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Capítulo 8 - Cobrança de tarefas Se não fosse pela quantidade de material e de livros
que Hermione trouxera, Harry não acreditaria no que lia nos horários
de aula que recebera durante o café da manhã: as aulas
praticamente dobraram, e a carga horária incluía novas
matérias que antes, eram opcionais durante o terceiro e o quarto
ano. Possuíam atenção especial à Defesa
Contra Arte das Trevas; Harry imaginou que Dumbledore estivesse extremamente
preocupado com a volta de Voldemort, e por isso, precavia seus alunos. - Isso não é nada bom... - Rony interveio,
analisando o papel que segurava, aonde estava escrito o horário
das aulas. - Temos quatro aulas de Defesa Contra Artes das Trevas a
cada semana... - E isso não é bom, Rony? - Hermione disse,
enquanto cortava um pequeno pedaço de pão. - Principalmente
agora que Você-Sabe-Quem está à solta. - Eu não reclamaria se o nosso professor fosse
o Lupin. - Rony respondeu, emburrado. - Mas imagine a gente tendo quatro
aulas com a Profa. Lies. Vai ser como ter quatro aulas com o Snape! - Engraçado você dizer isso... Todos os meninos
estão ansiosos para terem a primeira aula com a Profa. Lies. - Mione, essa professora é louca! - comentava Rony,
agitado. Harry, que estivera somente observando, lembrou-se que eles
não tiveram tempo de comentar com Hermione tudo o que se passou
durante as férias. - Louca por quê? - ela quis saber. - Você precisava ver como as coisas estavam aqui
com ela por perto. Ninguém suporta ela. Pergunte ao Harry. Ela observou o amigo. Harry balançou a cabeça,
confirmando e ainda acrescentando: - Ela age como estivesse revoltada com o mundo. Você
precisava ver como ela desafia todos os professores. - Mas vocês nunca assistiram uma aula dela para
saber se é uma boa professora ou não! - exclamou Mione,
que já se levantava para se preparar para a primeira aula. -
O modo de agir de uma pessoa não significa que seja igual à
capacidade dela de ensinar... - Mione! - interveio Rony, indignado com a maneira de
pensar da amiga. - Já estão preparados para ter logo de primeira,
uma aula com o Prof. Bins? - Neville interrompia a conversa dos três.
Ele estava sentado um pouco mais adiante, depois de Simas, que estava
ao lado de Rony. - É claro, Neville! - disse Mione com veemência.
- Preciso buscar os dois livros que foram encomendados de História
da Magia lá no dormitório. Os livros são bastante
pesados e mal tive tempo de folheá-los durante das férias.
Vou fazer isso. - Mione olhou para o relógio que estava em seu
pulso. - Ainda temos uns vinte minutos até o início da
aula. Tempo suficiente para eu dar uma olhada por cima. Se vocês
me dão licença... - ela deu as costas e retirou-se, seguindo
para a saída do Salão Principal em direção
à Torre do Norte. - Uma vez Mione, sempre Mione... - Rony comentou, sem
tirar os olhos da amiga, que saía em passos apressados. - Quando
ela vai desencanar um pouco dos estudos? - Acho difícil... - Harry respondeu, rindo. - Só
ela mesma para se sentir disposta a assistir uma aula do prof. Binns
no primeiro dia de aula! - Eu ainda tenho que procurar o Trevo antes de ir para
a aula! - disse Neville, despejando suco de abóbora em sua taça.
- Eu tenho a impressão de eu o esqueci no Salão Comunal...
Mas sei lá. Ele foge de mim toda hora... - Isso que é ruim quando se tem um bicho de estimação pequeno... - Rony falou, fazendo uma careta e um esforço enorme para comentar de seu antigo rato de estimação. - Eu tinha o... o... Perebas! - e respirou fundo. - Ele, por exemplo não parava quieto e... - Rony! - Harry o chamou. - O que foi? - Você tem visto o Bichento? - Não... Pra falar a verdade, desde que Mione foi
passar as férias de verão lá em casa, o gato dela
nem deu as caras... - e pareceu indiferente com essa situação.
- Vai ver, ela resolveu deixar na casa dela, Harry! - tentou achar uma
desculpa. - É, talvez... - Harry ergueu as sobrancelhas.
Ele, Rony e Neville mudaram de assunto rápido, o que não deu muita importância para o fato de Hermione não ter trazido o Bichento consigo. Parecia ser um assunto tão sem importância para Harry, que ele acabou esquecendo até de perguntar para Hermione, mesmo na aula do Prof. Binns. * * * Harry e Rony chegaram na sala do Prof. Binns adiantados.
Haviam encontrado Hermione no Salão Comunal da Grifinória;
ela estava folheando os dois livros de História da Magia que
o professor havia mandando comprar e disse que seguiria até a
sala de aula mais tarde. Harry resolver ir antes para procurar no caminho
o novo aluno da Grifinória: Ícarus Avery. Para a sua surpresa, os alunos do primeiro ano teriam
aula, logo de cara, de Defesa Contra Arte das Trevas. A sala de aula
da Profa. Lies localizava-se na Masmorra; era o caminho completamente
oposto do seu. - Relaxa, Harry! - Rony consolava o amigo, enquanto sentava-se
em um lugar da sala de aula. - Você pode encontrá-lo na
hora do almoço. Harry queria muito falar com esse garoto e descobrir de
onde ele seria. Também era bom vigiá-lo constantemente;
um bruxo com sangue de um Comensal da Morte em sua própria casa
era preocupante, ainda mais agora, com o retorno do Lord das Trevas. O Prof. Binns surgiu atravessando o quadro negro, com
uma aparência meio sonolenta e cansada; era o único professor
fantasma que Hogwarts possuía. As aulas dele eram bastante cansativas;
ele discursava com uma voz monótona e sem nenhuma expressão.
Muitos alunos começavam a fechar os olhos de vez em quando durante
a primeira aula; o Sr. Binns falava sobre a guerra entre elfos e anões
que ocorreu há muitos séculos atrás, e não
enfatizava nenhuma emoção em lances surpreendentes e inesperados.
Nem Hermione conseguia sequer sentir-se empolgada em fazer perguntas
ou anotações. Ao final da aula, muitos ficaram aliviados quando o Prof.
Binns deixara-os livres de tarefas. Hermione, no entanto, resolveu que
faria uma pesquisa sobre o assunto, e aconselhou os amigos fazerem o
mesmo. - Será que você só pensa em estudar,
Mione? - Rony reclamava, saindo junto com os outros grifinórios
do castelo em direção às aulas de Herbologia. -
Dá um tempo! Ainda é o primeiro dia de aula! - Devemos começar a estudar desde já! -
ela explicou. - Não se esqueçam que esse ano iremos prestar
os N.O.M.s! Os N.O.M.s! Harry havia se esquecido completamente destes
testes! Devido aos acontecimentos anteriores e os riscos que ele corria
de ser atacado inesperadamente por Voldemort fez com que ele nem se
desse conta que já estava no quinto ano e que teria que fazer
as provas para saber seus Níveis Ordinários de Magia.
Era sempre Hermione que lembrava de pequenos detalhes como esse. Ele
tinha que agradecê-la; se não fosse por ela, tanto ele
como Rony ainda estariam no primeiro ano... Quando chegaram perto das estufas, a Profa. Sprout estava
parada, aguardando os alunos do quinto ano da Grifinória e da
Lufa-lufa. - Bom dia! - ela sorriu. - Vamos seguir para a Estufa
Um. Vamos, depressa! Todos que estavam esperando trataram-se de andar com passos
apressados atrás da professora. Aqueles que ainda estavam vindo,
tiveram que correr para não perder a aula. - Mione, por onde anda o Bichento? - indagou Harry, lembrando-se
que ele estava para perguntar isso para a amiga. Ele andava apressado
entre os alunos da Grifinória e da Lufa-lufa, mas sempre ao lado
de Hermione e Rony. - Bom... - ela respirou fundo. - Eu o deixei em casa... - Com seus pais? - Rony disse. - Sozinhos? - É, ué... - ela se mostrou indiferente.
- E qual o problema nisso? - Não, nenhum... - ele mentiu. E virou-se para
Harry, quando Hermione já estava mais à frente. - Ela
não está estranha? - Não sei, Rony. Só sei que eu conheci os
pais de Hermione e eles não tinham cara de que iriam ficar com
o Bichento durante o ano inteiro... Sprout abriu a Estufa Um e, enquanto esperava os alunos
entrarem e se organizarem entre as plantas. - O que estamos fazendo de volta à Estufa Um? -
Rony perguntava para Harry. - Já estamos no quinto ano, e a gente
podia se dirigir logo para a Estufa Quatro e conhecer as plantas carnívoras,
não? - Estamos aqui de volta à Estufa Um, - começou
a falar a Prof. Sprout. - pois para podermos estudar plantas perigosas
e venenosas que estão na Estufa Quatro, é necessário
para nós termos um conhecimento avançado sobre vegetais
que podemos classificar como "mansos". Em meio aos alunos da Lufa-Lufa, Neville estava logo na
frente da professora Sprout. Herbologia a matéria que o garoto
mais gostava, e a que ele ia melhor. Bem diferente de Poções,
ele se dedicava muito e sempre se saiu bem nas experiências. A Prof. Sprout entrou em um corredor e em poucos segundos,
ela estava de volta, com um vaso pequeno que abrigava uma planta. Ela
tinha algumas folhas finas, contendo diversos filamentos brancos. Harry
parecia que já tinha visto essa planta; era familiar. - Alguém sabe que planta é essa? - a professora
perguntou. Na mesma hora, Hermione levantou a mão, como de costume.
- Sim, Srta. Granger? - É uma Drosera capensis! - ela respondeu cheia
de si. - Exatamente, Srta. Granger. Dez pontos para a Grifinória.
- Sprout andava segurando a planta por entre os alunos, que estavam
meio que espremidos a um espaço pequeno. - Digamos que a Drosera
capensis é bastante conhecida entre os trouxas. Ela possui uma
parte brilhante, como se fosse uma gotícula. - e apontou o dedo
por entre as folhas, a fim de mostrar aos seus alunos. Poucos enxergaram
e, Hermione, não viu a planta porque parecia que ela anotava
até a respiração da professora. - É classificada
como planta carnívora, mas ela não faz mal a nenhuma pessoa.
Ela se alimenta de pequenos insetos. O inseto pousa sobre esta gotícula,
sendo atraído pelo odor que ela emana. Assim, ele fica colado
sobre a gotícula, impedindo que ele fuja. Harry então se lembrou que havia visto uma planta
dessas na casa de sua vizinha, uma velha conhecida como Sra. Figg. O
pequeno e pobre jardim que havia lá continha umas plantas desse
tipo, e ele se perguntava o que uma planta carnívora estava fazendo
ali. Afinal, a Sra. Figg parecia que não ligava para nada mais
além de seus gatos. Além da Drosera capensis, a Prof. Sprout mostrou
outras plantas carnívoras que eram conhecidas entre os trouxas.
Dentre elas, ele viu pode ver Dionarca muscipula, Nephentes, Sarracenia
e Drosophyllum L. Eram plantas comuns, e todas elas se alimentavam apenas
de insetos. Harry anotou todas as suas descrições e funções,
assim como os outros alunos da classe. Quando deu o sinal, os alunos guardaram depressa os seus
cadernos e penas, mas a Prof. Sprout disse, em voz alta, antes que pudessem
sair da Estufa: - Tragam na semana que vem uma pesquisa sobre as plantas carnívoras conhecidas pelos trouxas, diferentes dessas que vimos hoje. Falem sobre, no mínimo, cinco plantas carnívoras e descrevam sua forma e função. Estão dispensados. * * * O almoço pareceu muito curto, tanto para Harry
e Rony quanto pra Hermione: os garotos ficaram por mais de quinze minutos
procurando Avery por todo o Salão Principal. Infelizmente, eles
não o encontraram. Hermione comeu tão rápido que estava aflita
para correr até a biblioteca atrás de pesquisas sobre
História da Magia e Herbologia. Quando ela saiu correndo, sem
ao menos se despedir de todos que estavam na mesa, Rony comentou: - Ela ainda vai trocar a nossa amizade pelos estudos... * * * Poções. Por que Harry tinha que ter aula
de Poções logo no primeiro dia de aula, depois do almoço? Tanto Harry quando Rony estavam apreensivos ao entregar
as suas redações. O fato deles terem terminado em Hogwarts,
bem debaixo do nariz do professor, prova o quanto eles deixam acumular
as tarefas para fazer nos últimos dias de férias. Com
certeza, Snape não deixaria de descontar alguns pontos na nota.
E talvez, até da Grifinória. Hermione, que escrevera praticamente um livro de Poções em vez de redação, estava toda cheia de si; era a única da classe que usou mais de um pergaminho para fazer a sua tarefa. Seu orgulho e sua vontade de querer provar a todos, inclusive a Snape de que ela realmente era uma aluna competente, apesar de ser trouxa, deixava-a muitas vezes insuportável. Rony viva implicando com a amiga por causa disso, assim como Harry. Ela, por sua vez, passava a ignorá-los quando isso
acontecia. Snape entrou na sala subitamente, como ele sempre fazia.
Para a sorte dos grifinórios, ninguém estava fazendo nada
de errado, e o professor não tinha nenhuma desculpa para já
começar a aula descontando pontos da Grifinória. Por outro lado, a Sonserina estava numa baderna só.
Demoraram um pouquinho para a turma se acalmar, e Snape os encarava
friamente, embora não demonstrasse o mesmo ódio que ele
demonstrava para as outras casas. Neville se encolhia de medo, mesmo que o professor não
estivesse olhando para ele; receava que, se mexesse um dedo, o seu caldeirão
poderia cair no chão e isso fizesse com que ele perdesse pontos
inutilmente para a sua casa. - Vou fazer a chamada, - Snape começou a falar
com a sua voz letal, logo depois que um silêncio imutável
se fixou na sala de aula daquela masmorra fria. - E quero que, conforme
eu vá chamando, seja entregues das redações que
foram pedidas para serem feitas durante as férias. Snape foi chamando um a um, e a cada grifinório
que entregava, ele lançava um olhar de desprezo. Alguns alunos
da Sonserina ele apenas acenava com um sorriso frio e sem ânimo.
Quando ele chamou Hermione, fez um comentário que a deixou com
os bochechas vermelhas e sem saber aonde enfiar a cara: - Eu pedi uma simples redação, Srta. Granger,
e não um dicionário de Poções. Dez pontos
a menos para a Grifinória pela sua ousadia! Alguns alunos da Sonserina taparam a boca para não
dar risada. Draco, Crabbe e Goyle ficaram rindo do rosto vermelho da
garota. Rony, que havia discutido com Mione antes da aula começar,
se enfureceu, e se não fosse Harry, que segurou o seu braço
direito, ele teria se levantado e falado umas poucas e boas para o professor. - Acalme-se, Rony! - Harry cochichou. - Deixe pra lá.
Não vale a pena! Neville foi chamado, e ele entregou a sua redação
com certa apreensão. Ele havia feito com a ajuda de sua avó,
e Hermione o orientou para concluí-la. Ainda assim, ele temia
pela sua nota. - Espero que tenha feito uma redação decente,
Sr. Longbottom. Talvez, quem sabe, essa nota irá te ajudar para
cobrir o resto do ano, que você não irá conseguir
fazer nada. O garoto de rosto redondo sentou-se em seu lugar com a
cabeça baixa. Ouvia-se comentários maldosos em parte dos
sonserinos, o que fez com que Rony se irritasse novamente. Ele iria
dizer alguma coisa bem feia para o professor; estava abrindo a boca
para xingar, mas Snape falou antes, em voz alta e contorcida de desprezo: - Harry Potter! Harry levantou-se e levou o sue pergaminho até
a mesa do professor. Este, nem sequer tirou os olhos da lista de chamada,
e apenas disse: - Coloque sua redação aí, Potter,
junto com as outras. Harry assim o fez, e quando estava a caminho de volta
para o seu lugar, ele ouve a voz do professor ressoar novamente, desta
vez, irônica: - Se você acha que vai conseguir nota só porque usufruiu dos livros da biblioteca, está muito enganado Potter. Se por acaso eu ver que você utilizou algum livro
da sessão reservada, e sem a minha autorização,
pode ter certeza de que não descontarei pontos apenas da sua
nota, e sim da Grifinória. Mais risadas vindas dos alunos da Sonserina. - Isso vale pra você também, Weasley! - Snape
completou. As orelhas de Rony ficaram vermelhas. * * * Todos os alunos da Grifinória saíram da
sala de aula indignados; a cada ano que se passava, novos xingamentos
eram dados ao professor de poções. E a cada ano, eles
pioravam ainda mais. - Ele ainda me paga! - resmungava Rony, subindo as escadas
junto com seus colegas, saindo da masmorra. - Se eu pudesse, lançava
uma maldição proibida para que ele pudesse sofrer o resto
de sua vida! - Rony! - Hermione advertia. - Não diga uma coisas
dessas! Uma Maldição Imperdoável não deve
ser desejada nem para o seu maior inimigo! - Corta essa, Mione! - ele respondeu. - Vai dizer que
o Harry não pode lançar uma Maldição nem
para Você-Sabe-Quem? Eu mesmo lançaria um Avada Kedrava
naquele Rabicho maldito e... Harry, meio perdido aos pensamentos, não ouviu
mais nada a partir dali. Ao lado de Rony, Mione, Simas, Neville e Dino,
ele subia as escadas lentamente, longe de todas aquelas discussões.
As Maldições Imperdoáveis era a última coisa
de que Harry queria se lembrar. O fato de seus pais e Cedrico terem
morrido com um Avada Kedrava lançado por Voldemort e ele mesmo
sofrer o Cruciatus na própria pele, o atormentava só de
ouvir sobre esses feitiços. Quando teve que relatar a Dumbledore
os fatos, no ano passado, ele viu que não foi nada fácil.
Se ele tivesse que falar tudo o que se passara naquele dia de confronto
no final do Torneio Tribruxo contra Voldemort, seria tão dolorido
como antes. Foi dolorido relatar para Rony e Hermione. As escadas pareciam intermináveis, mas Harry não
estava cansado. Enquanto ele subia, seus amigos vinham atrás,
conversando ou discutindo; Harry não sabia ao certo o que eles
estavam fazendo. Ele só voltou ao normal quando Fred descia correndo
as escadas e deu de cara com ele. Harry quase caiu para trás;
se Simas não tivesse segurado o amigo, ele estaria lá
embaixo, de volta à masmorra. - Harry! - Fred disse, ofegante. - Ainda bem que eu encontrei
você! - O que aconteceu? - Harry perguntou, ajeitando os óculos,
que quase caíram com o impacto. - Por que essa correria toda? Rony olhou desconfiado para o irmão: - O que vocês aprontaram? - Nada, Rony! - Fred respondeu rispidamente, e logo dirigiu-se
para Harry. - Reunião daqui a duas horas, no vestiário.
Resolução do time de quadribol da Grifinória. Esteja
lá! - e saiu correndo, subindo as escadas novamente, não
dando tempo para Harry poder se pronunciar. - O que deu nele? - Rony perguntava para todos e para
si mesmo. - Não sei, Rony... - Harry respondeu. - Só na reunião saberei... * * * Harry descia as escadas em direção ao Salão
Principal para avisar Rony e Hermione que estava indo para o campo de
quadribol. O vestiário, que ficava logo abaixo do campo, era
o local da reunião que Fred estava marcando com todos os membros
do time da Grifinória. Na certa, eles precisavam decidir quem
colocar como goleiro; já que Olívio Wood, o ex-capitão
do time, havia se formado há dois anos atrás. Havia também
mais um lugar vago, de artilheiro, deixado por Angelina Johnson, que
se formou em Hogwarts ano passado, completando seus sete anos de estudos.
Harry só não sabia como Fred iria fazer isso; não
conhecera nenhum bom goleiro e nem artilheiro em toda a Grifinória.
Sem reservas, eles não tinham ninguém que pudesse substituí-los. Quando entrou pela porta do vestiário, encontrou
todos os outros integrantes do time: Alícia Spinnet, Katie Bell
e Fred e Jorge Weasley. Os quatro estavam em silêncio; Alícia
estava sentada no banco que havia entre os armários, Fred e Jorge
estavam encostados na parede e Katie amarrava o cabelo em frente do
espelho. - Olá! - Harry cumprimentou. - Olá, Harry! - Alícia e Katie acenaram
ao mesmo tempo. Fred e Jorge, que estavam bastante sérios dirigiram-se
para frente. Fred começou a falar: - Bem, já que todo o time está aqui... - ... ou o que sobrou dele... - interrompeu Jorge, dando
risadas. As garotas sorriram, e Harry tentou segurar seus risos. - Isso quer dizer, - Fred deu prosseguimento, aproveitando
o comentário do irmão. - Que precisamos de uma nova formação! Jorge, que encostara na parede do vestiário novamente,
levantou a mão desesperadamente. Harry lembrou neste gesto Hermione
que, durante as aulas, vivia fazendo isso. - O que é, Jorge? - Fred indagou. - Creio que essa sua "nova formação"
significa que você seja o novo capitão do time. Acertei? Silêncio total. As garotas olharam para os gêmeos
e Harry estava achando aquilo bastante excitante. - Por que você diz isso? - Fred encara o irmão. - Porque você está agindo como o Wood! Você
parece o Wood falando! Mais silêncio. Harry agora sentia-se inquieto. Por
um momento, ele mesmo se imaginou como o capitão do time da Grifinória.
O que Cho iria pensar dele, se ele tivesse conseguido o posto de capitão?
Iria admirá-lo, com certeza. Em meio a essws sonhos, Fred diz: - Alguém tem alguma objeção a isso? Alícia e Katie balançam a cabeça
negativamente. Jorge olhou para Harry, que naquele momento, ainda imaginava-se
como capitão do time. Por fim, ele responde: - Nenhuma objeção. Apóio Fred para
ser capitão do nosso time. Os gêmeos sorriram, e Fred agora estava disposto
a comandar o time, dando um novo rumo a ele. Todos sentaram; as garotas
no banco e os rapazes no chão mesmo. Fred olhou para os lados
para certificar-se de que não havia ninguém por perto
bisbilhotando e depois, começou a falar, do mesmo jeito que Wood
falava com o time antigamente: - Vocês sabem que nós cinco não somos
o suficiente para a formação de um time de quadribol.
Precisamos urgentemente de um goleiro e de um artilheiro. - Tem um aluno do sexto ano que sempre dizia para a gente
que gostaria de ser artilheiro. - Katie comentou. - Conhecem o tal de
Harter? - Ah, sim! - Jorge disse. - Eu o conheço. Lembro
de Wood ter comentado sobre ele... Parece que, se o time de artilharia
não estivesse completo, ele seria convocado. - O melhor que temos a fazer - o novo capitão do
time de quadribol da Grifinória interrompeu, falando com autoridade.
- É iniciar a semana de testes. Comunicaremos no Salão
Comunal a fase de novos testes à procura de um goleiro e de um
artilheiro. Temos que ver todos os grifinórios que estão
afim de representar a sua casa. O que vocês acham de marcarmos
os testes para sábado que vem? - Uma boa idéia! - Alicia respondeu. - Sábado
de manhã. Todos que estavam presentes confirmaram essa data. Fred
ainda teria que avisar os alunos sobre esses testes de convocação.
Ao ver o trabalho que o irmão de Rony iria ter daqui pra frente,
Harry respirou aliviado por não estar no lugar dele. Bastava
ele ter os problemas com Voldemort, que atrapalhavam todos os seus estudos
e a sua convivência na escola. Carregar mais um peso como dirigir
um time de quadribol, na certa iria acabar com ele...
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DeAth*§* |
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