhice era aquela? Ah, por favor, ela tinha que ser da Sonserina mesmo...
Rony e Hermione ficaram boquiabertos.

- Você... - Rony gaguejava. - Você... beijou a... Cho?

Hermione se levantou um pouco do banco para tentar enxergar a garota na mesa da Corvinal. Cho conversava com as suas amigas e nem notou que estava sendo observada.

- Harry... - Gina, que estava ao lado de Hermione o chamou. Parecia um pouco desapontada. - Você... está namorando a Cho Chang?

Harry se deu conta do que acabara de dizer.

- Sim. - ele respondeu, meio atrapalhado. - Quero dizer... não. Nós apenas...

- Meu Deus, e eu pensava que vocês nunca iriam se entender! - Hermione exclamou. - Parabéns, Harry, essa realmente m surpreendeu.

- Não... - Harry dizia. - Vocês... estão enganados... eu... eu não estou...

- Parabéns, Harry! - Fred o cumprimentou. Ele estava próximo e ouvira tudo. - Só não vá levar esse namoro tão a sério a ponto de deixar a Corvinal ganhar as próximas partidas de quadribol!

- Não, eu não estou...

- Quem diria, Harry! - Jorge comentou. - Pelo menos, você não está mais namorando uma garota da Sonserina...

- É, ainda mais agora que ela está namorando o Malfoy... - Fred disse.

- Como é que é? - Harry se interessou pelo comentário.

- É, os dois não se desgrudam! - Jorge respondeu. - Desde a semana dos exames finais. Em todo lugar que eu vou, eles estão juntos.

Harry sentiu a raiva o dominar novamente. Ele olhou para a mesa da Sonserina e encontrou Íris e Draco conversando animadamente. Nervoso, ele se levantou, e saiu do Salão, sem dizer nada a ninguém.

 


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