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Capítulo 16 - Conversas estranhas Se aquele mês não tivesse a festa do Dia
das Bruxas... Rony se inquietava tanto em relação a Hermione
que chegou até certo ponto dele começar a ignorá-la.
Harry assistiu a briga entre os dois na mesma semana em que a amiga
se tornou monitora da Grifinória. Ele também sabia o quanto
ela estava insuportável; não parava de brigar com os outros,
e sempre dizia que era pro bem da casa e de todos: ficava dando conselhos
para todo mundo ir para a biblioteca e estudar para os N.O.M's. Quem
antes a achava simpática, mudava de opinião rapidamente.
Mas o principal motivo por Rony ter brigado com Hermione
se chamava Vítor Krum. Na semana da eleição dos monitores, Hermione
havia recebido uma coruja do apanhador da Bulgária. Quando ela
abriu para ler, Rony esticou a cabeça a fim de saber do que se
tratava: Krum estava convidando Hermione para passar o Natal lá
na Bulgária. A situação piorou quando Hermione
recebeu resposta dos pais, que a autorizavam a ir para lá. - Vai lá visitar o Vitinho, Hermione! - Rony debochava,
no Salão Comunal da Grifinória, chamando a atenção
dos alunos que passavam por lá. - Prefere passar o Natal lá
junto com ele em vez de ficar aqui com a gente... Vai lá, Hermione,
e manda lembranças minha para ele... Harry não se conformava com isso. O amigo demonstrava
um ciúme impassível, e toda vez que ele tentava que os
dois se entendessem, não conseguia. A Festa de Dia das Bruxas era o que estava o animando
um pouco; Harry ajudava os professores na decoração, e
se sentia um pouco melhor fazendo isso. Dumbledore achou que não
era preciso cancelar todos os eventos devido ao retorno de Voldemort.
A melhor maneira de continuar vivendo enquanto o Lord das Trevas estivesse
à solta, seria dando prosseguimento às atividades normais. Cho ainda não havia demonstrado reação
alguma. Todos os dias, Harry ia visitá-la na ala hospitalar.
Os pais da garota já vieram visitar a filha, mas não possuíam
autorização de retirá-la de lá, pois poderiam
colocar em risco a vida dela. O desaparecimento da Profa. Lies agora passava mais despercebido;
as aulas do Prof. Lupin têm sido tão boas que ninguém
sentia falta dela. De vez em quando, Harry tocava no assunto com os
amigos; mas ninguém estava muito interessado em saber onde ela
estava. No entanto, embora Harry estivesse empolgado em ajudar
os professores a fazer a decoração, ele não estava
tanto a fim de ir à festa. Conversando com outros grifinórios
do mesmo ano, Harry percebeu que a maioria tinha um par para ir. É
engraçado, pois a festa de Dia das Bruxas nunca havia o preocupado
de tal forma; não era como o Baile de Inverno do ano passado.
Mas ele se sentia deslocado. Até Rony já tinha arranjado
alguém; havia convidado Lilá Brown para o acompanhá-lo
bem debaixo do nariz de Hermione. E ele, ainda não havia chamado
ninguém. Ninguém o atraía; a única pessoa
que ele queria que o acompanhasse, estava impossibilitada de ir. Na ala hospitalar, Harry olhava ansiosamente para a apanhadora
da Corvinal. Uma idéia maluca, mas esperançosa plantou
em sua mente: e se ela acordasse a tempo dela acompanhá-lo na
festa de Dia das Bruxas? Madame Pomfrey estava ocupada demais cuidando de dois
alunos do segundo ano da Lufa-lufa que haviam brigado no corredor; ela
já estava costumada a receber Harry na ala hospitalar. Ele estava
sentado na beira da cama de Cho. Como isso fazia parte de sua rotina,
muitas vezes Harry era surpreendido por algumas amigas dela. Os comentários
que rondavam pelos arredores da escola eram de fato, conhecido de que
os dois tinham alguma coisa em comum. Certa vez, quando ele estava na
biblioteca, muitas garotas da Corvinal olharam para ele e começaram
a dar risadinhas. Saindo da ala hospitalar, Harry deu de cara com Draco
Malfoy, Crabbe e Goyle. - Tentando acordar sua namoradinha, Potter? - a voz debochada
de Draco irritou Harry. - Não encha o saco, Malfoy! - Acho que ela não está a fim de despertar...
Ou então, ela não quer acordar para ter que ver a sua
cara de novo, Potter! Crabbe e Goyle deram risadas. Malfoy sorria maliciosamente
para Harry, que enraivecia cada vez mais com os comentários do
sonserino. - É uma pena, Potter... - Draco cruzara os braços.
- Quem sabe, quando a Grifinória for jogar com a Sonserina, haja
outro ataque e desta vez, te botem para dormir. Assim, a sua namoradinha
não vai se sentir tão sozinha na ala hospitalar... Harry deu um passo a frente e estava pronto para esbofetear
Malfoy. Naquele instante, se não fosse Hermione para segurar
o seu braço, Draco com certeza já estaria de olho roxo. - O que pensa que está fazendo Harry? - ela dizia,
ainda segurando o braço do amigo. - Não vale a pena. E
você, Malfoy, pare de arranjar briga! - Olha só, Potter sendo detido pela sangue-ruim!
- Draco arrancava risadas de seus dois guarda-costas. - A sangue-ruim,
agora que é monitora, pensa que tem poder para mandar nos outros! - Fique sabendo, Sr. Malfoy, - Hermione apontava o dedo
indicador no rosto dele. - Que eu sendo monitora da Grifinória
não tenho poder nenhum para mandar em você. Mas posso muito
bem avisar a Srta. Avery, a monitora da sua casa, que um certo aluno
anda desobedecendo às regras da escola! - Pois faça isso, Granger! - ele o ameaçou.
- Se tiver coragem! - seus olhos azuis brilharam ameaçadoramente. - Saia daqui, Malfoy! - E se eu não quiser, Potter? - Se não quiser, vai ter que me acompanhar, Malfoy!
- uma voz falou. Íris Avery estava encostada na parede, perto da
porta da ala hospitalar. Harry levou um susto, pois nem tinha notado
na garota. Ela continuava encarando Draco, quase sem piscar. Dirigiu-se
a ele, dizendo brandamente: - Se não voltar para o Salão Comunal da
Sonserina, Malfoy, vou ter que comunicar ao Prof. Snape que tem alunos
da sua casa que não andam respeitando as regras da escola. Com um olhar de fúria, Draco não disse nada.
Apenas encarava a monitora de sua casa, que não movimentava um
músculo sequer de sua face: demonstrava ódio e seriedade
ao mesmo tempo. Malfoy virou-se e foi embora, seguido por Crabbe e Goyle.
Íris pediu licença para os dois grifinórios
e tratou de seguir os alunos de sua casa. Hermione e Harry permaneceram
em silêncio, até que Íris sumisse de suas vistas. - Você fala com ela, Mione? - Harry perguntou, ainda
olhando o final do corredor, como se a monitora da Sonserina pudesse
voltar para onde estavam. - Somente para tratar de assuntos importantes, como as
nossas regras de monitoria. Por quê? Harry contou à amiga sobre um encontro que eles
tiveram há um mês atrás. Hermione não sabia
disso, pois Harry tinha até esquecido de contar a ela. Depois
daquilo, ele e Íris nunca mais se encontraram, e não teve
motivos para tocar novamente neste assunto. - Ela é muito esperta, Harry! - Mione disse. -
Eu acredito que ela não seja como o pai. Se ela está protegendo
o irmão... -Mas ela pode muito bem querer proteger o irmão
e servir Voldemort ao mesmo tempo... - Você não a conhece, Harry. Se ela realmente
estiver do lado de Você-Sabe-Quem, acho que ela não iria
se expor desse jeito. Ou ela é muito boa atriz. Os dois amigos caminhavam em direção ao
Salão Comunal da Grifinória em silêncio. Pensavam
em todas as reações de Íris Avery e na possibilidade
dela estar seguindo os passos do pai. Quando chegaram no retrato da mulher gorda, Hermione apenas
aconselhou-o: - Fique atento, Harry. Só isso que eu tenho a dizer. E não tome nenhuma atitude precipitada! * * * Na véspera do dia da Festa do Dias das Bruxas,
Harry e Rony saíam da aula de Defesa Contra Artes das Trevas
muito animados; aprenderam muita coisa sobre dragões e suas origens.
Uma pena que não tiveram aula prática: Prof. Lupin disse
que isso teriam somente no último ano em Hogwarts. - É uma pena a gente não poder enfrentar
os dragões frente a frente! - Rony dizia, acompanhando o amigo,
que andava em passos lentos em direção ao Salão
Principal. - Nem queira isso, Rony! - Harry se lembrava do ano passado,
quando teve que enfrentar o Rabo-Córneo durante o torneio Tribruxo.
- Você não faz idéia do que é enfrentar um
dragão... principalmente se ele estiver enraivecido. - Isso não é problema! A gente pede pro
Hagrid amansar ele! Os dois caíram na gargalhada. Quando chegaram no Salão Principal para almoçar,
Hermione estava de companhia com Lilá e Parvati. Hermione estava
com um livro na mão, e apenas ouvia o que as outras duas diziam.
Simas e Dino estavam animados também, e chegaram logo depois
de Harry e Rony. - Olá, Lilá! - Rony cumprimentou a garota
na frente de Hermione. Lilá sorriu para o seu par da festa do
Dia das Bruxas, e Hermione mostrou-se indiferente. Ela abriu o livro
e começou a folheá-lo. Harry reparou no enorme controle
que a sua amiga estava tendo sobre si. Harry e Rony sentaram-se e junto com todos os alunos do quinto ano da Grifinória, começaram a discutir sobre a festa de amanhã. * * * Harry saiu do Salão e foi visitar Cho. Ainda não
tinha ninguém para ir no baile de Dia das Bruxas, e o assunto
com os colegas não lhe agradava. Estava começando a se
animar com a festa. No entanto, continuava chateado por Cho não
estar em condições de ir também. Perto da porta da ala hospitalar, que estava entreaberta,
Harry parou ao ouvir duas vozes conhecidas. Não chegou a espiar
pela entrada, apenas estava paralisado, apurando os ouvidos para escutar
tudo o que pudesse. - Esquece, Malfoy! - Íris dizia com veemência.
- Não vou fazer isso. - Você acha que pode me ignorar, Avery? - Draco
disse ameaçadoramente. - Sabe muito bem o que eu posso fazer
se... - O quê você pode fazer? Me diz! - Acho que não é necessário. Você
sabe muito bem. E acho que você vai aceitar a minha proposta.
- E por que acha isso? - É um bom negócio para você. Seu
pai irá ficar orgulhoso disso. Aliás, acho a sua mãe
também. Quanto ao seu irmão... acho que devemos ter uma
conversinha com ele... Já que ele não possui o mesmo sangue
que a gente e... - Não se atreva! - ela quase gritou. - Se eu souber
que você fez alguma coisa com meu irmão, eu... - Acalme-se, Avery! - Draco interrompeu. - Não
vou fazer nada que não seja para o bem dele. Confie em mim. O silêncio agora reinava na ala hospitalar. Harry
não agüentou mais, e tentou observar o que os dois sonserinos
estavam fazendo. Os dois se encaravam seriamente, e não movia
um dedo sequer. Logo, Malfoy se aproximava de Íris lentamente.
Ele pousou sua mão sobre o ombro dela, mas ela o repeliu. - Não toque em mim, Malfoy! - Íris quase
cuspiu nele, ao mesmo tempo em que começara a chorar. - Por que
não me deixa em paz, hein? - Porque você é especial. E sabe disso. Sabe
o quanto o meu e o seu pai... - Não quero saber nada que venha do meu pai. E
muito menos do seu! Portanto, não me procure mais. Harry teve que se afastar, e correu até um corredor
mais próximo para se esconder. Ouvia os passos pesados de Íris
ecoarem pelo corredor e percebeu a sua irritação. Draco apareceu logo depois, e saía da ala hospitalar
tranqüilamente, como se nada tivesse acontecido. Tomado por um
impulso que não conseguiu entender, Harry viu-se frente a frente
com Draco, bloqueando a passagem do sonserino. - O que pensa que está fazendo, Potter? - Draco
o encarou com desprezo. - Por que não deixa as pessoas em paz, Malfoy?
- Harry disse, sentindo um ódio descomunal crescer dentro dele.
Draco cruzou os braços naquele instante, e seus lábios
contorceram num sorriso irônico. - Então, o famoso Potter adora ouvir as conversas
alheias. Harry não se conteve e agarrou Malfoy pela gola
da camisa do uniforme e disse, encarando-o profundamente: - Se você pensa que pode colocar todas as pessoas
contra mim, está muito enganado, Malfoy! - E quem está jogando as pessoas contra você,
Potter? Não preciso desses recursos mesquinhos para tal feito. - É mesmo? E por que ameaça a própria
monitora de sua casa? Draco soltou-se de Harry. Ele começou a arrumar
a sua camisa, ao mesmo tempo em que ria com vontade: - Potter, como você é ingênuo. - ele
se aproximou do grifinório enquanto falava. - Admira-me bastante
o fato de estar defendendo Avery... mesmo porque, ela pertence a Sonserina,
a minha casa. E creio eu que é uma casa que você não
possui muita simpatia... Harry cerrou os punhos. Era verdade que ele não
gostava nem um pouco da Sonserina; muito menos dos alunos que estudava
ali. Mas por algum motivo que não conseguia explicar, ele sentia
que precisava defender Íris. - Você por acaso está gostando da Avery também,
Potter? - Draco perguntou. - Se eu estivesse gostando, não seria da sua conta!
- Harry respondeu, meio sem graça. - Que ironia do destino, não é mesmo? - Do que está falando? - Você e Avery. Você se surpreenderá
muito quando descobrir quem ela é de verdade, Potter. - Eu sei quem ela é. - Harry respondeu com firmeza.
- E sei que ela é uma pessoa muito mais decente do que você
e seu pai, Malfoy! Draco avançou: - Não difame meu pai, Potter! - Ficou ofendido, Malfoy? - era a vez de Harry sorrir
ironicamente. - Será que é tão ruim assim ter um
pai que está do lado das Trevas? Draco contorceu seus lábios e como uma reação
súbita, ele avançou e desferiu um soco no rosto de Harry.
Harry caiu no chão, mas reagiu, levantando-se rápido e
pronto para dar um soco de volta em Malfoy, quando ele sentiu alguém
segurar o seu braço. - O que pensa que está fazendo, Potter? - uma voz
fria disse. - Professor! - Draco dirigiu-se a Snape, que ainda segurava
o braço de Harry. - Potter está descontrolado! Ele queria
de qualquer jeito partir para a briga e... - Mentira! - Harry gritou, enquanto forçava seu
braço e tentava se livrar inutilmente de Snape. - Malfoy que
me deu um soco primeiro e... - CALEM-SE! - Snape gritou. - Dez pontos a menos para
a Grifinória, Potter. - O quê? - Harry ficou indignado. - Malfoy que me
dá um soco e o senhor tira dez pontos da Grifinória? - Mais cinco pontos que você perde para a Grifinória,
Potter! - Snape completou, ainda segurando firmemente o punho de Harry.
No entanto, não tirava os olhos de Malfoy. - Dez pontos descontados
por você dar corda a uma briga, querendo revidar, e cinco pontos
por não concordar com o método de educação
que um professor está lhe dando. Eu espero que aprenda, Potter,
e não cometa novamente uma falta dessas. Draco divertiu-se com a situação, mas foi
por pouco tempo. - E quanto a você, Malfoy, me acompanhe! - o professor
de Poções soltou o braço de Harry e pousou sua
mão no ombro esquerdo do sonserino. Harry ficou observando os dois se retirarem. Viu o rosto
do professor, e ele estava meio diferente. Parecia mais preocupado e
inquieto, e mal tinha o encarado quando tirava pontos da Grifinória.
Era uma situação aonde exigia uma opinião dos amigos.
Harry correu para a aula de Defesa Contra Artes das Trevas.
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DeAth*§* |
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