by YuMi DeAth

 

Capítulo 23 - A carta

Harry não conseguia acreditar no que Cho tinha feito com ele.

Foram dois meses de solidão e isolamento, que ele próprio havia escolhido. Não sabia dizer o porquê; mas estava certo que a decisão tomada tinha sido certa. Pensava que queria apenas achar uma desculpa para não contar toda a verdade que sabia, mas no fundo, ele sempre quis assim. Quanto mais longe ficasse das pessoas, menos elas sairiam prejudicadas.

Foi apenas uma conversa que teve com Cho; e ele mudara da água para o vinho. Na aula de Defesa Contra Artes das Trevas, enquanto Lies explicava as conseqüências do feitiço Estupefaça alterado para servir o lado das Trevas, Harry sentia-se mais animado e disposto para anotar tudo. A Profa. Lies trouxera alguns pequenos ratos para demonstrar o Estupefaça normal e o alterado. Hermione percebeu essa altivez do amigo, e cutucou Rony, murmurando alguma coisa.

- Sr. Weasley e Srta. Granger, preste atenção! - a professora advertiu. - Essas demonstrações são muito importantes, pois garanto que, se souber a diferença entre o feitiço normal e alterado, não terão problema se algum dia tiverem que enfrentar um Comensal da Morte!

Alguns alunos se mexeram inconfortáveis em suas cadeiras. Harry pareceu indiferente perante esta situação. Ele viu Rony e Hermione olhando diretamente para ele, mas fingiu que não tinha percebido nada e continuou a prestar atenção na aula.

Lies retirou a sua varinha no meio de suas vestes pretas e apontou para um dos ratos. Todos os alunos apuraram mais a visão e andaram até mais perto da mesa da professora. Harry ficou bem de frente dos ratos, e viu quando um deles era atingido por uns lampejos de luzes fracas que saíram da ponta da varinha da Profa. Lies, ao mesmo tempo em que ela brandiu:

- Estupefaça!

O rato se revirou e caiu de costas. Aparentemente, ele respirava e parecia que estava dormindo.

- Esse foi o "Estupefaça" normal. - explicou Lies. - Posso reerguê-lo sem problemas. Prestem atenção. - e agitou a varinha novamente. - Enervate!

O rato se mexeu e se revirou. Dava para perceber que ele ainda estava meio zonzo, pois seus passos eram curtos, e ele não corria da mesma maneira que antes.

- Esse feitiço é para deixar a vítima inconsciente. - Lies continuou. - É bastante usado entre os membros do Ministério da Magia, e serve de um tipo de meio para paralisar o inimigo. Ele não é fatal e pode ser convocado facilmente. Isso não quer dizer que vocês já estão qualificados para saírem por aí atirando esse feitiço no primeiro que aparecer em sua frente! - ela disse, observando alguns alunos que ficaram empolgados. - Ela requer um certo nível de Magia, mas não é nada absurdo.

"Agora, eu irei demonstrar para vocês o feitiço alterado!", ela arregaçou as mangas. Seus olhos brilharam, e ela demonstrou mais concentração do que o necessário. A maioria dos alunos nem sequer piscavam os olhos; ver alguém demonstrar Arte das Trevas não é uma coisa que se tem oportunidade todo dia.

Lies apontou a varinha para o rato. Ainda em silêncio, ela o observava fixamente. Com uma voz mais sombria e olhar arregalado, ela disse:

- Estupefaça!

Naquele momento, uma pequena luz saiu de sua varinha e atingiu o rato em uma linha reta. Ele pareceu que não fora afetado, mas bastou olhar com mais firmeza para perceber o que havia acontecido: seus olhos estavam arregalados e vazios. Harry abaixou um pouco para poder enxergar o pequeno animal melhor e, um segundo depois, ele despencou, semimorto.

- Como podem ver, - Lies interrompeu a surpresa de todos. - Esse é o feitiço convertido. Não será com um simples contra-feitiço que o rato voltará a acordar. Somente eu poderia desfazê-lo, já que fui eu quem lançou esse feitiço.

Draco olhou de uma maneira estranha para a professora. Harry sabia muito bem que o pai dele que havia lançado o feitiço contra Cho, e na certa, ele deveria saber também. Harry olhou para os lados e Hermione e Rony estavam atentos à explicação da Profa. Lies, assim como Íris.

- Isso logicamente não quer dizer que todos os servidores das Trevas tenham aprimorado o Estupefaça desse jeito. A magia negra é uma coisa fascinante à primeira vista; ela é capaz de abrir caminhos e indicar escolhas que você mesmo deseja fazer. Não há regras no mundo das Trevas, e você pode aprimorar qualquer feitiço. É claro, não é qualquer bruxo que possui tal proeza.

- Isso quer dizer que... até as Maldições Imperdoáveis podem ser alteradas? - Lilá Brown pronunciou-se. - Quero dizer... Você-Sabe-Quem... ele pode...

- Voldemort pode muito bem fazer o que ele bem entender quanto a esses feitiços. - concluiu Lies com firmeza.

- Isso requer um nível de magia avançado, não é mesmo, professora? - perguntou Hermione.

- Alterar uma Maldição Imperdoável é algo que merece aplauso se alguém conseguir fazê-lo... - Lies respondeu, com uma certa insegurança no que estava dizendo. Harry sabia o quanto estava sendo duro para ela afirmar uma coisa que vivera. Ela olhou meio desconfiada para Harry, e ele sentiu-se ameaçado. - Necessita de muito conhecimento. - Lies respirou fundo e olhou para todos os alunos, que ansiavam por mais explicações. - Bem, a aula terminou. Quero que vocês tragam, para semana que vem, uma lista de feitiços como o Estupefaça, que sirvam para paralisar o inimigo. Podem trazer também feitiços bastante usados em duelos.

Harry arrumou rapidamente as suas coisas e saía da sala de aula em passos largos.

Porém, antes que atravessasse a porta, a Profa. Lies o deteve, pousando sua mão sobre o ombro do garoto.

- Potter, espere um instante que eu preciso falar com você.

Ele sentou-se em uma cadeira próxima a mesa da professora e esperou todos os alunos se retirarem. Íris passou por ele, e lançou um olhar inquieto. Harry não soube o que ela quis dizer, mas preferiu continuar na dele, enquanto Lies revivia o rato semimorto sobre sua mesa.

Hermione e Rony foram os últimos a sair; talvez porque eles queriam saber o que Harry estava fazendo parado ali. Lies apressou a saída dos dois e fechou a porta. Depois, virou para Harry e disse com veemência:

- Não adianta dizer que você não sabe nada sobre mim que eu não vou acreditar.

- Eu disse alguma coisa desse tipo? - Harry olhou para ela.

- Não banque o engraçadinho, Potter! - ela demonstrou-se furiosa, chegando até a parecer o Snape. - Pra quantas pessoas você já contou?

- Como?

- Você entendeu o que eu disse. - Lies aumentou seu tom de voz. - Com certeza a Srta. Granger e o Sr. Weasley já devem saber tudo sobre mim, não é?
Harry ficou indignado pela acusação. Ele levantou-se e a encarou com raiva:

- Se a Srta. Lies acha que eu sou esse tipo de pessoa, está completamente enganada. Eu sei dos meus limites, e sei respeitar as pessoas muito bem.

- É mesmo? - Lies ironizou. - Pois está dando um exemplo contraditório do que você acabou de dizer agora mesmo!

- O que há com você? - Harry perguntou. - Por acaso algum aluno veio debochar da vida e do perigo que está correndo?

Lies permaneceu em silêncio.

- Então... - Harry disse. - Eu não falei nada a ninguém, eu juro. Talvez esteja muito ocupada, mas se notasse um pouco, eu não estou andando mais com os meus amigos como antes. Andei me isolando justamente por causa disso. Quero dizer, não exatamente isso, mas entenda: estamos no mesmo barco. Voldemort também me quer. E acho que não existe ninguém melhor do que você para saber disso e entender a situação.

Lies abaixou a cabeça. Sem coragem de encará-lo, ela apenas disse:

- Desculpe, Potter.

- Tudo bem. - Harry não sabia o que dizer. Era estranho para ele também, agir daquele jeito: dando conselhos para alguém mais experiente. - Bem, eu não quis te ofender.

- Ninguém quis, Potter. Mas eu sei que mereço todas as provações que estou passando.

- A culpa não é sua. Voldemort te fez isso.

- Fez porque eu deixei. Eu podia ter evitado... podia...

Harry percebeu que algumas lágrimas escorriam pelo rosto da professora. Teve vontade de acalmá-la, mas ele não sabia exatamente o que fazer. Ficou parado ali, apenas observando Lies cobrindo o rosto com as duas mãos.

- Harry, saia daqui. - ela finalmente disse, escondendo ainda seu rosto. - Me deixe sozinha.

- Mas, professora, eu...

- SAIA DAQUI, POTTER! Saia... daqui...

Harry sentiu-se agoniado e com muita culpa. Contrariado, ele achou melhor sair devagar, sem fazer barulho. Não podia ajudá-la; nem ele poderia ajudar a si mesmo. Tentando esquecer isso, ele saiu das masmorras, indo em direção ao Salão Comunal da Grifinória.

* * *

Faltavam quinze minutos para as seis, mas Harry já subia as escadas em direção a biblioteca. Ele trazia consigo alguns pergaminhos para anotações, mas achou que os livros não eram necessários. Qualquer coisa, ele podia pegar o que precisasse na biblioteca.

Hermione havia estranhado a atitude do amigo: levar pergaminhos e tintas depois que o período de aulas tinham acabado no dia, e em direção da biblioteca, não era uma atitude tão normal, vinda dele. Rony também estranhou, mas preferiu continuar a jogar snap explosivos no Salão Comunal, junto com Jorge, Fred e Lino. Hermione, por sua vez, achou melhor segui-lo e ver o que ele estaria aprontando.

Harry sentou em uma mesa vazia e despejou seu material. Ele viu Hermione entrando na biblioteca, mas não ligou. Afinal, Hermione na biblioteca é a coisa mais normal do mundo.

A biblioteca estava com pouco movimento; muitos alunos não estavam estudando aquele horário. A monitora da Grifinória entrou por meio das prateleiras e, fingindo que estava procurando um livro, ela tentava enxergar o que Harry estava fazendo.

Cansado de esperar, Harry aproximou-se da janela. Um brilho fraco vinha da orla da floresta, perto da cabana de Hagrid, próximo ao lago. Harry imaginou que o guarda-caça talvez estaria aprontando alguma coisa, mas não teve muito tempo para pensar nisso.

Às seis horas em ponto, Cho aparecia com uma mochila nas costas. Ela estava acompanhada com umas amigas, que logo se despediram dela; Harry teve a impressão que uma delas deu uma piscadela para a apanhadora da Corvinal.

- Oi, Harry! - ela sorriu, e sentou ao lado dele. - Eu trouxe algum material que usei para estudar para os N.O.M's no ano passado. Se quiser dar uma olhada...

- É claro! - ele se animou. Ficou olhando para a garota e sentiu novamente uma estranha sensação. Estava encantado com ela, e enquanto Cho lhe mostrava algumas matérias importantes, ele só pensava em como ela estava bonita. É claro, ele mal olhou para os livros que ela mostrava.

- Harry! - Cho exclamou. - Harry, o está fazendo?

Harry não tinha percebido, mas encontrou a sua mão acariciando o rosto de Cho. Rapidamente, ele retirou sua mão e olhou para a mesa. Sentiu suas faces corarem, e ele mais uma vez, xingou a si mesmo.

"Harry, seu idiota...", ele fechava os olhos com força, tentando pensar em uma maneira para pedir desculpas à garota. "Mais uma vez, você está estragando tudo...".

Cho ainda aguardava uma resposta. Harry estava com medo de encará-la; devia estar furiosa, ele pensava. Ele imaginou que ela jamais queria vê-lo novamente pelo seu atrevimento.

- Você está bem, Harry? - ela apenas perguntou.

- Eu... eu... me desculpe... eu não... eu não queria...

- Harry, vamos voltar a estudar, está bem?

Cho virou a página do livro, e desta vez, Harry prestava atenção na matéria. Evitava olhar diretamente para ela; podia ter qualquer outro deslize. Não entendia porque estava agindo assim, mas se sentia agora um perfeito idiota.

Ele viu as fotos de alguns animais mágicos, e Cho explicou as vantagens e os perigos que eles poderiam trazer aos bruxos. Harry teve que se aproximar mais para poder enxergar pequenas fotos do livro, e acabou encostando o seu corpo no de Cho. Ele tentou não parecer incomodado com isso, e agiu normalmente. Ela também pareceu indiferente com essa situação.

Tentou se concentrar o máximo nas fotos de um grifo, mas ele não conseguia mais ouvir a voz de Cho. Desconcentrado, ele virou e ficou com o rosto frente a frente com o dela. Pensou em todas as vezes que esteve com ela desde que a conheceu, em um jogo de quadribol no seu terceiro ano. Lembrou também do ano passado, quando ele mal conseguia chegar perto dela para convidá-la para ir ao Baile de Inverno com ele, tamanha era a sua vergonha. Mas agora era diferente. A situação mudou, e ele mesmo mudou.

Cho tinha uma expressão de quem não estava entendendo nada e Harry sorria para ela. Ele podia pedir para o tempo parar naquele instante. De repente, ele sentiu alguém o empurrando por trás, e ele colou seu rosto no de Cho, assustando-a, e por pouco, ele não encostou seus lábios nos dela. Desajeitado, ele rapidamente se ergueu e virou para trás.

- Desculpe, Harry! - ele viu Hermione, segurando uma pilha de livros. - Eu não estava vendo a minha frente por causa dos livros.

Harry lançou um olhar de ódio para Hermione. A monitora da Grifinória olhou para Cho e a cumprimentou.

- Bem, estou indo... - Hermione não ligou para a expressão de raiva do amigo. - Tenho muito trabalho a fazer... - ela disse, lançando um olhar para a pilha de livros. - Até mais!

Mione seguiu para a saída da biblioteca sem virar para trás. Harry continuou a observá-la, com muito ódio. O que ela estava tentando fazer? Estragar os seus estudos com Cho?

- Harry, você está bem? - Cho indagou.

- Me desculpe, Cho... - ele pediu, envergonhado. - Eu não queria...

- Tudo bem, Harry. Eu sei que não foi a sua culpa... Vamos voltar a estudar então. Senão, daqui a pouco vai chegar o horário do jantar e não conseguimos sair nem da primeira parte de Trato das Criaturas Mágicas.

Harry e Cho passaram a estudar até quase as sete, sem nenhuma interrupção. Harry anotava alguns fatos importantes da história dos animais e sua influência no mundo dos trouxas.

Cho demonstrou cansaço, e de vez em quando bocejava, enquanto esperava Harry terminar de escrever. Harry passou uma hora inteira, com certa dificuldade, e envergonhado pelo o que fez com Cho. Claro, a culpa não foi dele, foi de Mione, que o empurrou para cima dela.

- Cho... - ele a chamou, ao mesmo em tempo que enrolava seus pergaminhos. Não tinha coragem de olhar para ela. - Me desculpe...

- Desculpas... - Cho riu.- Harry, já percebeu que só hoje você já me pediu desculpas mais de três vezes?
Harry ficou em silêncio. O que deveria dizer agora? Pedir desculpas por pedir tantas desculpas a ela?

- Vamos fazer o seguinte! - Cho disse. - Antes que você me peça desculpas novamente, saiba você que já está perdoado.

- O quê?

- Acho que não temos mais necessidade disso, não é mesmo, Harry? Olha. - ela pousou suas mãos sobre a dele. - Esqueça. Eu sei que você não tem nenhuma intenção de me fazer mal, e isso você provou quando me salvou da queda no ataque dos Comensais daquele dia do quadribol. Portanto, nada do que você fizer será para me prejudicar, Harry. Estou certa?

- Sim, eu... - Harry olhava tão intensamente para Cho, que seus olhos chegavam a brilhar. Quanta magnificência e graça ela tinha! Harry mal conseguia piscar.

Cho parou de falar e ficou observando Harry. Harry percebeu que a face da garota também corava, e ele sorriu. Pela primeira vez, Harry sentia confiança de si mesmo, estando com a apanhadora da Corvinal. Ele amadurecera bastante, e entendeu que não podia mais frear seus impulsos. Ambos em silêncio, eles aproximavam um rosto no outro. Harry sentiu seu coração bater forte e quase teve uma recaída de querer sair dali imediatamente.

"Não.", ele pensou. "Não vou estragar tudo de novo!".

A respiração dela também estava acelerada; ele sentia isso. Cho fechava os olhos devagar, e ele também. Seus lábios estavam próximos um do outro e afastados apenas alguns centímetros.

- Sr. Potter e Srta. Chang!

Harry abriu os olhos automaticamente, assim como Cho. Snape estava trás deles, com os braços cruzados e com um olhar letal. Cho sentiu-se mais envergonhada do que antes, e Harry, tentava não parecer culpado de nada.

- Imagino que os dois estavam aqui na biblioteca estudando o tempo todo. - o Prof. de Poções disse ironicamente.

Cho tentou responder sem gaguejar, mas estava tão nervosa que sua fala saiu tremida:

- Eu... eu estava ajudando o Harry a estudar para os testes dos N.O.M's...

- Ah! - Snape exclamou, sem emoção. - E imagino que a Srta. Chang esteja ajudando ao Sr. Potter a estudar contatos físicos entre bruxos, estou certo disso?

Cho corou. Harry não conseguiu disfarçar e ficou sem jeito também.

- Sinto desapontá-los, mas essa matéria não vai cair nos testes para os N.O.M's.
Harry e Cho ficaram sem respostas.

- Mas não vim aqui tratar disso. - Snape continuou. - Mesmo que minha obrigação seja alertá-los que namoros não são permitidos aqui na biblioteca. - ele olhou mais profundamente para Cho. Depois, virou para Harry. - Não é do meu feitio fazer coisas desse tipo, Potter, mas tenho uma carta para entregar-lhe.

Harry pareceu confuso, mas pegou a correspondência.

- Essa carta não pôde ser entregue via coruja, mas estou fazendo esse favor, não para você, Potter, mas por ordens de Dumbledore.

A carta estava dentro de um envelope, destinado a ele. Não tinha remetente, e Harry não resistiu em perguntar:

- Quem foi que me mandou isso?

- Abra a carta e leia. - Snape respondeu com rispidez. Logo depois, ele lançou um olhar mortífero aos dois e se retirou, seguindo para a saída da biblioteca.

- Estamos ferrados. - Cho cochichou no ouvido de Harry, depois de ter certeza de que Snape não estava mais por perto.

Harry não prestava mais atenção em sua companhia. Ele olhava atentamente aquela carta e seu coração disparou. Ele sabia quem mandara.

- Cho... - Harry disse, sem tirar os olhos da carta. - Eu preciso ir até a Grifinória para deixar as minhas coisas. A gente se encontra no jantar no Salão. - e se levantou, saindo correndo, deixando a apanhadora da Corvinal sem entender nada.

* * *

No dormitório, Harry esperou que todos saíssem para jantar. Simas e Dino não tardaram muito; eles se retiraram sem fazer perguntas; não paravam de comentar sobre a aula de Defesa Contra Artes das Trevas daquele dia.

Harry sentou na cama e fechou as cortinas envolta dela. Queria estar sozinho quando abrisse a carta. Ele rasgou o envelope e desdobrou o pequeno pedaço de papel que havia dentro. A letra era pequena e esculachada, escrita às pressas. Leu e releu várias vezes a carta e um sorriso, no meio de uma certa confusão, se abriu em seu rosto. Ele estava certo. A carta era de Sirius.

"Harry,
Desculpe pela demora quanto a sua resposta. Realmente, eu estou em uma situação que não considero propriamente para se escrever cartas; você já deve estar sabendo onde estou. Encontrei certas dificuldades para lhe escrever, mas precisava fazer, antes que desse um ataque de loucura e você resolvesse vir até aqui para me resgatar.
Não se preocupe comigo. Está tudo sob controle.
Fiquei sabendo do ataque na estrada, e também do jogo de quadribol em Hogwarts. Não me surpreendeu em nada, eu esperava a ação dos Comensais, e achava que eles tinham é demorado muito para agir. No entanto, você escapou duas vezes, e não fique tão certo que acontecerá o mesmo na terceira vez.
Fique esperto, Harry. Não confie em ninguém.
Ah, e não me responda. Eu estou sempre a par dos acontecimentos em Hogwarts, e não precisa me escrever para contar nada. Qualquer coisa, eu mando outra carta. Mas tente não me enviar nada, nem que seja extremamente urgente. Procure Dumbledore, mas não escreva para mim.

Atenciosamente,
Sirius."

Harry guardou-a dentro do envelope, pôs no bolso internos de suas vestes e saiu em disparada para o Salão. Ainda queria pegar o jantar, e aproveitar, para conversar com Rony e Hermione.

 


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