|
|||||||||
Capítulo 3 ~ Dúvida Harry jamais imaginou que um dia, ele poderia gostar de
passar as férias na Rua dos Alfeneiros. A semana que esteve na
casa da Sra. Figg fora uma das melhores de sua vida; ele pôde
aprender um monte de coisa que ela ensinava para a Profa. Lies: alguns
feitiços de defesa que poderiam vir bem a calhar, caso ele se
metesse em uma nova confusão. É claro, ele não
tinha nenhuma experiência para lançar um deles; e nem tinha
peito para isso. Seguindo o conselho de Lies, Harry mandou uma carta de
pedido de desculpas à Íris. Ele usou a coruja parda de
sua professora; Edwiges nem sequer voltara com a resposta de Dumbledore.
A Sra. Figg demonstrava preocupação com essa demora; mas
Lies dizia que, provavelmente, ele estava atolado de trabalho, ou Fudge
devia estar o ameaçando de morte. O caso de Voldemort ainda era
ocultado; e pouco se sabia sobre a sua volta. Harry também escrevera à Cho, e disse que
adoraria encontrá-la no Beco Diagonal. Só que, ele sabia
que isso faria com que Íris ficasse com mais raiva dele; afinal,
ele tinha pedido desculpas a ela. Mas como ele poderia negar o convite
da apanhadora da Corvinal? A semana passou rápido, e logo, Harry estava voltando
para a casa nº 4 da Rua dos Alfeneiros. Os Dursleys voltavam com
a mala cheia; e Duda trazia novos presentes que, brevemente seriam detonados
ao pensar de Harry. Mesmo assim, estava feliz por ter com quem contar
até a sua volta a Hogwarts; ele olhava intensamente para a casa
da Sra. Figg, e sorria ao pensar na ótima semana de férias
que passava. - Desculpem-nos pelo incômodo que Harry tenha lhe
causado. - disse Valter, apertando as mãos da Sra. Figg. Harry
olhou para o tio, e arrastava a sua mala bufando. Logo, ele atravessava a rua e encontrou Duda descarregando
vários pacotes da mala. - Imagine. - disse a Sra. Figg. - Ele pode vir visitar
aqui em casa quando quiser. Quando Válter ia embora, Lies apareceu na porta,
esfregando os olhos. Valter ficou paralisado, nunca tinha visto aquela
jovem em toda a sua vida. Ela sorriu e perguntou para o tio de Harry: - Ah, o senhor deve ser Válter Dursley. - e estendeu
as mãos para cumprimentá-lo. Notando a surpresa, Figg esclareceu, apresentado-a: - Essa é minha sobrinha Kehara. Ela está
passando as férias aqui em casa também. - Encantador. - ele disse. - Se me permitem, preciso voltar
para a minha casa, ajudar meu filho a carregar as bagagens. Ele andou
comprando muita coisa. - Tudo bem. - consentiu a Sra. Figg. O tio Valter já estava atravessando a rua, quando
Lies gritou para ele. - Traga seu sobrinho mais vezes aqui. Ele é um
bom garoto. Se Lies tivesse visto a expressão que tio Valter
fez naquela hora, ela teria dado risada. Ao modo de pensar dele, o que
ela teria visto em um garoto que não pára de trazer problemas? Harry acenou para a Sra. Figg e a Profa. Lies da porta,
mas logo foi empurrado para dentro pelo tio, que descarregava duas malas
grandes do carro. A porta de entrada se fechou em um baque, mas Harry
não se intimidou com a reação do tio. Estava alegre
demais para se preocupar com coisas desse tipo, e não reclamou
nem um pouco quando soube que eles não lhe trouxeram nada, nem
sequer um folhetinho de anúncio do parque. Subia as escadas carregando a sua mala e arrumou suas
coisas de modo que tia Petúnia não reclamasse que seu
quarto estava cheio de porcarias. Seus livros foram bem guardados na
tábua solta do soalho e suas roupas guardadas no armário. Da janela de seu quarto, ele olhou para a casa da frente.
A casa da Sra. Figg aparentemente estava tranqüila do lado de fora;
mas imaginava o que se passava por dentro. Sentiria falta de assistir
as aulas que a Profa. Lies estava tendo; e também das conversas
que os dois tinham antes de dormir. Algumas vezes, Harry até
adormecera na sala, pois ele ficava até a madrugava conversando
com Lies. Era uma grande professora; e uma boa pessoa também.
Claro, tinha aquela educação de Voldemort, e ela nunca
dava o braço a torcer. Era difícil convencê-las
de certas coisas, mas isso não importava para ele. No mesmo dia, Edwiges veio sobrevoando para seu quarto e jogou duas cartas em cima de sua cama. Com cuidado, Harry trancou a porta de seu quarto e fechou um pouco a cortina, dando um ar mais escuro ao ambiente. Uma delas, Harry reconheceu imediatamente que era de Dumbledore; as escritas verde-esmeraldas no envelope diziam que era a carta de Hogwarts, trazendo a lista de material do novo ano. Junto com ela, no mesmo envelope, Dumbledore mandava a resposta de sua primeira carta, que mandou-a antes de ir para a casa da Sra. Figg. Caro Harry: Grato, Depois de lê-la, Harry dobrou o papel e guardou
junto com a lista de materiais. A outra carta, no envelope azul, Harry
reconhecera que era de Cho. Ela estava combinando de se encontrar em
frente a Floreios e Borrões na última terça-feira
antes da partida para um novo ano letivo. Iria de encontro a ela com
certeza, como havia dito antes. Mas e Íris? Ela ainda não havia retornado resposta. A aflição
aumentou, e Harry agora sentia-se culpado. "Será que eu
provoquei tudo isso?", ele pensava. Refletiu sobre o beijo que
dera em Cho e a raiva que sentiu de Malfoy quando o encontrou junto
com Íris. O que significava tudo aquilo? Harry sentiu novamente a falta de um pai. Queria muito
comunicar-se com Sirius, mas para isso teria que mandar a carta para
Dumbledore. Ele sentia vergonha se, por acaso, a carta caísse
em mãos erradas ou fosse violada, e outras pessoas descobrissem
o que se passava com ele. Se ele pelo menos tivesse uma mãe... Lembrou-se então da Profa. Lies. Ela já
sabia tudo o que tinha acontecido, e todos os conselhos que ela dera
foi para ter paciência e esperar. E nisso, a agonia dele ia se
expandindo sem parar. Não era a mesma coisa. Ele realmente precisava
dos conselhos de Sirius. Mesmo em um momento como aqueles, com tantos problemas,
com a volta de Lord Voldemort, e todas as outras coisas as mais, Harry
estava pensando em seus problemas pessoais. Estaria sendo egoísta
demais? Na verdade, ele estava acomodado. Sim, protegido do jeito que
estava, não havia razões drásticas para se preocupar.
Dumbledore, a Sra. Figg, Sirius, Lupin, Lies... e até mesmo o
Prof. Snape. Todos eles tinham a missão de protegê-lo.
Harry sentia-se satisfeito. Até mais do que o necessário.
Nessa parte de sua vida, ele podia contar com o apoio de muitas pessoas,
principalmente da família Weasley. Claro, a primeira pessoa que
ele tinha feito amizade em Hogwarts foi com Rony. Fora a Sra. Weasley
que mostrou como se chegava a plataforma nove e meia na primeira vez.
E agora, na situação que se encontrava,
ele não sabia com quem podia contar. Edwiges deu um pio alto, e Harry acordou instantaneamente.
Ele abriu a cortina para clarear o quarto e guardou a carta de Cho.
Não sabia quando iria para o Beco Diagonal, e desta vez, nem
saberia como ir. A não ser que a Sra. Figg tenha um estoque de
Pó de Flu para levá-lo até lá. De qualquer
maneira, ele teria que pedir a ajuda a ela de qualquer jeito, sendo
que estaria na casa dos Dursleys até primeiro de setembro. Harry não foi almoçar. Em vez disso, ele
desceu até o jardim e sentou no gramado. Enquanto os Dursleys
almoçava, ele pensou em ir até a casa da Sra. Figg, mesmo
tendo acabado de sair de lá. No entanto, ele achou que seria
um pouco de abuso da boa vontade dela e preferiu ficar na rua observando.
Muitos vizinhos passavam e lançavam-lhe olhares de esguelhas
- ora, a sua fama não era muito boa. Visto como um menino problemático,
Harry preferiu ignorar os desprezos desses trouxas e continuar a pensar,
sob o sol forte daquela tarde. Ouviu os resmungos de Duda por causa
de sua dieta que voltava, mas nem isso atrapalhou os seus pensamentos. A primeira vez que conheceu Cho tinha sido em um jogo
de quadribol contra a Corvinal. Foi a primeira garota que ele tinha
olhado diferente; não era a mesma coisa quando olhava para Hermione.
Sentia um arrepio em seu corpo e seu coração bater forte
toda vez que Cho sorria para ele. A primeira vez que viu Íris foi na aula de Defesa
Contra Artes das Trevas com a Profa. Lies. Nunca tinha reparado nela,
que estudava com ele desde que entrara em Hogwarts. Ela nunca chamava
a atenção de ninguém, e se isolava até mesmo
dos alunos de sua própria casa, a Sonserina. Tinha uma estranha
amizade com Draco Malfoy, aquele que Harry mais odiava em Hogwarts.
Fora isso, ela tinha um bom coração, e fazia de tudo para
proteger o seu irmão, Ícarus Avery. Sim, ela também
era filha de um Comensal da Morte, um fiel seguidor de Lord Voldemort.
Todas essas coisas estranhas que ela tinha atraíam ele de uma
certa forma, que ele não sabia explicar. Agora, ele não sabia mais nada em relação
aos seus sentimentos. Não tinha a mínima idéia
do que poderia fazer naquele momento, mas sabia que, quanto antes ele
resolvesse, melhor seria. Cansando de olhar para a Rua dos Alfeneiros, Harry entrou novamente em casa e decidiu que iria estudar. Tinha diversos trabalhos para fazer, e ele nem pôde adiantar quase nada na casa da Sra. Figg, por causa da visita inesperada da Profa. Lies. Passou o resto da tarde trancado em seu quarto, lendo os livros de História da Magia e, não percebeu quando despencou sobre os livros e adormecera. * * * A Rua dos Alfeneiros durante a noite fica praticamente
deserta. Se não houvesse a iluminação dos postes
e das janelas das casas que tinham por lá, se tornaria um lugar
sinistro e assombroso. Perto de árvores que encobria a visão
para os bairros vizinhos, a rua era isolada de contatos com mundo lá
fora. Era estranha essa idéia, mas era a verdade. Estava frio naquela noite; o vento que soprava era gelado
e obrigava as pessoas a se agasalharem como puder. Harry estava só
com a camiseta branca velha que foi de seu primo; e não estava
tão larga como antes. Ele crescera nesse último mês,
e Duda continuou com a mesma altura. Mas ele engordara, e por isso,
as roupas ficavam largas para Harry. Ele cruzou os braços e seus dentes batiam por causa
do frio. Não sabia o que estava fazendo ali; apenas que ele queria
seguir em frente. O vento se tornou mais forte, e Harry teve que se equilibrar
o melhor que podia para não ser levado. Teve que segurar também
seus óculos, que ameaçaram de cair. Desordenado, ele esperou
que o vento se acalmasse para continuar a caminhar. Conforme aproximava-se lentamente da próxima rua,
Harry viu um vulto vindo em sua direção. Imediatamente,
ele parou. O vulto continuou vindo em sua direção, e parecia
que estava arrastando duas pessoas inconscientes consigo. Um súbito
calafrio percorreu por seu corpo e a sua cicatriz queimava bruscamente.
Ele não queria acreditar, mas pensava na possibilidade de ser
Voldemort quem caminhava em sua direção. A luz fraca do poste mais próximo revelou um ser
com uma grande capa preta, assim como as pessoas que ele estava arrastando.
Com capuz, estava difícil enxergar, e a dor em sua testa contribuía
para isso. Harry jogou-se de joelhos no chão, e sua vista embaçou.
O vulto chegou mais perto dele, e ficou a uma distância de cinco
metros. - Está com dor, Harry Potter? - a voz sinistra
de reconhecível de Lord Voldemort chegou até os seus ouvidos.
- Sua cicatriz arde perante a minha presença? - Voldemort... - Harry conseguiu murmurar, pressionando
suas mãos contra a sua cicatriz, numa tentativa de amenizar a
sua dor. A luz do poste iluminou os dois rostos das pessoas que
ele trazia. Mesmo com a vista embaçada, Harry não podia
deixar de reconhecer. - Cho... Íris... - Sim, meu caro Harry... - Voldemort dizia, demonstrando
satisfação em sua voz. - Suas amigas, creio eu... Ou seus
grandes amores? - MALDITO! - Harry gritou, com raiva. - O que pretende
fazer? - Durante toda a minha vida, eu tive que conviver com
escolhas. - o Lord das Trevas riu. - Tive que escolher entre matar os
seus pais primeiro ou torturá-los antes de faze-lo. - O que você pretende... - Acho que você deveria experimentar isso. É
uma sensação finita, algo que faz com que sua mente entre
em colapso. Algo que eu gostaria de ver você sentir. Harry sentiu um frio na espinha. O medo, era o que o dominou
naquele instante. Que tipo de escolha ele teria que fazer, perante as
duas garotas que ele mais prezava naquele momento? - Se fosse para você me entregar apenas uma delas...
- Voldemort ergueu as duas pelo braço, por onde ele estava carregando.
As duas pareciam dormir profundamente, e nem demonstrava incômodo
nenhum. - Apenas uma delas para entregar-me... Qual seria, Harry Potter? - NENHUMA DELAS!!! - o garoto gritou com todas as suas
forças. Era estranho, pois a Rua dos Alfeneiros continuou deserta
e nenhum dos moradores pareciam se incomodar com o barulho. - Escolha errada... - Voldemort sorriu. - Aliás,
é uma opção inválida. Você tem apenas
duas escolhas: ou a Srta. Chang, ou a Srta. Avery. Afinal, você
não pode ficar com as duas! De qualquer maneira, você terá
que escolher apenas uma delas. - O que você quer de mim, Voldemort? - Harry cerrou
os punhos, e suas sobrancelhas franziram-se de raiva. A dor já
se amenizara com o ódio que percorria em suas veias. - Eu sei
que é a mim que você quer, e não é nenhuma
delas! - ele apontou para as duas desfalecidas com o dedo indicador.
- Solte-as e me enfrente, seu covarde! - Sinto o medo percorrendo dentro de você, Potter!
- a sombria figura erguia a cabeça e seus olhos brilharam como
se fossem duas estrelas mórbidas. - Não é certo
deixar um Lord das Trevas sedento de vingança esperando uma simples
resposta. Harry não sabia o que fazer. Aliás, ele
nem mesmo sabia o que estava fazendo ali, naquela hora da noite. Que
horas eram? Ele percorreu com os olhos para o lado, se distraindo apenas
um milésimo de segundo de seu inimigo. A Rua dos Alfeneiros cheirava
deserta; ele sentiu falta até mesmo dos roncos de pessoas como
o Tio Valter. Atrás dele estaria a casa da Sra. Figg. Porque
ele não gritava agora mesmo e pedia ajuda? E se ele chamasse
por Lies, pedindo para que ela ajudasse? Não, seria cruel demais
com ela. Lies sofreu o suficiente no ano passado com esse ser asqueroso,
e ele não faria isso de jeito maneira. Harry também temia
qualquer movimento em falso que ele pudesse fazer, já que tinha
Cho e Íris nos braços de Lord Voldemort. - O tempo passa rápido... - Voldemort balbuciou.
Ele arrastou os dois corpos para mais próximo dele, e fungou.
- O cheiro do perfume da Srta. Avery é bem mais reconfortante
do que da Srta. Chang. Quanto mais a brisa batia em seu rosto e mais a dor de
sua cicatriz estava sendo camuflada pelo sentimento de raiva e culpa,
o tempo de vida das duas pessoas que ele mais amava estava se esvaindo. Espere um momento... As duas pessoas que ele mais amava? Não. Harry não podia amar duas pessoas.
Apenas uma. Apenas uma delas. Não podia saber ao certo quem era,
mas queria as duas vivas e perto dele. Cho havia o conquistado no terceiro
ano, quando ela jogou quadribol contra a Grifinória. E Íris...
mexeu com ele no ano passado. - Sinto muito, Potter. - Voldemort quebrou o silêncio.
Isso fez com que a dor que Harry sentia na testa aumentasse. - Não
posso mais esperar. Como você demorou muito, sou obrigado a executar
as duas! - NÃO! - Harry gritou, dando um passo à
frente, em uma atitude precipitada. Voldemort largou os dois corpos no chão. Ele virou-se
para Íris e empunhou a varinha. - Avada... - Não! - Harry tentou se mexer mas percebeu que
estava paralisado. Sua voz também estava entalada na garganta.
Ele não podia fazer nada. - ...Kedrava! - ÍRIIIIIIIIIIS!!!!!!!!!! Suado, sentado em sua cama, ele percebeu que estava sonhando quando tio Valter e tia Petúnia escancaram a porta de seu quarto, para saber o que estava acontecendo.
>>Ir para o próximo capítulo <<Voltar para o capítulo anterior *§*YuMi
DeAth*§* |
|||||||||